Navegando por Assunto "Medicamentos - Utilização"
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- TeseAções e estratégias para o acompanhamento de pacientes com transtornos mentais desinstitucionalizados(2020) Fulone, IzabelaIntrodução: Embora possam contribuir para melhores desfechos com os cuidados necessários aos pacientes com transtornos mentais graves, o uso sistemático das melhores evidências científicas disponíveis na formulação e implementação de políticas de saúde mental é um dos maiores desafios atuais em sistemas de saúde. Objetivo: sintetizar e disseminar evidências para melhorar o cuidado de pacientes com transtornos mentais graves desinstitucionalizados e investigar o padrão de uso de antipsicóticos de segunda geração (SGA) dispensados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento da esquizofrenia e transtornos esquizoafetivos. Método: utilizou-se as ferramentas de SUPORTE a Ensaios e Revisões relevantes para as Políticas (SUPPORT) para o desenvolvimento da síntese de evidências e de sua disseminação por meio do Diálogo Deliberativo (DD). A investigação do uso de SGA foi conduzida por meio de registros das Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade (APAC), armazenados no Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA/SUS), entre os anos 2008 a 2017. Resultados: a busca e a análise crítica na literatura identificaram seis estratégias para melhorar o cuidado de pacientes com transtornos mentais desinstitucionalizados. As deliberações obtidas no DD com importantes stakeholders validaram e contribuíram para a disseminação da síntese de evidências. Dentre os usuários de SGA registrados no banco de dados estudado, foram identificados 759.654 pacientes com esquizofrenia ou transtorno esquizoafetivo. Risperidona (33,1%), olanzapina (29,6%), quetiapina (27,7%), ziprasidona (5,1%) e clozapina (4,5%) foram os mais usados. Em idosos, a quetiapina (47,4%) foi a mais utilizada e em crianças, a risperidona (63,3%). A maioria dos pacientes trocaram pelo menos uma vez o SGA e os fatores associados à troca foram: sexo feminino, idade avançada e diagnóstico de transtorno esquizoafetivo (p < 0,001 para cada variável). Usuários de risperidona tiveram maior frequência de trocas (58/100 pacientes-ano), enquanto que a clozapina teve a menor frequência de troca (37/100 pacientes-ano). Entre as crianças e adolescentes estudadas (n=49.943), houve diferença de sexo, com predomínio do sexo masculino (p < 0,001). Conclusão A maioria das estratégias identificadas apresentaram correspondências em dispositivos da política de saúde mental brasileira, porém não estavam completamente implementados, dificultando o cuidado desta população. A investigação do uso de SGA gerou informações relevantes sobre o perfil dos usuários, a diferença de sexo, padrão de utilização e de troca de SGA no mundo real, que poderão contribuir para melhorar a prática de cuidados, a gestão, o planejamento e o uso de recursos.
- DissertaçãoAtividade de amoxicilina, dexametasona e nimesulida como agentes profiláticos em cirurgias de implantes orais(2014) Gimenez, Patricia SpadaO objetivo deste estudo foi avaliar efetividade do uso de antibiótico profilático, além de avaliar a atividade analgésica de anti-inflamatórios esteroidais (dexametasona) e não esteroidais (nimesulida) em cirurgias de implantes orais. Foram selecionados 135 pacientes, que se apresentaram para atendimento em uma clínica odontológica, com a necessidade de serem submetidos à colocação de implantes orais. Após os critérios de inclusão/exclusão permaneceram no estudo 108 pacientes que foram divididos em 4 grupos, onde 4 protocolos de medicação pré e pós-operatória foram implementados. Grupo 1 foi prescrito 2g de amoxicilina e 8mg de dexametasona 1h antes do procedimento cirúrgico e 500mg amoxicilina a cada 8h durante 3 dias. Grupo 2 foi prescrito 8mg de dexamtasona 1h antes da cirurgia. Grupo 3 recebeu 2g de amoxicilina e 100mg de nimesulida 1h antes da cirurgia e ainda, amoxicilina (500mg) a cada 8h durante 3 dias, nimesulida de 12 em 12h durante 3 dias. Grupo 4 foi prescrito 100 mg de nimesulida 1h antes da cirurgia e no pós-operatório 100mg de nimesulida a cada 12h durante 3 dias. Os resultados foram avaliados por análise de variância. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos testados. Comparando os resultados dos grupos que usaram antibióticos e os que não usaram, não houve diferença estatistica entre os resultados (presença ou não de infecção). Para a atividade analgésica, também não houve diferença estatística entre os resultados dos grupos que usaram dexametasona e dos grupos que usaram nimesulida. A nimesulida e a dexametosona mostraram atividades analgésicas semelhantes e o uso de amoxicilina como agente profilático mostrou-se desnecessário.
