Dissertações e Teses
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Navegando Dissertações e Teses por Orientador "Oshima-Franco, Yoko"
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- DissertaçãoAtividade farmacológica de frações de diferentes polaridades de Casearia gossypiosperma Briquet contra o bloqueio neuromuscular induzido pelos venenos ofídicos (cascavel e jararacuçu)(2012) Silva, Juliana de Oliveira SoaresEstudos prévios mostraram que o extrato seco de folhas de Casearia gossypiosperma Briquet (C. gossypiosperma), popularmente conhecida como paude-espeto, impediu o bloqueio neuromuscular induzido pelo veneno de Bothrops jararacussu (B. jararacussu), agregando valor medicinal à espécie. Os objetivos desta pesquisa foram testar o extrato liofilizado de C. gossypiosperma contra o veneno bruto de Crotalus durissus terrificus (C. d. terrificus) e fracionar o extrato seco a fim de isolar/identificar compostos das frações ativas contra os venenos ofídicos de cascavel e jararacuçu (estudo biomonitorado). Para tanto, foi obtido um extrato seco das folhas desta espécie que, em seguida, foi fracionado por partição líquido-líquido utilizando-se solventes de diferentes polaridades (hexano, FHEX; diclorometano, FDM; acetato de etila, FAET; e metanol, FMET). Métodos cromatográficos (em coluna, CC; em camada delgada comparativa, CCDC; e em camada delgada preparativa; CCDP) foram empregados até a obtenção de compostos puros, que foram submetidos à técnica de ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H) e carbono (RMN 13C). O extrato liofilizado (50 µg/mL) não impediu o efeito neurobloqueador do veneno de C. d. terrificus (10 µg/mL, n=10), diferentemente da fração hexânica liofilizada, que protegeu parcialmente contra a paralisia induzida pelo veneno de C. d. terrificus (10 µg/mL; 48,3 ± 10,8%, n=10), no tempo de 120 minutos (p<0,05). Já as demais frações liofilizadas FDM, FAET e FMET (25 µg/mL, cada), não demonstraram efeito protetor estatisticamente significativo contra o veneno (p>0,05). Nos ensaios farmacológicos para a neutralização do veneno de B. jararacussu (40 µg/mL), ficou evidenciada a proteção da fração hexânica liofilizada (10 µg/mL) no tempo de 120 minutos, em 94,8 ± 2,6% (n=5), assim como as demais frações liofilizadas FDM, FAET e FMET, que demonstraram proteções significativas (p<0,05), em 60,9 ± 8,7% (n=6), 44,7 ± 9,1% (n=7) e 38,6 ± 5,0% (n=5), respectivamente, aos 120 minutos. Em virtude de a fração hexânica ter sido a que demonstrou melhor atividade contra os venenos estudados, esta foi subfracionada por cromatografias em coluna e em camada delgada preparativa. Dentre as subfrações obtidas neste processo, duas foram submetidas à espectrometria de RMN 1H, sendo uma delas caracterizada como uma mistura de terpenos e a outra, mais purificada, submetida para a obtenção de espectros de ressonância magnética nuclear (RMN) bidimensionais, mas cuja massa não foi suficiente para a elucidação da estrutura química. Avaliando os resultados em conjunto é possível concluir que a fração hexânica foi a principal responsável em proteger contra o bloqueio neuromuscular induzido por ambos os venenos ofídicos estudados.
- DissertaçãoEfeito antibotrópico da Plathymenia reticulata Benth sob o parâmetro da junção neuromuscular(2010) Farrapo, Nicole MoreiraEntre os 20.000 acidentes ofídicos anuais notificados no Brasil, o gênero Bothrops representa cerca de 90%. O veneno bruto da serpente Bothrops jararacussu (Bjssu), apresenta uma ação proteolítica que causa uma severa mionecrose tanto in vivo como in vitro e bloqueio neuromuscular. Estudos in vitro realizados anteriormente com o extrato hidroalcoólico da Plathymenia reticulata Benth (P. reticulata), demonstraram o efeito antibotrópico da planta contra o bloqueio neuromuscular induzido pelo veneno de Bjssu. Frente ao exposto os objetivos desse estudo foram: 1) avaliar o efeito farmacológico de extratos de diferentes polaridades (hexano, EHEX; diclorometano, EDM; acetato de etila, EAET; e metanol, EMET), obtidos das cascas de P. reticulata, contra o bloqueio neuromuscular irreversível induzido pelo veneno bruto de Bjssu, em preparações isoladas nervo frênico-diafragma de camundongos; 2) análise histológica dos músculos diafragmas, expostos ao estudo farmacológico; 3) avaliar o índice de mutagenicidade do extrato hidroalcoólico da P. reticulata, através do Teste de Ames, utilizando cepas mutantes de Salmonella typhimurium. O extrato diclorometano (EDM) foi o mais eficiente (92 ± 6,2%) em impedir a paralisia neuromuscular induzida pelo veneno bruto de Bjssu em comparação aos outros extratos (*p<0,05), resultando em uma resposta muito próxima à das preparações incubadas com Tyrode (controle). O dano morfológico induzido pelo efeito miotóxico do veneno de Bjssu, bem como o efeito neutralizante do extrato EDM, foram quantificados através de análise histológica dos músculos, mostrando que o EDM reduziu em 58,2% a mionecrose causada pelo veneno. O extrato hidroalcoólico de P. reticulata (EHPr) mostrou-se mutagênico para a linhagem bacteriana de Salmonella typhimurium TA98 e apresentou indícios de mutagenicidade para as linhagens TA97a e TA102. Avaliando os resultados em conjunto conclui-se que a P. reticulata apresenta ação antibotrópica in vitro e potencial antitumoral pela sua capacidade mutagênica.
