Controle glicêmico não satisfatório em pacientes com diabetes mellitus tipo 2: fatores determinantes e resultados clínicos negativos associados ao tratamento medicamentoso
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Resumo / Abstract
Sabe-se que inúmeros fatores podem interferir no controle glicêmico de pacientes com Diabetes mellitus tipo 2 e que estes pacientes tem risco aumentado de experimentar resultados negativos aos medicamentos (RNM) devido principalmente à polifarmácia e à presença de comorbidades. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores determinantes do controle glicêmico não satisfatório em pacientes com Diabetes mellitus tipo 2, bem como, os resultados negativos associados ao uso dos antidiabéticos neste grupo de pacientes. Trata-se de um estudo transversal e analítico de informações da prescrição médica, prontuário clínico e entrevista com 100 pacientes atendidos no Ambulatório de Endocrinologia do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, estado de São Paulo. Os pacientes foram comparados em dois grupos: com controle glicêmico satisfatório e não satisfatório (adultos com valores de hemoglobina glicada maior ou igual a 7% e os idosos com valores maiores que 8% de acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes e da Associação Americana de Diabetes). Foram identificadas as variáveis sociodemográficas e clínicas determinantes do não controle glicêmico. Os resultados negativos associados ao uso dos antidiabéticos foram caracterizados de acordo com o método Dáder. A idade (< 65 anos) (OR=4,09), o histórico familiar do diabetes (OR=3,24), a terapia associada para o tratamento do diabetes (uso de 2 a 4 antidiabéticos) (OR=5,13) e a presença de RNM antidiabéticos (OR=5,92) foram as variáveis determinantes do não controle glicêmico dos pacientes com Diabetes mellitus tipo 2. Não foram observadas diferenças entre os grupos quanto aos medicamentos prescritos (p>0,05), sendo mais comum o uso de metformina e insulina NPH. A monoterapia com metformina foi mais indicada no grupo com controle glicêmico satisfatório (p<0,05) e as associações de metformina com sulfonilureias e metformina com insulina NPH foram mais indicadas no grupo com controle glicêmico insatisfatório. Os RNM foram observados em 49% dos pacientes (média de 2,27 RNM/paciente) sendo os principais causados por inefetividade devido ao incumprimento da dose e/ou da frequência diária dos antidiabéticos nos pacientes com diabetes não controlado (p<0,05). Em ambos os grupos, os RNM causados por insegurança foram principalmente relacionados à reação adversa aos medicamentos e interação medicamentosa (p>0,05). Em conclusão, os adultos, indivíduos com histórico familiar de Diabetes mellitus, em uso de dois ou mais antidiabéticos e aqueles que apresentaram RNM devem ser priorizados quanto ao planejamento de intervenções que favoreçam o controle do diabetes. A caracterização dos aspectos associados ao tratamento medicamentoso, por meio da identificação dos RNM, pode contribuir para o planejamento de intervenções que melhorem o atendimento dos pacientes.