- DissertaçãoAvaliação da segurança do ranibizumabe utilizando ensaios biológicos in vivo e in vitro(2011) Guimarães, Humberto CenciA degeneração macular relacionada à idade é uma das maiores causas de redução da capacidade laborativa, devido à perda da visão central e evolução para cegueira legal, impossibilitando atividades básicas como ler, escrever, cozinhar, dirigir e reconhecer a face das pessoas. O ranibizumabe foi aprovado pelo “United States Food and Drug Administration” FDA para o tratamento de degeneração macular relacionada à idade por injeção intravítrea. Este trabalho tem como objetivo geral avaliar os possíveis efeitos de sofrimento celular causado pelo ranibizumabe com o intuito de provar a sua segurança para uso em seres humanos. No ensaio biológico in vivo, em coelhos albinos, foram utilizados o exame de fundoscopia indireta durante 21 dias após a administração intravítrea do ranibizumabe (10 mg/mL), nos volumes de 0,03mL e 0,05mL ou de 0,05mL solução salina (grupo controle), e a avaliação histológica da retina dos olhos dos coelhos albinos com a coloração hematoxilina/eosina. O ensaio biológico in vitro do ranibizumabe foi realizado em cultura de células de fibroblastos murinos, nas concentrações de 0,0025mg/mL, 0,01mg/mL, 0,25mg/mL, 0,35mg/mL e 0,5mg/mL. A análise histológica do tecido retiniano indicou que a administração intravítrea do ranibizumabe não causou sofrimento ou morte celular no ensaio in vivo; e no ensaio in vitro só foi possível a determinação da IC10. Os ensaios biológicos in vivo e in vitro comprovam a segurança ranibizumabe para o tratamento de degeneração macular relacionada à idade. O desenvolvimento de formas de liberação controlada deste fármaco poderá gerar economia em relação ao custo do tratamento e reduzir o risco da realização repetida da injeção intravítrea.
- DissertaçãoAvaliação da utilização de antibióticos de uso restrito em um grande hospital público brasileiro(2018) Andrade Júnior, Isaltino Pereira deOs indicadores de resistência bacteriana têm aumentado na mesma proporção que a utilização de antibióticos. Esse fenômeno já é bem conhecido e a utilização racional de antibióticos pode minimizar esse problema. Inúmeros fatores podem contribuir para a prescrição incorreta e excessiva de antibióticos, evidenciando-se a dúvida no diagnóstico, a pressão exercida por parte dos doentes ou seus familiares e o excesso de consultas por dia, que pode dificultar a precisão do diagnóstico pelo clínico. São conhecidas e empregadas várias estratégias para melhorar o uso de antimicrobianos nos hospitais, algumas das quais, são meramente restritivas, e outras são educacionais. O presente trabalho avaliou um sistema de liberação de antibióticos de uso restrito, através da estratégia de restrição de formulários, os quais são cadastrados em um sistema informatizado em um grande hospital público no Brasil (estratégia restritiva). Foram avaliadas 26.612 requisições de 22 antibióticos controlados por meio de um sistema informatizado para solicitação/liberação desses antibióticos. Os resultados mostraram que 95% das solicitações foram completamente liberadas, com apenas 0,52% de não liberação desses medicamentos. A falta de dados microbiológicos para subsidiar as decisões da liberação e a falta de dados clínicos dos pacientes podem ser os responsáveis pela quase total liberação desses medicamentos. Os resultados também mostraram uma completa falta de padronização de tratamentos, com grandes variações de doses e tempo de terapêutica. A grande quantidade de antibióticos em uso restrito nesse hospital pode interferir de maneira direta na autonomia do prescritor, levando-o a recorrer, quase sempre, a esses antibióticos. É fundamental que as gestões dos hospitais garantam condições técnicas e estruturais para que se implementem programas eficazes de controle do uso de antibióticos (antibiotic stewardship), gerando economia financeira e redução de indicadores de resistência bacteriana.
