Dissertações e Teses
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Navegando Dissertações e Teses por Orientador "Fiol, Fernando de Sá Del"
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- DissertaçãoAlterações no peso e na gordura corporal de ratos submetidos a tratamento com tetraciclina e lactobacillus gasseri(2015) Marciano, Jorge JoséA obesidade tem se tornado um dos maiores desafios na área de saúde pública em todo o mundo, em especial nos países Ocidentais. Apesar da etiologia multifatorial, estudos recentes têm mostrado um importante papel da microbiota intestinal no desenvolvimento da doença. O uso de antibióticos nos últimos 70 anos pode ter tido um importante papel na alteração da microbiota intestinal humana, aumentando o ganho de peso e acúmulo de gordura corporal. OBJETIVOS: Avaliar a interferência da Tetraciclina e de Lactobacillus gasseri no peso e composição corporal de ratos. Para avaliar essa possibilidade, dividimos 45 animais (Rattus norvegicus) em três grupos e administrou-se os seguintes tratamentos por duas semanas: (1) (n=15 tetraciclina 75mg/kg/dia; (2) (n=15) tetraciclina 75mg/kg/dia + 1.109 u.f.c. de Lactobacillus gasseri; e (3) (n=15) 0.1 mL de NaCL (0.9%). Os animais foram pesados durante 8 semanas e ao final dessas semanas, os animais foram submetidos à antropometria e bioimpedância. Os resultados mostraram que o grupo que recebeu tetraciclina isoladamente apresentou o maior Índice de Massa Corporal (p=0.030), o maior Índice de Lee (p = 0.008), e ainda um menor percentual de água corporal, indicando um grande acúmulo de gordura no corpo, em relação ao Grupo Controle(CONTR). O grupo que recebeu o probiótico - L. gasseri, associado com a tetraciclina apresentou resultados similares aos do grupo controle, indicando um possível efeito protetor do probiótico no acúmulo de gordura apresentado pelo grupo que recebeu a tetraciclina isoladamente. Em conclusão a tetraciclina aumentou a concentração de gordura corporal e o uso do probiótico associado ao antibiótico, foi capaz de proteger os animais do efeito pró-obesidade. Faz-se necessário elucidar o mecanismo envolvido no binômio microbiota/peso.
- DissertaçãoAtividade de amoxicilina, dexametasona e nimesulida como agentes profiláticos em cirurgias de implantes orais(2014) Gimenez, Patricia SpadaO objetivo deste estudo foi avaliar efetividade do uso de antibiótico profilático, além de avaliar a atividade analgésica de anti-inflamatórios esteroidais (dexametasona) e não esteroidais (nimesulida) em cirurgias de implantes orais. Foram selecionados 135 pacientes, que se apresentaram para atendimento em uma clínica odontológica, com a necessidade de serem submetidos à colocação de implantes orais. Após os critérios de inclusão/exclusão permaneceram no estudo 108 pacientes que foram divididos em 4 grupos, onde 4 protocolos de medicação pré e pós-operatória foram implementados. Grupo 1 foi prescrito 2g de amoxicilina e 8mg de dexametasona 1h antes do procedimento cirúrgico e 500mg amoxicilina a cada 8h durante 3 dias. Grupo 2 foi prescrito 8mg de dexamtasona 1h antes da cirurgia. Grupo 3 recebeu 2g de amoxicilina e 100mg de nimesulida 1h antes da cirurgia e ainda, amoxicilina (500mg) a cada 8h durante 3 dias, nimesulida de 12 em 12h durante 3 dias. Grupo 4 foi prescrito 100 mg de nimesulida 1h antes da cirurgia e no pós-operatório 100mg de nimesulida a cada 12h durante 3 dias. Os resultados foram avaliados por análise de variância. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos testados. Comparando os resultados dos grupos que usaram antibióticos e os que não usaram, não houve diferença estatistica entre os resultados (presença ou não de infecção). Para a atividade analgésica, também não houve diferença estatística entre os resultados dos grupos que usaram dexametasona e dos grupos que usaram nimesulida. A nimesulida e a dexametosona mostraram atividades analgésicas semelhantes e o uso de amoxicilina como agente profilático mostrou-se desnecessário.