- DissertaçãoEfeito da associação finasterida e blend contendo fatores de crescimento pelo parâmetro da mutagenicidade (teste de Ames)(2020) Constantino, EdersonIntrodução: A alopecia androgenética (AAG) é uma condição que interfere na qualidade de vida, na autoestima e na vida social do indivíduo acometido. A busca pelo melhor tratamento para erradicar ou minimizar a queda de cabelo depende da segurança do seu uso. Para aferir segurança a um composto ou a uma mistura devese conhecer a sua toxicidade, incluindo a genotoxicidade, e o ensaio Salmonella/microssoma é recomendado para esta finalidade. Objetivos: O objetivo desse estudo foi verificar a segurança da combinação finasterida com um blend contendo fatores de crescimento, através do parâmetro Salmonella/microssoma (teste de Ames). Metodologia: As concentrações de Finasterida (50 mg/mL), blend de fatores de crescimento (1,2 mg/0,1 mL) e a associação Finasterida + blend (50 mg/mL, cada) foram preliminarmente ensaiadas em limite máximo preconizado pelas agências regulatórias (5 mg/placa) com a linhagem S. typhimurium TA100 para o teste de toxicidade. Posteriormente realizou-se o ensaio em linhagens de TA97a, TA98, TA100 e TA102, na ausência (-S9) e na presença (+S9) de ativação metabólica exógena. Os resultados foram analisados estatisticamente com controles (positivo de cada linhagem, negativo e espontâneo) e os índices de mutagenicidade (IM2,0) calculados. Todos os ensaios foram realizados em triplicata. Resultados: Os valores máximos de 5 mg/placa de Finasterida, do blend e da associação não apresentaram toxicidade à linhagem TA100. No Teste de Ames, sem ativação metabólica, a finasterida, o blend e a associação não se mostraram mutagênicos nas linhagens testadas. Na presença de ativação metabólica, o blend apresentou mutagenicidade dependente da concentração, sendo segura de 0,12 a 0,000012 mg/placa após sofrer diluições em série. Entretanto, quando em mistura com concentração fixa de finasterida (5 mg/placa), o resultado foi positivo para a linhagem TA98 e TA100, indicando a participação de metabólitos da finasterida na mutagenicidade. Conclusão: O blend comercial estudado não mostrou ser um mutágeno direto, por não apresentar mutagenicidade na ausência de ativação metabólica. Entretanto, na presença de ativação metabólica, concentrações 1,2 mg/placa do blend resultaram em falso-positivo de mutagenicidade por conter em sua composição, histidina no complexo de cobre, que foi completamente atenuado em concentrações de 0,12 a 0,000012 mg/placa, consideradas seguras. Mesmo em concentrações seguras do blend, a associação com a finasterida induziu mutação reversa nas cepas TA98 e TA100 (+S9), cujas evidências da literatura, pode ter sido causada pelo metabólito finasterida-ω-ácido-óico.
