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A reforma curricular em um curso de medicina: determinantes externos e internos e o impacto sobre o trabalho docente

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2016

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Curso



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Resumo / Abstract

Em 2006, o Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, Campus Sorocaba, FCMS da PUC-SP, alterou seu projeto pedagógico para utilizar métodos ativos de ensino/aprendizagem. Este estudo de caso buscou identificar e analisar os principais determinantes externos e internos da reforma curricular e avaliar o impacto desta mudança sobre o trabalho docente. O trabalho foi uma cooperação entre o Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Sorocaba, UNISO e a FCMS da PUC-SP. A pesquisa bibliográfica e a análise documental disponível na FCMS da PUC-SP foram utilizadas para analisar os determinantes externos e internos da reforma curricular, isto é, buscou-se entender e contextualizar temporalmente os movimentos sociais, institucionais e as intenções de órgãos governamentais da educação e da saúde buscando promover mudanças curriculares nos cursos de medicina no Brasil, que pudessem adequar o perfil do médico formado às necessidades da população e do Sistema Único de Saúde, o SUS. Os dados sugerem que a proposta da FCMS da PUC-SP buscava atender a insatisfação da comunidade acadêmica, mas trazia, já na sua origem, os mesmos princípios norteadores das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina de 2001 e se adequava às necessidades geradas pelo SUS. Para avaliar o impacto sobre o trabalho docente, foi construído um questionário respondido por mais de 50% dos professores e realizadas entrevistas com seis docentes que viveram a reforma curricular. De maneira geral, os docentes que responderam o questionário têm uma visão positiva do curso, com 63,7% dizendo-se satisfeitos com o trabalho e 69,6% motivados para o trabalho. Em aspectos mais específicos, esta visão positiva diminui, sendo as instalações físicas e a qualidade do profissional formado consideradas adequadas por 51% e 57,8% dos docentes, respectivamente. A inserção dos alunos em atividades na atenção primária desde o início do curso foi considerada importante para a formação do futuro médico por 90,2% dos docentes, que também consideram a organização dos alunos em pequenos grupos positiva para o aprendizado, para a interação professor/aluno e para a atividade do professor. Os docentes indicaram o modelo pedagógico e a motivação dos alunos como fatores que facilitam o progresso do currículo. Entre os fatores que dificultam o andamento do curso, os mais citados foram as dificuldades na avaliação dos alunos e a falta de capacitação contínua dos docentes. As entrevistas confirmaram a boa aceitação do método pedagógico em prática e esclareceram questões levantadas na análise do questionário, entre elas, a importância da participação dos alunos no processo de ensino/aprendizagem e a influência que as dificuldades em relação à infraestrutura, à avaliação do aluno e à capacitação dos docentes exercem sobre as atividades diárias dos docentes. Em conclusão, a avaliação constante do processo de ensino e a rápida tomada de decisão institucional são necessárias para manter o currículo vivo.


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