- DissertaçãoAvaliação da microbiota intestinal e alterações de peso de animais expostos à Tetraciclina e ao Lactobacillus gasseri(2016) Olímpio, Fernando SiqueiraA obesidade é atualmente um dos maiores problemas de saúde pública existente, estudos atuais sugerem que alterações na microbiota intestinal podem causar desordens na microbiota (disbiose) que consequentemente levam à obesidade. A microbiota intestinal é influenciada e alterada diretamente por meio do uso de prebióticos, probióticos e antibióticos, pois alteram a quantidade e as espécies bacterianas. Atualmente, sabe-se que a microbiota intestinal estável e normal, é formada majoritariamente pelos filos Firmicutes e Bacterioidetes. Alterações causadas principalmente por antibióticos podem interferir diretamente na proporção destes filos, alterando o balanço energético do hospedeiro. O presente estudo avaliou possíveis interferências na microbiota intestinal causadas pela administração de tetraciclina e pela ação do Lactobacillus gasseri, em 72 ratos de duas gerações. Cada geração foi dividida em três grupos experimentais, sendo: tetraciclina (n=12), tetraciclina e L.gasseri (n=12) e controle (n=12), a segunda geração foi formada pela prole resultante da primeira geração. Os tratamentos foram realizados, em 4 doses, durante 10 dias. Foram conduzidas análises antropométricas, e análise molecular com qPCR, em amostras de fezes, para investigação e quantificação relativa dos filos Firmicutes e Bacterioidetes, antes e depois do tratamento. Os resultados mostraram aumento de peso e de BMI (body mass Index) nos animais tratados exclusivamente com a tetraciclina. O uso do probiótico associado ao antibiótico protegeu os animais do efeito pró-obesidade dos antibióticos. A análise molecular apontou, nos animais tratados com a tetraciclina, uma desproporção entre Firmicutes e Bacterioidetes, sendo a provável causa do aumento de peso e de BMI. O uso de probiótico associado ao tratamento com antibióticos pode proteger, especialmente crianças, do efeito pró-obesidade que ocorre com o uso de antibióticos.
- DissertaçãoAvaliação da utilização de antibióticos de uso restrito em um grande hospital público brasileiro(2018) Andrade Júnior, Isaltino Pereira deOs indicadores de resistência bacteriana têm aumentado na mesma proporção que a utilização de antibióticos. Esse fenômeno já é bem conhecido e a utilização racional de antibióticos pode minimizar esse problema. Inúmeros fatores podem contribuir para a prescrição incorreta e excessiva de antibióticos, evidenciando-se a dúvida no diagnóstico, a pressão exercida por parte dos doentes ou seus familiares e o excesso de consultas por dia, que pode dificultar a precisão do diagnóstico pelo clínico. São conhecidas e empregadas várias estratégias para melhorar o uso de antimicrobianos nos hospitais, algumas das quais, são meramente restritivas, e outras são educacionais. O presente trabalho avaliou um sistema de liberação de antibióticos de uso restrito, através da estratégia de restrição de formulários, os quais são cadastrados em um sistema informatizado em um grande hospital público no Brasil (estratégia restritiva). Foram avaliadas 26.612 requisições de 22 antibióticos controlados por meio de um sistema informatizado para solicitação/liberação desses antibióticos. Os resultados mostraram que 95% das solicitações foram completamente liberadas, com apenas 0,52% de não liberação desses medicamentos. A falta de dados microbiológicos para subsidiar as decisões da liberação e a falta de dados clínicos dos pacientes podem ser os responsáveis pela quase total liberação desses medicamentos. Os resultados também mostraram uma completa falta de padronização de tratamentos, com grandes variações de doses e tempo de terapêutica. A grande quantidade de antibióticos em uso restrito nesse hospital pode interferir de maneira direta na autonomia do prescritor, levando-o a recorrer, quase sempre, a esses antibióticos. É fundamental que as gestões dos hospitais garantam condições técnicas e estruturais para que se implementem programas eficazes de controle do uso de antibióticos (antibiotic stewardship), gerando economia financeira e redução de indicadores de resistência bacteriana.