- DissertaçãoEfeito dos cogumelos Agaricus blazei e Ganoderma lucidum sobre o desenvolvimento embrionário e gestacional de ratas wistar(2021) Mendes, Camila FigueiraA teratogenicidade caracteriza-se como a capacidade que um composto apresenta de provocar alterações congênitas, decorrentes da sua exposição durante a gestação. Por isso, o uso de substâncias durante a gestação deve seguir rigoroso controle para evitar danos ao concepto. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da administração diária de Agaricus blazei e Ganoderma lucidum em ratas prenhas, por meio de testes pré-clínicos. Este projeto foi aprovado pelo Ceua/Uniso (Protocolo n. 089/2016). Cinco grupos (n=6, cada) foram formados aleatoriamente, sendo: controle salina (Cs), A. blazei (AbA), A. blazei (AbD), G. lucidum (GlA) e G. lucidum (GlD). Foram administrados diariamente, via gavagem, volume de 1,5 mL contendo doses de 100 mg/kg, de pó liofilizado de cada cogumelo dissolvido em solução salina no período de 19 dias de gestação. Igual volume de solução salina foi administrado ao grupo Cs. No 20º dia gestacional, as fêmeas foram anestesiadas e eutanisiadas. Amostras biológicas foram coletadas como: sangue, para as análises bioquímicas e hematológicas; rins e placenta para análises histológicas dos órgãos maternos; cornos uterinos, para análises morfométricas e morfológicas dos fetos. Não se observaram efeitos deletérios no perfil reprodutivo e gestacional perante a exposição aos cogumelos nos períodos de pré-implantação e implantação (1º ao 8º dia gestacional), porém o uso dos cogumelos no período organogenético (9º ao 19º) apresentou redução significativa do crescimento crânio-caudal, caudal e crânio (antero-posterior). Os parâmetros hematológicos contagem de leucócitos, contagem de hemácias, Hemoglobina, Hematócrito e Plaquetas analisados do grupo tratado não apresentaram diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo controle. Não foi observada hepatotoxicidade mensurada através das enzimas hepáticas, nem diferença significativa dos níveis de insulina e glicose, quando comparados ao controle. Houve redução plasmática de colesterol total e triglicérides. A administração oral de A. blazei e G. lucidum apresentou redução significativa do crescimento crânio-caudal (antero-posterior), porém em períodos diferentes pós-implantação, esta malformação pode ser causada por mecanismos diferentes. A exposição aos cogumelos não causou alteração no desenvolvimento gestacional e fetal. Não se observou modificação na morfologia do glomérulo renal materno, nem alteração na morfologia placentária, entretanto foi possível observar o aumento na quantidade de células produtoras de glicogênio quando a ocorre a exposição à Ganoderma lucidum anterior à implantação. Os cogumelos não demonstraram ação teratogênica e favoreceram o desenvolvimento da gestação e o crescimento normal do feto. Porém, a exposição deve ser realizada com cautela considerando o período gestacional e a quantidade utilizada.
- DissertaçãoEfeitos farmacológicos do guaco (Mikania laevigata Shultz Bip. ex Backer) frente às ações do propanolol e salbutamol, em modelo experimental de musculatura estriada(2013) Novaes, Lourdita FazanoO guaco (Mikania laevigata) é planta popularmente utilizada para o alívio de sintomas respiratórios, tendo suas propriedades terapêuticas reconhecidas por estudos experimentais e pré-clínicos, porém com mecanismos de ação não completamente esclarecidos e atribuídos em parte a seu principal marcador, a cumarina. O salbutamol é fármaco de reconhecida ação broncodilatadora via receptores-β₂ de musculatura lisa de vias aéreas e o propranolol antagonista não seletivo de receptores-β, utilizado na clínica com diversas finalidades e ambos em estudos experimentais. Este trabalho teve como objetivos, produzir extratos de diferentes polaridades de M. laevigata (EHA- hidroalcoólico; INF1 e 2%- aquoso por infusão; EH- hexano; ED-diclorometano; EAC- acetato de etila; EM- metanol), caracterizá-los através de cromatografia em camada delgada, utilizando como referência seu marcador (fitoquímico comercial cumarina- 1,2-benzopirona); verificar os efeitos farmacológicos dos extratos e comparar com os do salbutamol, propranolol (Prop.) e fitoqúimico em modelo experimental de nervo frênico-diafragma de camundongo, tendo em vista a ação do conjunto de fármacos, fitoquímico e extratos em musculatura estriada esquelética. Os resultados mostraram ação tanto dos fármacos quanto dos extratos na resposta contrátil por estimulação indireta (%), ao final de 1 hora: o propranolol (48,4±7,2 com 0,4µM n=6) e o fitoquímico (65,3±5,4 com 200µg/ml n=5) produziram efeito bloqueador; o salbutamol (105,9±8,7 com 20µg/ml n=4; 113,7±8,7 com 100µg/ml n=7 e 105,2±10 com 500µg/ml n=4) e os extratos (EHA 99,4±3 com 1mg/ml n=6; INF2 137±3,1 n=3; EH 200µg/ml+ PEG 400 3µl/ml 105,3±4,7 n=3; ED 200µg/ml+DMSO 6µl/ml 82,3±4,4 n=3; EAC 100µg/ml+PEG 400 3µl/ml 103±5,2 n=3) produziram efeito facilitador da contração muscular, sendo maior o do extrato aquoso (INF2) que