Repositório Institucional da UNISO
 

O transtorno do espectro autista nos/dos/com os cotidianos escolares : uma experiência autoetnográfica em memórias, artefatos e cartas

Resumo / Abstract

A inclusão de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é tema de relevância crescente na educação contemporânea, especialmente quando se considera a trajetória de luta de mãesprofessoras. Esta dissertação investiga esse processo por meio de memórias, artefatos educativos e cartas, destacando a experiência da mãeprofessora na inclusão dos filhosestudantes e estudantes com TEA. A pesquisa adota a autoetnografia como metodologia, um método autorreflexivo que permite à autora examinar suas experiências pessoais e profissionais. Vinculada à linha de pesquisa “Cotidiano Escolar, Práticas Educativas e Formação de Professores”, a autoetnografia se torna uma ferramenta crucial para descrever e analisar a prática docente e materna na inclusão de filhosestudantes com TEA. A pergunta norteadora que guia esta pesquisa é: como a narrativa de uma mãeprofessora na luta pela inclusão pode contribuir para o emergir do direito ao acesso, permanência e aprendizado de estudantes com TEA na escola? O objetivo geral consiste em apresentar a trajetória autobiográfica da pesquisadora, evidenciando experiências narrativas que permeiam sua luta pela inclusão em diferentes contextos. Os objetivos específicos incluem: a compreensão do conceito de TEA, seu histórico e impactos sociais; a conceituação da autoetnografia como uma metodologia pertinente; e a reflexão sobre a luta pela inclusão, utilizando memórias, artefatos educativos e cartas como eixos centrais de análise. A pesquisa visa integrar material científico que possibilite comparações e análises que possam beneficiar o trabalho de educadores e famílias, servindo como um recurso para futuras iniciativas voltadas à inclusão no cotidiano escolar. A utilização de artefatos na promoção da inclusão é interpretada como uma forma de “(re)existência” e subversão das normas convencionais do cotidiano escolar. Na dissertação, destaca-se que a inclusão escolar deve ser compreendida em um contexto amplo, onde as práticas pedagógicas se entrelaçam com questões sociais e econômicas, exigindo uma educação justa e equitativa. Esse processo contínuo requer adaptação de métodos pedagógicos, valorização das subjetividades e acolhimento da diversidade. Nesse sentido, propõe-se verdadeiramente a “filosofia da presença”, que busca garantir uma presença significativa e engajada no ambiente escolar, crítica à superficialidade frequentemente associada ao termo "inclusão". Ela valoriza o encontro entre diferentes, promovendo a diversidade e a transformação das práticas pedagógicas para atender às necessidades individuais de cada estudante. A importância de reconhecer e valorizar o conceito de “diferente” no contexto educacional reside na capacidade de promover uma sociedade mais equitativa e inclusiva. O “diferente” deve ser encarado não como uma barreira, mas como uma oportunidade de enriquecimento mútuo e de rompimento com a padronização educacional. Por fim, ao enfatizar a relevância da diversidade como um recurso fundamental para a inovação pedagógica, a dissertação propõe que a educação reconheça e valorize o “diferente” como ponto de partida para o desenvolvimento de competências sociais, cognitivas e emocionais, promovendo uma cultura de respeito e equidade, alinhada aos princípios de justiça social e inclusão.


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