- DissertaçãoFatores preditivos de adesão ao tratamento farmacológico de uso contínuo em idosos: estudo transversal(2016) Souza, Leandro Aparecido deO processo do envelhecimento é dinâmico e progressivo, momento em que ocorrem alterações morfológicas e psicológicas que levam a vulnerabilidade e às doenças. Para o controle e tratamento dessas doenças, a intervenção farmacológica ainda é uma das principais estratégias de controle. Desta forma, a adesão à terapêutica medicamentosa é fundamental para efetividade e segurança do tratamento. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores preditivos de adesão à terapia farmacológica em pacientes idosos sob tratamento com medicamentos de uso contínuo. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, por meio da aplicação de um questionário aos idosos que frequentam o Clube dos Idosos de Sorocaba e Universidade da Terceira Idade. Foram incluídos idosos com mais de 60 anos e que estivessem fazendo uso de algum medicamento há pelo menos 3 meses. Os resultados indicaram uma população escolarizada, com 43% com nível superior em sua formação. Relativamente à adesão e ao tratamento, pode-se perceber que idosos com tratamentos crônicos de hipertensão e dislipidemias apresentaram maior adesão com p=0,0) e 0,01 respectivamente. Idosos com maior tempo de doença (p=0,04), aqueles que recebem o medicamento do SUS (p=0,005) e das classes econômicas mais baixas (p=0,02) também aderiram mais ao tratamento. O nível de escolaridade não guardou relação com adesão ao tratamento. Os dados do presente estudo nos sugerem que as doenças crônicas como a hipertensão, dislipidemias, por trazerem um risco de morte maior, fazem com que o idoso adira mais ao tratamento. A falta do medicamento, quando acompanhada de sintomas da doença, mostram sua necessidade, garantindo maior adesão. Os idosos das classes econômicas C,D e E e aqueles que buscaram o medicamento no SUS têm no sistema público de atenção à saúde, sua única alternativa de tratamento, de forma que houve maior adesão ao tratamento nesse perfil de idosos entrevistados. Conclui-se que neste estudo, poucos são os fatores preditivos utilizados para garantir a melhor adesão farmacológica. Os que utilizam da memória, os hipertensos, dislipidêmicos, de classe econômica C-E, e os retiram exclusivamente na rede pública demonstraram mais adeptos à adesão. E os que foram considerados não aderentes (32%), caracterizado pelo grupo mais vulnerável, faz se necessário um olhar diferenciado dos pesquisadores a essa população, adotando medidas de educação em saúde para os idosos e familiares.
- DissertaçãoInfecções respiratórias agudas em crianças: perfil, adesão e tratamento(2013) Vieira, Nathália Aparecida GattoInfecções respiratórias agudas (IRAs) são responsáveis pela maioria das prescrições de antibióticos para crianças, causam grande número de atendimentos médicos, alto consumo de medicamentos e elevado atendimento no SUS. Como a maioria das IRAs são causadas por vírus, as prescrições de antibióticos mostram-se ineficazes. A pressão dos pais em receber o medicamento, a falta de conhecimento sobre resistência bacteriana e a dificuldade em diagnosticar a doença são alguns dos fatores responsáveis pelo uso inadequado desses medicamentos. O aumento do número de IRAs pode estar relacionado com a deficiência de algumas vitaminas, como A e D, presença em creches ou escolas e baixo nível de informações por parte dos responsáveis pelas crianças. Um fator importante no tratamento com antibióticos é a adesão ao tratamento pelos pais ou responsáveis por crianças que pode estar relacionada com a idade, sexo, escolaridade e nível socioeconômico. O objetivo desse estudo foi avaliar os fatores associados à adesão ao tratamento com antibióticos por pais ou responsáveis de crianças portadoras de IRAs, o perfil demográfico e socioeconômico desses pais ou responsáveis, o perfil médico e social da criança e descrever a terapêutica antimicrobiana empregada. Foi realizada uma entrevista a partir de um questionário estruturado com questões abertas e fechadas com 404 responsáveis por crianças de 0 a 11 anos de idade atendidas na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Cid de Melo Almada na cidade de Itapetininga-SP. Os responsáveis pelas crianças apresentaram baixo perfil socioeconômico (classe econômica C2) (37,87%), idade média de 29 anos, não trabalhavam fora de casa e que possuem pouco conhecimento sobre o conceito de resistência bacteriana (14,6%). Em relação às crianças, as idades que apresentaram maior número de IRAs foram entre 1 a 2 anos de idade. Fatores relacionados com o aumento anual de IRAs foram: crianças que não utilizaram vitaminas A + D, que não foram amamentadas até os 6 meses de idade e que frequentavam creches ou escolas. 54,45% dos responsáveis foram aderentes ao tratamento com antibióticos e os perfis dos aderentes foram: crianças que não fizeram uso prévio de antibióticos, responsáveis maiores de 30 anos de idade e responsáveis que tinham conhecimento sobre resistência bacteriana. O medicamento mais prescrito foi amoxicilina com 75,25%. 70,79% das doses prescritas estavam adequadas. Em relação às doses inadequadas, 84,62% de amoxicilina estavam abaixo da dose diária recomendada e 96% de azitromicina estavam acima da dose diária recomendada. Níveis adequados de informações, bem como o uso de protocolos de tratamento são alguns dos fatores que podem contribuir positivamente para o sucesso no tratamento com antibióticos, uso adequado quando necessário e diminuição da resistência bacteriana.