também interferiu significativamente no bloqueio induzido pelo propranolol (INF1 com 200µg/ml+Prop. 0,4µM 92,8±7,5 n=5). O extrato hidroalcoólico mostrou interferência nas ações do propranolol (EHA 1mg/ml+Prop. 0,4µM 0±0 n=4) e salbutamol (EHA 200µg/ml+salbutamol 0,3µM 102,8±8,4 n=5) com tendência para bloqueio nos dois casos. O extrato de acetato de etila mostrou diferença significativa na resposta entre os solventes utilizados (EAC 200µg/ml+PEG 400 3µl/ml 94,5±5,1 n=5 e EAC 200µg/ml+DMSO 6µl/ml 72,1±1,4 n=5). O fitoquímico cumarina, não apresentou no modelo ação correspendente à dos extratos e interferiu no efeito facilitador do salbutamol (T=20 salbutamol 0,3µM 111,3±2,4 T=30 salbutamol 0,3µM/cumarina 500µg 105,7±2,4 n=5). Os extratos com presença marcante do ácido o-cumárico apresentaram resposta farmacológica mais expressiva. Estes resultados sugerem que as ações do guaco se desenvolvem por meio de fitocomplexo e através de múltiplos mecanismos de ação, dentre os quais a possível participação de vias adrenérgicas. Palavras chave: Mikania laevigata. Propranolol. Salbutamol. Junção neuromuscular. Músculo estriado esquelético.
- DissertaçãoEstudo biomonitorado de compostos isolados da planta Dipteryx alata Vogel contra venenos ofídicos(2013) Ferraz, Miriéle CristinaEm estudos prévios, o extrato seco de cascas da planta Dipteryx alata Vogel impediu o bloqueio neuromuscular induzido pelo veneno de Bothrops jararacussu (VBjssu), mas não de Crotalus durissus terrificus (VCdt). Posteriormente, foram isolados e elucidados estruturalmente 18 fitoquímicos da planta. Neste estudo, foram biomonitorados 8 desses fitoquímicos, classificados como triterpenóides, ácidos fenólicos e flavonóides, contra a irreversível paralisia nervo-músculo induzida pelos venenos VBjssu e VCdt. Os registros miográficos dos diferentes protocolos experimentais foram obtidos através de técnica miográfica convencional, utilizandose preparações nervo frênico-diafragma de camundongos (ex vivo) ou preparações nervo ciático poplíteo externo-tibial anterior de ratos (in situ). Assumiu-se que o protocolo experimental resultante de ensaios ex vivo de neutralização (incubação prévia de veneno e fitoquímico) de maior eficácia, comparativamente à neutralização dos venenos pelo antiveneno botrópico comercial (AVB), seria posteriormente ensaiado in situ com o veneno mais sensível aos fitoquímicos. Os ensaios in situ tiveram como referência o antiveneno botrópico administrado intravenosamente. A miotoxicidade foi avaliada através de microscopia óptica de preparações resultantes dos bioensaios ex vivo. Os resultados ex vivo obtidos mostraram que o bloqueio característico induzido por VBjssu foi impedido: a) quando pré-incubado com os triterpenóides: Lupeol, Betulina, Lupenona e 28-OH-Lupenona, que ao final de 120 minutos tiveram a resposta aumentada para 70,1% ± 7,9 (n=5); 68,3% ± 7,0 (n=11); 45,2% ± 9,4 (n=7); 54,3% ± 5,4 (n=4), respectivamente; b) quando pré-incubado com os ácidos fenólicos: Ácido Vanílico, Vanilina e Ácido Protocatecuico para 53,9% ± 3,1 (n=4); 27,9% ± 1,8 (n=4); 23,6% ± 3,6 (n=4), respectivamente; c) quando préincubado com 3’,7,8-Trihidroxi-4’- metoxiisoflavona para 83,8% ± 5,0 (n=4); e d)comparativamente ao AVB 72,6% ± 3,4 (n=4), não havendo diferença significativa do tratamento com a Betulina em relação ao AVB. Para o bloqueio característico induzido por VCdt, a resposta foi aumentada significativamente (p<0,05) e ao final de 120 min. encontraram-se 39,5% ± 8,9 (n=9) e 49,5% ± 8,1 (n=4) de fibras que respondiam ao estímulo indireto quando pré-incubadas com Betulina e Lupenona, respectivamente, mas não quando incubadas com Lupeol (n = 6) e 28-OH-16 Lupenona (n = 4). A média da quantificação do dano morfológico (n=3, cada protocolo) mostrou que o VBjssu provocou lesões de 50,27% ± 5,4, que passaram para níveis de 18% ± 2,4 e 24% ± 3,7 quando tratadas com Betulina e Lupeol, sendo que estes sozinhos induziram danos de 16% ± 1 e 13,0% ± 2,6, respectivamente. Já os níveis de lesões ocasionados por VCdt foram de 43,9% ± 4,1, que passaram para níveis de 13,0% ± 2,6 e 27% ± 3,2, quando tratadas com a Betulina e a Lupenona, sendo que estes sozinhos induziram danos de 16% ± 1 e 22% ± 3, respectivamente. Os resultados da resposta contrátil obtidos in situ frente à incubação com VBjssu (40 μg/mL, 120 min) foram de 73,25% ± 1,68 (n=4) e aumentada para 92,23% ± 0,45 (n=4), com AVB administrado intravenosamente. Conclui-se que em modelo ex vivo, dentre os ácidos fenólicos, o Ácido Vanílico foi o que apresentou melhor capacidade neutralizante contra o efeito bloqueador induzido pelo veneno VBjssu, assim como o flavonóide - 3',7,8-Trihidroxi-4'-metoxi-isoflavona e o triterpenóide Betulina. Este fitoquímico foi o mais investigado neste estudo, pois protegeu contra os efeitos miotóxicos e neurotóxicos de ambos os venenos, sendo indicado para estudos futuros em modelo in situ, administrado intraperitoneal ou intravenosamente após a injeção intramuscular dos venenos, em modelo simulado de acidente ofídico.
