Perfil do desenvolvimento de crianças com transtorno do espectro autista atendidas em instituição social
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Resumo / Abstract
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por dificuldade em interação social; alterações na comunicação interpessoal; padrões restritos de comportamento e interesses; alterações sensoriais. O conhecimento do perfil de desenvolvimento desta população é importante, porém deve sempre ser considerado o padrão heterogêneo de processamento de informação de cada indivíduo. Instituição social é um ambiente que acolhe e promove estimulação global, com atuação de profissionais de áreas da saúde e educação, incluindo atendimento a crianças com TEA. O objetivo deste estudo foi verificar o desenvolvimento infantil de crianças com TEA atendidas em Instituição Social. Cumpriu-se aspectos éticos (64724522.0.0000.5500). Foram convidadas a participar do estudo 39 crianças, com idade variando entre 12 e 72 meses, atendidas na Instituição Social em que o projeto foi desenvolvido. A amostra foi por conveniência, ou seja, todas as crianças com diagnóstico de TEA, atendidas na Instituição Social, e que cumpriam critérios de inclusão, foram convidadas a participar do estudo. Após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, preenchimento da Anamnese, foram aplicados a Observação do Comportamento Comunicativo (OCC) e o Teste de Screening de Desenvolvimento Denver II, que é uma escala que avalia crianças na faixa etária de zero a seis anos quanto ao desempenho nas seguintes áreas: pessoal-social, linguagem, motor fino-adaptativo e motor grosso. Os resultados foram analisados com estatística descritiva e análise qualitativa. Foram analisados os resultados de OCC e Denver II de 17 crianças, as quais além de preencherem os critérios de inclusão e cumprirem os critérios de exclusão do estudo, aceitaram realizar as atividades propostas. A média de idade cronológica dos participantes foi de 54 meses (variou de 25 a 72 meses). Na OCC verificou-se grande variabilidade de desempenho, desde crianças com ausência de intenção comunicativa, interação com avaliadora, contato ocular, até crianças com brincar funcional, produção de palavras e frases, reconhecimento de objetos e execução de ordens simples. No Denver II, os 17 participantes apresentaram resultado de “risco” para alteração no neurodesenvolvimento. Após análise qualitativa, observou-se, maior alteração na área pessoalsocial, seguida da área da linguagem, considerando a amostra total. Ressalta-se que foi observada alteração no desenvolvimento das áreas motoras fina-adaptativa e grossa também. Ao comparar o desempenho na OCC com o desempenho na área de Linguagem do Denver II, verificou-se correlação positiva e estatisticamente significante. Também foi verificada correlação positiva e estatisticamente significante entre as quatro áreas avaliadas no Denver II. Foi possível concluir que as crianças com TEA atendidas na Instituição Social apresentaram alteração em todas as áreas do desenvolvimento infantil, porém com características individuais e específicas, culminando em desenvolvimento heterogêneo, sem a possibilidade de traçar um perfil de desenvolvimento da população. A reflexão crucial está em compreender que, apesar do diagnóstico de TEA em comum, o desenvolvimento de cada criança é único e o olhar para ela de maneira integral, com compreensão do seu perfil de funcionamento e aprendizagem peculiares, é fundamento para um processo de estimulação que seja assertivo e promova o desenvolvimento do real potencial de cada uma delas.