- DissertaçãoInterferência do uso de amoxicilina e Saccharomyces boulardii no peso e composição corporal de ratos(2014) Ferreira, Alessandra Cristina Marciano TardelliA obesidade tornou-se um dos maiores desafios para a saúde pública nos últimos anos, levando a situações de morbimortalidades consideradas graves. Estudos recentes sugerem que a microbiota intestinal modificada por antibióticos, pode desempenhar um importante papel na obesidade e consequentemente em desordens metabólicas. Para avaliar a possível interferência da administração do uso de antibiótico associado ou não de Saccharomyces boulardii no peso de animais, este estudo utilizou 60 ratos Wistar, por oito semanas, divididos em três grupos experimentais: amoxicilina (n=20), amoxicilina e Saccharomyces boulardii (n=20) e o controle (n=20). Os tratamentos foram realizados ao longo de duas semanas nos dias 0, 2, 4, 7, 9 e 11 e realizadas seis administrações a cada grupo. Foram conduzidas análises de impedância bioelétrica tetrapolar (TBIA) e avaliações antropométricas no último dia do experimento (dia 56). O índice de massa corporal foi significativamente menor para os animais do grupo controle (p= 0,034). O mesmo resultado foi encontrado para o índice de Lee; o grupo controle apresentou um índice menor quando comparado com os outros dois grupos que receberam o antibiótico (p=0,0019). A relação da circunferência abdominal/circunferência torácica revelou que o grupo controle apresentou o menor índice (1,19), diferindo do grupo que recebeu amoxicilina isoladamente (p=0,0329), indicando um maior acúmulo de gordura abdominal no grupo que recebeu apenas antibiótico. Os dados referentes à água corporal total mostraram que o grupo controle foi o grupo com a maior quantidade de água corporal (279,1g; p=0,0243). Com relação à composição corporal e acúmulo de gordura, dados antropométricos e TBIA foram homogêneos em mostrar que os grupos tratados com o antibiótico demostraram um acúmulo de gordura corporal maior do que o grupo controle. Quanto a uma possível proteção sobre as mudanças na microbiota por Saccharomyces boulardii associadas ou não ao antibiótico, neste estudo, não houve nenhuma ação protetora, nas condições avaliadas.