- DissertaçãoNanopartículas de prata (AgNPs): efeitos sobre lesões de nervo periférico e músculo de roedores e avaliação de mutagenicidade (teste de Ames)(2019) Moreno, Débora Antunes NetoIntrodução: As Nanopartículas de prata (AgNPs) possuem características antimicrobianas e esta razão tem inúmeras aplicações medicinais, incluindo lesões teciduais. Objetivos: Portanto o objetivo do trabalho foi avaliar a eficácia de AgNPs 50 nm em modelos experimentais de lesão e a toxicidade. Metodologia: Foram utilizados 2 (dois) modelos a) ex vivo, em preparações nervo frênico-diafragma de camundongos, usando como ferramenta farmacológica o veneno de Bothrops jararacussu (Bjssu, 60 μg/mL), reconhecidamente neurotóxico e miotóxico, através de técnica miográfica. Os músculos resultantes dos ensaios ex vivo foram analisados através de microscopia de luz e comparados com controle de solução nutritiva de Tyrode. b) in vivo, em modelo de queimadura de segundo grau induzido por um dispositivo metálico através de contato térmico, em ratos. A recuperação da lesão causada por queimadura foi comparada macroscópica e diariamente por 28 dias frente ao tratamento com AgNPs e comparado com salina (não tratado). Nos 7º, 14º, 21º e 28º dias, dois animais de cada grupo foram sacrificados e a área da queimadura foi analisada macroscopicamente (análise de imagem – fotografia) e por microscopia de luz. Foi analisado a toxicidade e mutagenicidade: O teste de Ames foi conduzido com e sem ativação metabólica, em misturas de veneno com AgNPs e comparadas com controles de veneno e AgNPs, isoladamente, após ensaios preliminares de toxicidade. Resultados: Na JNM apenas 37,2 ± 6,0% das fibras musculares mostraram-se fisiologicamente ativas perante a exposição ao veneno, ao final de 120 minutos, enquanto a neutralização deste efeito do veneno, pelas AgNPs, garantiu o funcionamento de 74,7 ± 4,3% das fibras musculares. Nas queimaduras, as AgNPs não apresentaram diferença significativa na cicatrização da queimadura, nem no peso dos fígados dos animais, entretanto foi observada a presença de hemorragias na cavidade abdominal dos animais E7 e diferenças na coloração e consistência dos mesmos, mostraram diferenças em níveis de GSH, podendo indicar hepatotoxicidade. As AgNPs na ausência de ativação metabólica não apresentaram mutagenicidade a nenhuma cepa. Entretanto, quando ativados metabolicamente elas mostraram-se mutagênicas nas cepas TA98 e TA100. O veneno de Bjssu, na ausência do sistema de metabolização mostrou-se mutagênico à cepa TA100. Quando acrescentou-se o sistema de metabolização mostrou-se mutagênico em todas as cepas. Na mistura, na ausência de ativação metabólica, não foram mutagênicos a nenhuma cepa. Entretanto, quando ativados metabolicamente elas mostraram-se mutagênicas nas cepas TA97a e TA98. Conclusão: Os resultados obtidos mostraram que as AgNPs foram eficazes contra o bloqueio neuromuscular, mas não contra o efeito miotóxico, induzidos pelo veneno de Bjssu; não apresentou vantagens no processo de cicatrização da lesão causada por queimadura de segundo grau comparativamente ao soro fisiológico, ao final de 28 dias. Para o teste de Ames, os resultados em conjunto mostram que as AgNPs atenuam in vitro o efeito mutagênico do veneno.
