Martha Graham: dança, corpo e comunicação
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Resumo / Abstract
Esta pesquisa tem como objetivo analisar as obras Lamentation e Medea de Martha Graham e os aspectos referentes à estrutura sígnica de sua dança que trazia, na época, novos valores estéticos, por meio do processo semiótico. Pretende, então, identificar em sua dança os traços que permitam vislumbrar a presença do ícone ou signo estético, ancorado nos conceitos da semiótica de Charlers Sanders Peirce. Assim, pôde-se mergulhar nos sistemas sígnicos para testar a hipótese de que a nova estética criada pela artista, que traz, em sua estrutura, o signo icônico, território do estético. Tal hipótese fornece os pressupostos para a análise das obras em questão, as quais refletem os estados emocionais e psicológicos mais profundos dos seres humanos. Perseguindo esse objetivo, empreende-se um trajeto que parte da apresentação de Martha Graham, do desenvolvimento de seu trabalho e do nascimento da dança moderna. Volta-se, também, o olhar para a dança como linguagem híbrida e como processo de semiose e para seu suporte, o corpo, o qual se manifesta como um corpo paradoxal. Finalmente, o bloco dos estudos fecha-se com as análises das referidas obras, que guiadas pelo processo da semiose, buscam aprofundar a compreensão de uma minúscula parte do vasto repertório dessa grande bailarina e coreógrafa. Espera-se, assim, estar contribuindo para um melhor entendimento dos processos comunicacionais artístico-culturais e oferecer a possibilidade de uma melhor fruição das obras citadas. O resultado da busca dessas análises levou a uma constatação: as obras que permitiram esclarecer a intersemiose pretendida foram produzidas pela ação do signo icônico na revelação dos sentidos. Diante da compreensão do processo sígnico que se desenhou nessa empreitada, percebeu-se a revelação das múltiplas facetas do signo.