- DissertaçãoPerfil das infecções e tratamento antimicrobiano de pacientes queimados(2015) Sakabe, DelmoAs infecções representam a maior causa de morbi-mortalidade em pacientes vítimas de queimaduras. Vários fatores predispõem o paciente queimado às infecções, tais como: internações prolongadas, manipulações de equipes multidisciplinares, procedimentos invasivos e comprometimento imunológico, sendo assim, a indicação e o uso adequado de antibióticos norteiam o tratamento do paciente queimado. O objetivo deste estudo foi identificar quais os pacientes susceptíveis à bacteremia e os patógenos mais frequentes; assim como, resistências às classes de antibióticos e sua relação com o desfecho alta/óbito. Um estudo coorte retrospectivo foi realizado na Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) no período de janeiro de 2011 a julho de 2014. As análises das bacteremias dos pacientes foram realizadas através de hemoculturas seriadas com identificação e isolamento dos patógenos, que foram submetidos à antibiograma para verificação dos padrões de sensibilidade/resistência. Nos 153 pacientes atendidos na UTQ foram realizadas 142 hemoculturas, identificando crescimento bacteriano em 83 delas, sendo, 46 (32,4%) hemoculturas com crescimento de patógenos Gram negativos e 37 (26,1%) com Gram positivos. As bactérias mais frequentes foram o Staphylococcus aureus (17, 20,4%), Staphylococcus spp (17, 20,4%), Acinetobacter baumannii (16, 19,2%) e Enterococcus spp (12, 14,4%). Pacientes com hemocultura positiva para Pseudomonas aeruginosa apresentaram o maior tempo médio de hospitalização (64,7 dias). As maiores taxas de óbito se deram nas infecções associadas ao Enterococcus spp (58,3%, p=0,03) e Acinetobacter baumannii (56,2%, p=0,04). A classe de antibiótico que apresentou maior resistência bacteriana foi a das cefalosporinas, com 83,4% de resistência frente às amostras testadas. Apesar de existir um protocolo de uso de cefepima como primeiro antimicrobiano na UTQ do CHS, a classe das cefalosporinas apresentou as maiores taxas de resistência bacteriana o que não justificaria seu uso como antibiótico de primeira escolha na Unidade de Tratamento de Queimados estudada. Desta forma, há necessidade de se pautar a escolha do fármaco de eleição para tratamento empírico, com base nos dados da própria unidade.
- DissertaçãoPerfil de prescritores e prescrição de antimicrobianos nas infecções de vias aéreas superiores em pediatria(2010) Rocha, Maria Carolina Pereira daAs infecções respiratórias são a principal causa de atendimento no setor primário de saúde. As crianças são mais atendidas e recebem mais antimicrobianos por esse motivo do que qualquer outra faixa etária. A maioria dessas infecções é de etiologia viral, mesmo assim, muitas recebem antimicrobianos desnecessariamente. Vários fatores podem ser relacionados à grande utilização de antimicrobianos nas Infecções de Vias Aéreas Superiores (IVAS): diagnóstico incerto, falta de conhecimento por parte dos pais e prescritores sobre a real necessidade desse medicamento, pressão sócio-econômica e cultural, medo de processos judiciais e satisfação da expectativa dos pais. Diante disto, o objetivo desse estudo foi traçar um perfil dos médicos que atendem crianças no Sistema Único de Saúde (SUS) em Sorocaba-SP e em uma Cooperativa de Médicos (Unimed) nas cidades do interior de São Paulo e como eles prescrevem antimicrobianos nos casos de IVAS. Foram enviados questionários aos prescritores com perguntas sobre seu perfil, fatores que interferem em sua prescrição, casos clínicos sobre IVAS e sugestões para diminuir a prescrição de antimicrobianos. A amostra obtida foi de 170 prescritores, a média do tempo de formação foi de 23,5 anos, 13,5% deles não havia feito residência médica em pediatria, 75,3% trabalham predominantemente no SUS, 70,8% apresentam carga horária semanal de trabalho de 40 horas ou mais. Os periódicos foram a principal forma de atualização utilizada, e os que apresentavam menor tempo de formação deram mais importância aos materiais de laboratório que os demais. A grande maioria dos médicos que trabalha no SUS (97,6%) atende mais de cinco pacientes por hora versus 33,1% dos que trabalham no Setor Privado. Os exames laboratoriais foram solicitados em 10 a 15% dos casos de IVAS. Os fatores que interferiram na prescrição de antimicrobianos foram: estado geral da criança, presença de doença de base, tempo de evolução da doença entre outros. Em casos de dúvida sobre a etiologia viral ou bacteriana da infecção, novamente o estado geral foi considerado mais importante seguido de pressão dos pais (este mais importante para os formados há menos tempo), questões legais, necessidade de possíveis reavaliações entre outros. Sobre o conhecimento técnico percebe-se certa dificuldade em relação à segurança e toxicidade dos antibióticos e ainda no diagnóstico de algumas IVAS, principalmente das sinusites e amigdalites bacterianas. Na avaliação da qualidade da prescrição, 32,9% dos médicos apresentaram qualidade abaixo da média calculada e esta se relacionou significativamente com a forma de informação utilizada para sua atualização. Houve tendência à piora da qualidade da prescrição conforme aumentava o número de pacientes atendidos por hora. A partir desses dados, nota-se certo desconhecimento técnico sobre as recomendações atuais no tratamento das IVAS, sendo que essas dificuldades são maiores nos que utilizam meios pouco recomendados para atualização. Educação eficiente sobre o assunto se faz necessária para que possamos melhorar a qualidade da prescrição de antibióticos e evitarmos seu uso desnecessário.