- DissertaçãoNanopartículas de prata (AGNPS): mutagenicidade e influência sobre os efeitos tóxicos do veneno da serpente Philodryas olfersii (Colubridae)(2021) Assunção, Jaqueline de Cássia ProençaIntrodução: As nanopartículas de prata (AgNPs) despertam interesse principalmente pela sua propriedade antibacteriana e são produzidas pela ação de agentes redutores sobre íons prata. Em plena era da química verde que busca eliminar o uso e geração de substâncias nocivas à saúde humana e ao ambiente, a curcumina proveniente da Curcuma longa tem sido utilizada como um precursor para a obtenção de AgNPs promissoras nos estudos em venenos ofídicos. A serpente Philodryas olfersii é conhecida como não peçonhenta devido à sua dentição opistóglifa, entretanto, seu veneno produz edema, eritema, hemorragia e muita dor quando ocorrem acidentes em humanos. Tendo em vista que o tratamento convencional para acidentes ofídicos (soro antiofídico) não se mostra eficaz contra efeitos locais, que são os principais efeitos do veneno de P. olfersii, é importante a busca por novos compostos com potencial ação antiofídica. Objetivos: Os objetivos deste estudo foram avaliar a toxicidade de AgNPs sintetizadas com curcumina por meio do ensaio de mutagenicidade e, farmacologicamente, avaliar a sua influência contra os efeitos neurotóxico e miotóxico ex vivo do veneno da serpente P. olfersii (Colubridae). Metodologia: O delineamento do estudo foi in vitro e com animais (CEUA/Uniso 159/2019). Definida a toxicidade preliminar das AgNPs sintetizadas com curcumina (0,081 mg/mL-130 nm), a mutagenicidade foi avaliada pelo parâmetro Salmonella/microssoma (Teste de Ames) utilizando-se as linhagens de Salmonella typhimurium TA97a, TA98, TA100 e TA102, com e sem ativação metabólica, em triplicata e na presença de controles positivo, negativo e espontâneo. O estudo farmacológico foi realizado em preparações Biventer cervicis de pintainhos, por meio de técnica miográfica convencional e adições exógenas de acetilcolina (ACh) e cloreto de potássio (KCl) . Para avaliar a miotoxicidade, alíquotas foram retiradas do banho para a dosagem da enzima creatinoquinase (CK). Os resultados foram analisados estatisticamente e considerados significativos os valores com p<0,05. Resultados: As AgNPs sintetizadas com curcumina foram eficientes com apenas 0,0162 ng/mL, quando pré- incubada por 30 minutos com 50 µg/mL do veneno de P. olfersii. Esta mistura protegeu contra o bloqueio das contrações e contraturas (ACh e KCl) na preparação Biventer cervicis de pintainho. Sua eficiência também foi importante na preservação pós-sináptica, pois o veneno afeta os receptores pós-sinápticos e a membrana do sarcoplasma, demonstrados pelas respostas contraturantes de ACh e KCl. A dosagem de CK liberada no banho contendo a preparação neuromuscular, frente aos diferentes protocolos experimentais, não foi estatisticamente diferente do controle de Krebs. Conclusão: As AgNPs foram eficazes contra o bloqueio neuromuscular em B. cervicis contra as injúrias causadas pelo veneno da P. olfersii e não mostraram-se seguras pelo parâmetro do teste de Ames. Nos ensaios em bactérias, as AgNPs mostraram-se não mutagênicas na ausência do sistema microssomal, porém, mutagênicas na presença de ativação microssomal. A dosagem de creatinoquinase não se mostrou um bom biomarcador quando realizadas em amostras coletadas do banho contendo a preparação neuromuscular.
