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Fotojornalismo: as representações de morte de Fidel e Mandela para além da noção de sociedade do espetáculo

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Data

2020

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Dissertação

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Resumo / Abstract

Este estudo aborda a imagem fotojornalística em perspectiva transdisciplinar, dialogando com as áreas da história, geografia, sociologia, antropologia e política. Seu objetivo é o de propor a análise crítica da fotografia como objeto dotado de informações e significações, sendo um artefato histórico, científico e memorialístico. Neste percurso iremos tangenciar as questões: Toda a sociedade é um grande Espetáculo, vivemos em um mundo fabricado através de imagens? Como ir além da sociedade do espetáculo? Como as imagens fotográficas são utilizadas na sociedade contemporânea? Compreendendo a fotografia como um fenômeno social e cultural. No plano epistemológico, pontua a utilização da fotografia como ferramenta/técnica que permite a produção de conhecimento na vida cotidiana. Do ponto de vista teórico fundamenta-se em três eixos: o primeiro é a compreensão da imagem fotográfica como meio (BELTING, 2014); o segundo baseia-se na compreensão da fotografia como um fenômeno social (MARTINS, 2008); finalmente, ancora-se na utilização espetacular das imagens fotográficas (DEBORD, 1977). O método de análise empregado foi a abordagem heurística e fenomenológica de Boris Kossoy (2001/2009), com o intuito de 1) demonstrar as noções de primeira e segunda realidades; 2) ressaltar os aspectos memorialísticos e como artefato histórico e científico da fotografia. O corpus do trabalho consiste na fotografia intitulada “O encontro solene fúnebre das duas bandeiras”. Ela foi selecionada a partir da triagem de 92 imagens feitas pela fotojornalista cubana Irene Perez sobre Fidel Castro (1926-2016) e de um banco de dados de 83 fotografias de Fidel Castro e 237 fotografias sobre Nelson Mandela (1918-2013) – ambas registrando as imagens fúnebres e relacionadas, tendo como assunto as homenagens realizadas pela população para estes líderes políticos. Os resultados da análise demonstram que o nível da primeira realidade mostra a captação aparentemente objetiva do funeral, isto é, o registro histórico do objeto/assunto. Já o nível da segunda realidade, simbólica e, portanto, subjetiva, evidencia a percepção de que existem múltiplas significações ligadas a percepção imagética, que no caso são ideológicas. Pesquisas futuras poderão investigar a possibilidade de apreensão de uma terceira realidade, que transcenda a espetacularização das imagens fotográficas e da própria sociedade do espetáculo.


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