- DissertaçãoPerfil de utilização de antimicrobianos em usuários do Sistema Único de Saúde de uma cidade do interior paulista(2011) Barreto, Reges Evandro TeruelA utilização inadequada de medicamentos é hoje, um grave problema de saúde pública em todo o mundo. O alto índice de prescrições contendo antimicrobianos é cada vez mais alarmante e persistente, intensificando muito os erros das prescrições, com conseqüente aumento nos níveis de resistência bacteriana. Erro de diagnóstico e posologia, ausência de padronização e de utilização dos protocolos estão entre os principais problemas na utilização desses medicamentos. Medidas de controle e conhecimento dos padrões de prescrição estão entre as ações preconizadas pela Organização Mundial da Saúde para o controle da resistência bacteriana. Em vista disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o perfil de prescrição e uso de antimicrobianos no âmbito do Sistema Único de Saúde na cidade de Fernandópolis - SP. O método utilizado foi a pesquisa exploratória, através de entrevistas padronizadas a partir de um questionário estruturado, com questões abertas e fechadas em três Unidades de Saúde Municipal. Foram realizadas 400 entrevistas e os resultados evidenciaram uma população com perfil predominante do gênero feminino, com nível de escolaridade mediano. Relativamente ao uso de antimicrobianos, entre os mais prescritos estão a amoxicilina com 40,7 %, seguido pela cefalexina com 27,6 % e o ciprofloxacino com 10,3 %. Em relação às prescrições, cerca de 20 % dos pacientes não conseguem absorver qualquer informação, e apenas 2,5 % recebem informações sobre possíveis efeitos adversos. Encontrou-se ainda, no presente estudo muitas utilizações consideradas inadequadas, como utilização em doenças de etiologia viral. A ausência de protocolos e a grande variação da farmacoterapia, também foram evidenciados no presente estudo. Os dados encontrados sugerem que o uso dessa classe de medicamentos ainda é feita de maneira empírica e sem controle, na “contramão” das preconizações dos órgãos regulamentadores nacionais e mundiais.
- DissertaçãoPerfil dos pacientes com paracoccidioidomicose e comparação dos tratamentos realizados no Conjunto Hospitalar de Sorocaba - S.P.(2010) Junqueira, Fábio MirandaA Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença fúngica sistêmica, causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. A forma de apresentação predominante no adulto é a crônica, mas quando atinge crianças, adolescentes e adultos jovens, geralmente apresenta-se sob forma aguda ou sub-aguda. É de grande interesse para os países da América Latina onde incide de forma endêmica. Trata-se de uma doença de grande importância epidemiológica e social na região onde foi realizado o estudo. O tratamento é prolongado e com baixa adesão. Existe grande volume de trabalhos científicos que tratam da biologia, imunologia e genética do fungo causador dessa doença, porém todo esse conhecimento não consegue se reverter em novas ferramentas terapêuticas para as pessoas afetadas. Foi realizado um estudo retrospectivo, epidemiológico, transversal, observacional e descritivo, por meio de análise de dados dos prontuários dos pacientes com diagnóstico de PCM atendidos no ambulatório de Medicina Tropical do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). O objetivo do estudo foi traçar o perfil de pacientes com PCM e comparar os tratamentos realizados. O perfil dos pacientes foi: 78% do gênero masculino, 33% na faixa etária entre 50 e 60 anos, 80% apresentavam a forma crônica da doença e o diagnóstico foi realizado principalmente por biópsia da lesão. Em relação ao tratamento, os medicamentos usados foram a associação sulfametoxazol-trimetoprima, itraconazol e anfotericina B. Não houve significância estatística entre a eficácia dos tratamentos empregados em relação a menor tempo de melhora clínica, efeitos adversos e abandono.