- DissertaçãoO efeito facilitatório de frações de Casearia sylvestris SW. sobre a fisiologia do sistema esquelético motor de mamífero e ave(2014) Werner, Adriana CarolinaInúmeras potencialidades medicinais foram relatadas com extratos oriundos de diversas partes da planta Casearia sylvestris. Estudos prévios demonstraram que extratos tanto aquoso quanto hidroalcoólico de C. sylvestris expressaram significativo efeito facilitatório em modelo nervo frênico-diafragma de camundongos. O benefício clínico na busca de novos agentes facilitadores é amplo. Dependendo da sua farmacodinâmica, sob o parâmetro da junção neuromuscular, pode-se pensar em aplicações nas doenças neuromusculares que causam paralisia, como adjuvantes no tratamento de envenenamentos causados por toxinas, na reversão de bloqueadores neuromusculares, entre outros. Os objetivos deste estudo foram: a) identificar farmacologicamente o efeito facilitatório em frações orgânicas de diferentes polaridades obtidas de folhas de C. sylvestris; b) Analisar músculos resultantes de tratamentos com frações neurofacilitadoras através de microscopia de luz; c) Determinar o efeito da fração facilitadora em relação à colinesterase e creatinoquinase (CK); e, d) investigar a farmacodinâmica da fração neurofacilitadora. As frações de C. sylvestris (hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol) foram ensaiadas em preparações nervo frênico-diafragma (NFD) de camundongos na concentração de 200 μg/mL. Músculos diafragmas tratados com frações identificadas como neurofacilitadoras foram submetidos à microscopia de luz para verificar possível miotoxicidade; e bioquimicamente foi determinada a atividade de CK em preparações biventer cervicis (BC) de pintainho tratadas com a fração metanólica (FM) na concentração de 240 μg/mL.O estudo farmacodinâmico foi realizado utilizando-se ferramentas farmacológicas em preparações estimuladas direta ou indiretamente. Em alguns protocolos foram aplicados estímulos tetanizantes (40 Hz). Experimentos realizados com frações de diferentes polaridades da C. sylvestris, na concentração de 200 µg/mL, mostraram que as frações acetato de etila e metanólica foram as responsáveis pelo efeito de facilitação. A análise histológica comprovou a ausência de danos ao tecido muscular de preparações tratadas com essas frações, em relação ao controle Tyrode. A FM foi selecionada para os ensaios farmacodinâmicos em virtude do maior rendimento obtido. Do estudo farmacodinâmico, com fármacos de atuação em sítios específicos da junção neuromuscular, temos que: em preparações previamente curarizadas, a FM demonstrou atividade antagonista de diferente intensidade, assim como os fármacos neostigmina e 3,4 diaminopiridina (3,4 DAP). A aplicação de estímulo tetanizante (40 Hz) não apresentou a inibição de Wedensky, característica de anticolinesterásicos como a neostigmina. Em 9 preparações previamente tratadas com dantrolene, a FM não apresentou nenhum efeito, excluindo-se a possibilidade de competição com o dantrolene no receptor rianodina. Em preparações estimuladas diretamente, a adição de FM não produziu nenhum efeito sobre o sarcolema. Em preparação BC a FM não alterou as contraturas induzidas pela adição de acetilcolina exógena (ACh) e cloreto de potássio (KCl). Experimentos com nifedipina mostraram que o efeito facilitador da FM pode ser modulado por cálcio extracelular. A participação de receptores pré-juncionais foi excluído pelos resultados obtidos com atropina. A tetrodotoxina antagonizou o efeito facilitador da FM, sendo que o mesmo não ocorreu com 3,4 DAP e neostigmina. Os resultados apresentados mostram que o local de ação da FM ocorre à nível pré-sináptico através da ativação de canais de sódio neuronais, podendo a neurofacilitação ser modulada pelo cálcio extracelular.
- DissertaçãoProtocolo do circuito de hemoperfusão em ratos para remoção de veneno ofídico(2017) Oliveira, Maximilian EstevanO tratamento específico ao envenenamento ofídico é a soroterapia, pela administração endovenosa (e.v.) de soro antiofídico. Estudos prévios com ácido tânico mostraram que este agente precipita venenos ofídicos aniquilando seus efeitos tóxicos. Entretanto, o seu uso e.v. é contraindicado por precipitar igualmente as proteínas sanguíneas, o que remete à alternativa da hemoperfusão, principalmente em casos graves de envenenamento. Os objetivos deste estudo foram: a) implantar um protocolo de circuito para hemoperfusão em ratos visando à remoção de veneno ofídico; b) avaliar a eficácia de cartucho de hemoperfusor confeccionado com grânulos de carvão ativado (adsorção) aprisionados em ácido tânico comercial (precipitação) na remoção do veneno de Crotalus durissus terrificus (Cdt) comparativamente ao seu antiveneno específico, que representou a condição controle; c) avaliar a influência da técnica de hemoperfusão sobre o perfil hematológico (contagem de eritrócitos, plaquetas e leucócitos). O delineamento do estudo foi experimental in vivo com animais, que foram divididos em 3 grupos: I) hemoperfusão: representou o controle da implantação do circuito de hemoperfusão; II) Cdt & antiveneno (controle); III) Cdt & Hemoperfusão. Findo os experimentos os animais foram sacrificados após aprofundamento anestésico para coleta de sangue e posterior contagem de eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Os resultados obtidos foram: o circuito para hemoperfusão em ratos foi implantado com êxito; o cartucho para hemoperfusão mostrou-se eficaz na remoção do veneno crotálico, comparativamente ao antiveneno específico; e a hemoperfusão não teve impacto sobre a quantidade total de leucócitos e eritrócitos em todos os grupos tratados, mas diminuiu significativamente a quantidade de plaquetas.
