Jornalismo literário e cobertura de guerra: a produção de Dorrit Harazim
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Resumo / Abstract
Esta pesquisa parte da seguinte questão: quais elementos de jornalismo literário estariam presentes nas coberturas de guerra e/ou conflitos feitas pela correspondente brasileira Dorrit Harazim? Numa tentativa de respondê-la foi montado o corpus com as oito reportagens publicadas pela jornalista sobre o tema – uma sobre a Guerra do Vietnã (1970), uma sobre o golpe de Estado no Chile (1973), uma sobre o conflito na Cisjordânia (1977) e cinco sobre os atentados em Nova York (2001), cobrindo um período de 31 anos. O método de investigação adotado é a análise de conteúdo francesa (BARDIN, 2011), buscando-se por meio dela as três características de jornalismo literário apresentadas por Martinez (2016): apuração; digestão e compreensão do material apurado; e redação em estilo literário. Para tanto, o objetivo principal é contribuir para a compreensão do jornalismo literário produzido por Dorrit Harazim na cobertura de guerras e conflitos no Vietnã, no Chile, na Cisjordânia e em Nova York. São objetivos específicos: a) explorar aspectos da produção de jornalismo literário em coberturas de guerras e conflitos; b) destacar como se deu a participação de mulheres na produção de jornalismo literário em coberturas de guerras e conflitos; c) identificar especificidades na produção de Dorrit Harazim, referentes ao jornalismo literário e/ou ao fato de ser mulher. O quadro teórico desta pesquisa apoia-se nos conceitos de jornalismo literário (BAK, 2011, 2017; LIMA, 2009, 2014; MARTINEZ, 2016) e cobertura de guerra e conflitos (KNIGHTLEY, 1978; SCHELP, 2016), além de diversas reportagens, relatos pessoais e biografias de correspondentes. Com a análise, identificamos em Dorrit Harazim a competência em produzir jornalismo literário em coberturas de guerra e/ou conflitos com as três características aqui listadas: a jornalista faz ampla coleta de dados durante a imersão em campo; as informações são contextualizadas e relacionadas para que fiquem mais claras, revelando domínio da profissional sobre o tema; e a narrativa é conduzida de modo a contar uma história com descrição de cena, inserção de diálogos, utilização de palavras imagéticas e sonoras e humanização de personagens. Esta investigação foi proposta considerando-se a importância em destacar a produção feminina em coberturas de guerras e conflitos; logo, coube ainda elaborar um apêndice para trazer luz às mulheres mencionadas, justificando as muitas narrativas que podem no futuro ser analisadas.