Navegando por Assunto "Literatura - Estudo e ensino"
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- DissertaçãoEntre retalhos e travessias: relatos de experiências com a literatura no cotidiano escolar(2017) Watanabe, Mariana Fogaça MarceloQuando expostos à leitura de uma obra literária, somos convidados a pensar e expressar opiniões, experimentar vivências, ampliar argumentos, olhares e horizontes, convocados a refletir sobre as inquietações que o texto literário provoca, a partir de sua riqueza de significados e como criadora de situações. As características do contexto contemporâneo, tem provocado desafios para o ensino de Literatura no cotidiano escolar de tal forma, que o problema apresentado por essa dissertação, é de como ensinar Literatura num mundo contemporâneo, líquido. No exercício de elaborar uma resposta a este problema, foi levantada a hipótese de que ao estabelecer empatia com a linguagem e modo de vida dos educandos, o professor numa postura de interprete, apresenta a Literatura que desta forma se aproxima da vida. Para comprovar tal hipótese, numa metodologia de pesquisa-ensino, esta dissertação apresenta dois relatos de experiência com a prática pedagógica em sala de aula no ensino de Literatura realizadas com estudantes da educação básica, de uma escola pública e outra da rede particular de ensino, localizadas no interior do Estado de São Paulo, nos anos letivos de 2011 a 2016. Como fonte de dados para estes relatos de experiências, foi utilizado registros de um diário de campo. Os resultados preliminares apontam para um aumento no número de livros de Literatura retirados da biblioteca para leituras, um maior envolvimento em atividades solicitadas pelo professor, e as leituras de mundo culminaram em discussões relacionando a obra literária com aspectos da própria vida desses estudantes.
- DissertaçãoNarrativas de leitura literária: um estudo no cotidiano escolar(2011) Almeida, Adriana Aparecida Borin deNeste trabalho discuto o ensino de leitura e literatura no Ensino Médio numa escola pública estadual, em Porto Feliz, a partir da aplicação do kit Apoio Saber, enviado pela Secretaria do Estado de São Paulo, referente a obras clássicas como acervo pessoal do aluno. O kit foi utilizado nas aulas de literatura de dois primeiros anos, um diurno e outro noturno, no ano de 2009 e as diferenças de expectativas minhas e dos alunos com relação às atividades de leitura das obras levou-me a questionar as possíveis razões do desinteresse dos alunos e a refletir sobre minha própria prática pedagógica. O presente trabalho discute as seguintes questões: por que ensinar literatura no Ensino Médio, como ensiná-la, de qual literatura os alunos precisam, quais são os objetivos do ensino de literatura na escola, como lidar com os alunos que rejeitam as propostas de leitura literária e quais as subjetividades presentes nos discursos escolares. Trabalho essas questões procurando estabelecer uma relação entre a teoria e a prática, a partir da minha formação como professora e das minhas histórias de vida. Recorro a Britto, Magda Soares, Kleiman, Lajolo, Zilberman, Theodoro, entre outros, para discutir a questão dos sentidos do texto e da leitura como participação social; Umberto Eco, Sartre, Cândido, Nunes, Britto e Vieira para tratar do ensino de literatura e sua função social; sobre a subjetividade presente no discurso utilizo Foucault e Costa; quanto à violência e ao preconceito no discurso escolar, recorro a Schilling, Chauí e Michaud; para refletir sobre a escola e o professor, Sacristán & Gomez, Gramsci e Saviani e, finalmente, para fundamentação teórica sobre a formação do professor de literatura, trago as contribuições de Ramos-Cerqueira e Lima, Celani, Gimenez, Cristóvão, Borges e Dalberio e LeahyDios. Metodologicamente, esse é um trabalho qualitativo e se inscreve como Pesquisa Narrativa, fundamentada em autores como Dewey, Clandinin e Connelly e Mello, onde ao recontar as histórias vividas pelos participantes, pode-se, por meio da linguagem metafórica, construir sentidos que ajudem a entender as questões propostas. Os instrumentos utilizados são as observações e as anotações da pesquisadora durante as atividades em classe, suas histórias de vida e também as dos alunos, numa perspectiva reflexiva (SCHÖN). Ao final, percebi que a forma historicista de ensino de literatura clássica que aprendi durante minha formação escolar e profissional é redutora, fundamentada no livro didático, onde a leitura desempenha o papel apenas de decodificação do código alfabético geralmente pautada em objetivos ilusórios de arte e fruição, que acabam reproduzindo uma visão elitista do ensino de obras literárias e não como possibilidade de questionamento e reflexão. Essa perspectiva, que me parece também internalizada profundamente nos professores e na escola, desapropria alunos e professores de seu próprio discurso, alienando-os de sua classe social e dificultando sua emancipação. É inegável a importância da literatura na construção de identidades e na liberação dos sujeitos. No entanto, para que ela possa cumprir sua função, são necessárias mudanças na formação de professores aliadas à prática reflexiva no ensino, a fim de superar as lacunas entre a teoria e a prática, permitindo que o cotidiano escolar seja um espaço de construção do conhecimento cultural e histórico, a partir da tomada de consciência política entre os professores em relação a sua prática pedagógica.