- DissertaçãoResistência bacteriana: avaliação do conhecimento em profissionais farmacêuticos no Estado de São Paulo(2013) Boscariol, RodrigoO conhecimento do fenômeno da resistência à agentes físicos e químicos entre os microrganismos data do início da era microbiana. Ao longo dos anos tem sido demonstrado, por inúmeros estudos, que o aumento do consumo de antibióticos contribui para o surgimento da resistência antimicrobiana em vários gêneros de bactéria. As taxas de resistência são maiores quanto maior f or o uso do antibiótico naquele local. O farmacêutico é o profissional voltado para a assistência a médicos e demais profissionais de saúde, no âmbito da infecção e prescrição de antibióticos. Em vista disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o conhecimento dos farmacêuticos do Estado de São Paulo, a respeito da resistência bacteriana aos antibióticos. Realizou-se um estudo transversal, quantitativo, observacional, por meio da aplicação de um instrumento de avaliação sobre a utilização de antibióticos. Obteve-se 754 questionários respondidos e os resultados evidenciaram uma população com perfil predominante do gênero feminino, com formação generalista, maioria de recém-formados, trabalhando em farmácias e drogarias. Sobre a resistência bacteriana, 87,1% concordaram ser problema mundial; 87,1% concordaram com a venda através de retenção de receita para antibióticos; as campanhas educativas obteve maior média de respostas para o combate a resistência bacteriana. Como fontes de informações mais utilizadas foram citadas: bulas, bulários, sites da internet; os farmacêuticos que utilizaram essas fontes de informação obtiveram menores índices de acertos. Recém-formados obtiveram menor índice de acerto em relação a formados com mais de cinco anos de atividade profissional. Farmacêuticos em drogarias e na farmácia hospitalar obtiveram os maiores índices de acerto em relação aos demais locais de trabalho. A análise final desse trabalho demonstra a necessidade de maior atualização, pelos farmacêuticos, em relação aos temas que envolvem a dispensação de antibióticos e o combate à resistência bacteriana.
- DissertaçãoUso prévio de antimicrobianos em pacientes hospitalizados com pé diabético(2011) Quilici, Maria Teresa VerroneA infecção dos pés em pacientes diabéticos é uma complicação frequente, complexa, de alto custo, determinando a amputação imediata em 25% a 50% dos casos. Os agentes de infecção isolados descritos na literatura mostram resistência aos medicamentos de menor custo, sendo necessário estabelecer o tratamento ambulatorial empírico na maioria dos casos. Além disso, diversas especialidades médicas estão envolvidas no atendimento ambulatorial desses pacientes dificultando a implantação de protocolos de tratamento. O objetivo deste projeto foi avaliar o uso prévio de antimicrobianos no tratamento anti-infeccioso em pacientes internados com pé diabético. Foi realizado um estudo transversal envolvendo 100 pacientes diabéticos com complicações infecciosas em membros inferiores, internados no Conjunto Hospitalar de Sorocaba. As variáveis estudadas foram aquelas relacionadas com a doença, infecção e adesão ao tratamento. Os indivíduos foram submetidos à entrevista através de questionário estruturado e dados de prontuários foram colhidos. No intuito de identificar as variáveis independentemente associadas à evolução para amputação em pacientes diabéticos procedeu-se à análise com a regressão múltipla de Cox (com variância robusta), utilizando-se as variáveis que apresentaram valores de p menores que 0,25 à análise univariada. A idade dos pacientes variou de 31,9 a 89,7 anos (mediana de 62 anos). A casuística formada por 68 homens, sendo a maioria branca (78%), de baixo nível sócio econômico e de instrução. A maioria referia fazer acompanhamento do diabetes (79%), mas os níveis glicêmicos na internação estavam elevados. As complicações crônicas mais prevalentes foram: neuropatia (91%) e doença a vascular periférica (63%). A hipertensão arterial e dislipidemia estavam presentes em 72 % e 41%. A maioria apresentou pé diabético neuroisquêmico (86%) e 75% internaram com úlcera grau 4 de Wagner. Ao