- DissertaçãoSegurança de fitoquímicos isolados de Dipteryx alata Vogel sob o parâmetro da mutagenicidade pelo teste de Ames(2014) Yoshida, Edson HideakiO uso de plantas medicinais tem sido um complemento e/ou uma prática alternativa de substituição para terapias convencionais. Estudos anteriores demonstraram que o extrato hidroalcoólico liofilizado da casca de Dipteryx alata Vogel antagoniza o bloqueio neuromuscular in vitro causado pelo veneno de Bothrops jararacussu em preparações nervo frênico-diafragma de camundongos e não apresenta mutagenicidade para as quatro linhagens de Salmonella typhimurium com ou sem ativação metabólica no teste de Ames. O fracionamento de liofilizado hidroalcoólico da D. alata Vogel por partição líquido-líquido com hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol, realizado por nossa equipe de pesquisa, isolou da sub fração diclorometano, dezoito estruturas químicas elucidadas com base em dados espectroscópicos, incluindo espectroscopia de massa de alta resolução e ressonância nuclear magnética. A investigação de mutagenicidade, através de métodos de análise reconhecidos e regulamentados, auxilia a elucidar os efeitos mutagênicos de grande preocupação da saúde humana. Este trabalho teve como objetivo ampliar a investigação de mutagenicidade da D. alata Vogel, através do teste de Ames, avaliando a atividade de três ácidos fenólicos e uma isoflavona, entre os dezoito isolados. Foi selecionado o método de Salmonella/microssomas (Teste de Ames) aplicado as linhagens TA97a, TA98, TA100 e TA102. Os resultados são apresentados na forma de artigos científicos. Os ensaios de mutagenicidade mostraram que nenhuns dos três compostos fenólicos induziram qualquer aumento no número de colônias revertentes em comparação com o grupo de controle negativo, indicando a ausência de qualquer atividade mutagênica e a avaliação preliminar de mutagenicidade da isoflavona também indicou ausência de indução mutagênica. A ausência de atividade mutagênica por estes compostos nas linhagens de S. typhimurium no teste de Ames é um passo positivo no sentido de determinar o seu uso seguro em medicina. Considerando as propriedades biológicas destes compostos, a falta de efeito mutagênico em sistemas bacterianos é altamente relevante. Estes resultados podem estimular pesquisas para medicamentos que utilizam esses fitoquímicos seguros para o tratamento de várias condições patológicas.
- DissertaçãoUso do veneno de Bothrops jararacussu como ferramenta farmacológica na avaliação do potencial antiofídico de Terminalia fagifolia (camaçari) pelo parâmetro da sinapse nervo-músculo (camundongo/ave)(2016) Tribuiani, NatáliaO veneno de Bothrops jararacussu (Bjssu) induz paralisia irreversível in vitro e mionecrose em preparações neuromusculares, sendo ideal para testar a habilidade inibitória desses efeitos tóxicos em plantas etnobotânicas. Neste trabalho, o extrato hidroalcoólico de entrecascas e caules de Terminalia fagifolia (EHTf) em concentrações de 100 e 500 µg/mL (isto é, 2,5 X maior que a quantidade do veneno) foram ensaiadas contra 40 e 200 µg/mL de Bjssu em preparações nervo frênicodiafragma (NFD) de camundongos e biventer cervicis (BC) de pintainhos, respectivamente. Dois protocolos, modelos de pré incubação e pós veneno foram testados para avaliar a ação antineurotóxica do EHTf. A antimiotoxicidade de EHTf foi avaliada via microscopia de luz em músculos resultantes de experimentos em NFD e pela determinação da creatinoquinase (CK) dos experimentos com BC. A resposta muscular evocada de estímulos indiretos mostrou a habilidade de EHTf em impedir o bloqueio in vitro do veneno de Bjssu. As contraturas frente à adição exógena de acetilcolina em preparações de aves das linhagens HY-Line brown e W36 mostraram que EHTf age sobre receptores nicotínicos extrínsecos, preservando totalmente os intrínsecos. EHTf melhora a membrana do sarcolema em uma correlação positiva com os resultados de CK e histologia. O elevado conteúdo de saponina (índice afrosimétrico=1333,33) pode explicar o sucesso de EHTf em neutralizar os efeitos tóxicos deste veneno. Em conclusão, EHTf mostrou efeitos antineurotóxico e antimiotóxico contra o veneno de Bjssu.