- DissertaçãoPra que ensinar literatura pra quem carrega saco nas costas?(2003) Batista, Sonia Aparecida IjanoEsta pesquisa objetiva responder a pergunta realizada por um aluno do Ensino Médio de uma Escola Pública : "Pra que ensinar literatura pra quem carrega saco nas costas?" Leahy - Dios, Candido, Gonçalves, Ostrower , Geraldi e Compagnon sinalizaram que o desinteresse do aluno pela literatura tinha causas sociais, ligadas ao utilitarismo advindo da racionalidade espalhada na sociedade, que se materializa em situações objetivas como comer, vestir-se, abrigar-se sob um teto ou arrumar um emprego, contexto que não faz a literatura, enquanto arte, interessante. Entrevi, acompanhada de Sabato, Walty , Britto , Kramer e Geraldi os fantasmas que assombravam os alunos, que não se reconheciam como autores de seus próprios textos, observando que os mesmos não escreviam textos por prazer, mas para cumprir tarefas escolares, como trabalhadores. Busquei, então, uma forma de leitura e escrita que se diferenciasse do cotidiano das aulas e permitisse o não temor aos erros ortográficos, um fantasma sempre presente. Encontrei-a em Memorial do Fim, de Haroldo Maranhão. Em quatro capítulos dessa obra, o autor realiza um processo de apropriação, utilizando-se de fragmentos literários retirados de romances de Machado de Assis, não usando nenhuma palavra sua. Munida da fórmula de Maranhão, apliquei-a num exercício de leitura e escrita, numa 3° série do Ensino Médio - período noturno , da BE. Prof. Carlos Augusto de Camargo", em Piedade para responder ao aluno inquisidor e a mim mesma, enquanto professora de Língua Portuguesa e Literatura: "pra que ensinar literatura pra quem carrega saco nas costas?" A exemplo de Haroldo Maranhão, que escolheu as obras de Machado de Assis selecionei o conto Senhoras de Tchekhov, que narra a história de um professor que estava prestes a perder o emprego. Como resultado, surgiram criações com enfoques diferenciados, porém em nenhum momento os alunos, enquanto jovens trabalhadores , se distanciaram do trabalho e do "saco nas costas" No caminho de Maranhão, foram criadas vinte e uma novas narrativas, num processo de construção semelhante a um quebra - cabeças, onde os alunos retiraram as peças do conto Senhoras de Tchekhov para a construção de suas próprias criações , cujas análises foram realizadas através da Crítica Genética, seguindo os passos de Salles, De Biasi, Gresillon, Hay e Zular. A pesquisa provocou uma ação de simultaneidade, pois a medida em que os vinte e um quebra-cabeças eram montados pelos alunos, em seus textos, havia se montado um outro, o meu, cuja forma permitiu-me captar que a pergunta do aluno-inquisidor havia sido direcionada a mim, enquanto professora de Língua Portuguesa e Literatura, portanto profissional da educação. Uma pergunta, numa noite, vinda do fundo de uma sala de aula do Ensino Médio, através da voz de um aluno, trouxe-me a consciência da importância de ensinar literatura a quem carrega "saco nas costas"
- Dissertação"Se eu tivesse dinheiro eu comprava livros": mundos possíveis na prática da literatura em cotidianos escolares(2021) Negrão, Vanessa Aparecida MarconatoEssa pesquisa de mestrado, financiada pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), tem por finalidade principal investigar, junto às crianças e educadores, práticas de leitura literária e seu processo dialógico de produção de sentidos. Questiona a construção dessa criatividade e dos outros níveis de realidade que são concebidos por meio dela, mais profundos que os do cotidiano, que se constroem em camadas de simbolismos. Propõe pensar um modo de compreender o mundo tendo como base a leitura literária, e pergunta como a experiência com os livros pode contribuir com a formação humana na infância. A apropriação das crianças às histórias pode nos trazer a valiosa possibilidade de conhecer a abstração do olhar infantil. Entende essa fase da vida como um momento privilegiado para a aquisição da cultura e defende que o contato com os livros traz uma infinidade de desenvolvimentos, associados a habilidades criativas. Traz a memória da pesquisadora enquanto leitora precoce até sua condição de professora mediadora de leitura. Discute a função utilitária atribuída à literatura na educação infantil e explora a ideia da literatura para além das definições: como manifestação artística, de fruição estética. Observa que, muitas vezes, paradoxalmente essa experiência existencial segue subordinada a uma ordem de produção e competição mercadológica. Descreve a composição das crônicas produzidas no período de 2017 a 2020 através das mediações de leitura em sala de aula e, posteriormente, publicadas no suplemento infantil Cruzeirinho, do Jornal Cruzeiro do Sul de Sorocaba/SP. Desloca-se também para uma visão dos programas federais de fomento à leitura, opta pela experiência sobre práticas de leitura literária e seu processo dialógico de produção de sentidos, junto às crianças e educadores no cotidiano da educação infantil, na rede municipal de Sorocaba.