teste de Morisky, 71% eram não aderentes ao tratamento e os medicamentos mais referidos foram os antidiabéticos (84%) e os anti-hipertensivos (62%). O uso prévio de antibióticos foi verificado em 66% dos casos e durante a internação o uso foi em 95%. Evoluíram para amputação 61% dos pacientes, 14% com desbridamento e 9% com revascularização. Os resultados mostram um risco aumentado de 42% de evolução para amputação em pacientes que fizeram uso prévio de antimicrobianos e sugerem risco aumentado de 26% para os menos aderentes ao tratamento medicamentoso. Além disso, notou-se que para o aumento de um grau na classificação de úlcera pelo critério de Wagner houve um incremento de 65% no risco de amputação. Os pacientes que haviam realizado procedimento conservador antes da internação tiveram risco 63% menor de amputação. Pacientes diabéticos com úlceras no pé devem ser diagnosticados e tratados precocemente, com esquemas antimicrobianos preconizados e adequados à gravidade da lesão, condições clínicas e socioeconômicas. A adesão ao tratamento e a prevenção do pé diabético através de medidas educativas devem ser estimuladas nos serviços que prestam atendimento aos diabéticos e requer abordagem multidisciplinar, evitando-se a progressão das complicações crônicas e a evolução das úlceras para graus mais avançados, que teriam risco maior de amputação. O tratamento conservador realizado antes da internação indica que a atenção e orientação especializada prévia diminuiu o risco de amputação.
- DissertaçãoUtilização de antimicrobianos em gestantes com infecção do trato urinário(2011) Festa, Marisol AlvesA Infecção do Trato Urinário (ITU) é a principal síndrome infecciosa que acomete as gestantes, expondo-a e ao feto, a riscos que podem ser irreparáveis. Pode-se apresentar de três formas, a saber, como bacteriúria assintomática, cistite também conhecida como ITU baixa ou a pielonefrite conhecida como ITU alta. A grande preocupação gira em torno da opção segura para a realização do tratamento das afecções urinárias. A detecção precoce, já nas primeiras consultas do acompanhamento pré-natal, garante a terapêutica para a bacteriúria assintomática (BA) evitando casos de pielonefrite devido ao desconhecimento do caso. Foi realizado um estudo retrospectivo, epidemiológico, quantitativo, transversal, documental, por meio de análise de dados dos prontuários de pacientes gestantes com urocultura positiva pertencentes à rede pública do município de Sorocaba. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização dos antimicrobianos prescritos para o tratamento das infecções do trato urinário (ITU) em gestantes e a relação com os agentes causadores e perfil de sensibilidade. A idade média de 24,8 anos (DP 7,38), variando de 13 a 51 anos de idade, foi encontrada na população analisada. Notou-se o predomínio de Escherichia coli com cerca de 38% dos casos isolados (p<0,05), diferindo de todos os microrganismos encontrados, seguido de Staphylococcus aureus com cerca de 13% dos casos e em terceiro o Citrobacter diversus, com cerca de 12% dos casos. Ao avaliar a presença de leucocitúria com o agente, em destaque os Enterococos associados de maneira muito forte em 100% dos casos. A presença de Candida albicans no terceiro trimestre gestacional mostrou-se mais prevalente, porém sem significado estatístico (p=0,054). Quanto ao perfil da Escherichia coli, não houve nenhum fármaco com resistência total (100%), porém, muito próximo. O que se nota claramente é que com relação aos fármacos de maior segurança, temos opções seguras de tratamento com diminuição considerável para a ampicilina e amoxicilina. As gestantes que estiveram sob terapêutica antimicrobiana durante o primeiro trimestre da gestação, foram todas tratadas com fármacos da categoria B (FDA), com relação ao segundo trimestre gestacional, encontramos 6,90% das gestantes tratadas com fármacos da categoria C (FDA) e, finalmente para o terceiro trimestre de gestação, houve prescrição de fármacos da categoria C em 5,56% das gestantes. Embora a resistência aos fármacos disponíveis não tenha sido elevada, há uma preocupação para os fármacos considerados seguros segundo o FDA.