- DissertaçãoDesenvolvimento de sistema informatizado para o acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes(2018) Marengo, Livia LuizeExiste uma lacuna entre o benefício potencial dos medicamentos e o seu real valor terapêutico. Nesse contexto, o acompanhamento farmacoterapêutico visa assegurar melhorias para o usuário e o sistema de saúde. Porém, no Brasil, ainda existem muitas barreiras para a difusão da prática clínica entre os profissionais farmacêuticos. Sistemas informatizados são importantes ferramentas de apoio ao profissional, otimizando tempo, auxiliando na diminuição de erros, subsidiando a tomada de decisão, facilitando a rastreabilidade de informações e constituindo banco de dados com segurança. O objetivo desse estudo foi desenvolver um sistema informatizado para o acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes. Trata-se de estudo descritivo sobre o desenvolvimento e incorporação de um módulo de acompanhamento farmacoterapêutico ao Sistema Jud Sys (software de gestão de demandas judiciais na saúde). O novo módulo foi concebido a partir da predefinição do modelo de acompanhamento farmacoterapêutico e dos instrumentos de coleta de dados, seguida por avaliação em serviço (estudo piloto) na Farmácia Escola do Hospital Universitário de Brasília. O processo de informatização foi viabilizado mediante contratação de empresa especializada no desenvolvimento de sistemas. Para difundir o uso do sistema em todo o Brasil, optou-se pela criação de ambiente virtual para o treinamento dos usuários. Apesar de integrado ao Sistema Jud Sys, o novo módulo permite o acompanhamento farmacoterapêutico de qualquer paciente, não apenas daqueles atendidos por determinação judicial. Esse módulo permite o registro de: i. Informações sobre o paciente e o cuidador; ii. Informações sobre os problemas de saúde do paciente; iii. Informações referentes aos tratamentos em curso, tratamentos anteriores e complementares; iv. Informações relacionadas com histórico e suspeita de eventos adversos; v. Informações sobre adesão ao tratamento e acesso aos medicamentos; vi. Resultados de exames e outros parâmetros clínicos do paciente; vii. Problemas relacionados com medicamentos; viii. Intervenções farmacêuticas e alterações da conduta terapêutica; ix. Agendamento de consultas; x. Encaminhamento a outros profissionais de saúde; xi. Evolução clínica. Também inclui a agenda dos profissionais envolvidos e facilita a emissão de relatórios. O modelo de treinamento em ambiente virtual foi desenvolvido na plataforma Moodle, composto por 23 tutoriais em formato de vídeo-aulas, lista de perguntas frequentes e manual do usuário com instruções detalhadas das principais operações do sistema. A nova versão do Sistema Jud Sys foi instalada no servidor Web da Universidade de Sorocaba. Com o sistema informatizado à disposição, espera-se que cada vez mais farmacêuticos passem a atuar clinicamente, focados na efetividade do tratamento e na segurança do paciente, promovendo o uso racional de medicamentos.
- DissertaçãoFatores preditivos de adesão ao tratamento farmacológico de uso contínuo em idosos: estudo transversal(2016) Souza, Leandro Aparecido deO processo do envelhecimento é dinâmico e progressivo, momento em que ocorrem alterações morfológicas e psicológicas que levam a vulnerabilidade e às doenças. Para o controle e tratamento dessas doenças, a intervenção farmacológica ainda é uma das principais estratégias de controle. Desta forma, a adesão à terapêutica medicamentosa é fundamental para efetividade e segurança do tratamento. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores preditivos de adesão à terapia farmacológica em pacientes idosos sob tratamento com medicamentos de uso contínuo. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, por meio da aplicação de um questionário aos idosos que frequentam o Clube dos Idosos de Sorocaba e Universidade da Terceira Idade. Foram incluídos idosos com mais de 60 anos e que estivessem fazendo uso de algum medicamento há pelo menos 3 meses. Os resultados indicaram uma população escolarizada, com 43% com nível superior em sua formação. Relativamente à adesão e ao tratamento, pode-se perceber que idosos com tratamentos crônicos de hipertensão e dislipidemias apresentaram maior adesão com p=0,0) e 0,01 respectivamente. Idosos com maior tempo de doença (p=0,04), aqueles que recebem o medicamento do SUS (p=0,005) e das classes econômicas mais baixas (p=0,02) também aderiram mais ao tratamento. O nível de escolaridade não guardou relação com adesão ao tratamento. Os dados do presente estudo nos sugerem que as doenças crônicas como a hipertensão, dislipidemias, por trazerem um risco de morte maior, fazem com que o idoso adira mais ao tratamento. A falta do medicamento, quando acompanhada de sintomas da doença, mostram sua necessidade, garantindo maior adesão. Os idosos das classes econômicas C,D e E e aqueles que buscaram o medicamento no SUS têm no sistema público de atenção à saúde, sua única alternativa de tratamento, de forma que houve maior adesão ao tratamento nesse perfil de idosos entrevistados. Conclui-se que neste estudo, poucos são os fatores preditivos utilizados para garantir a melhor adesão farmacológica. Os que utilizam da memória, os hipertensos, dislipidêmicos, de classe econômica C-E, e os retiram exclusivamente na rede pública demonstraram mais adeptos à adesão. E os que foram considerados não aderentes (32%), caracterizado pelo grupo mais vulnerável, faz se necessário um olhar diferenciado dos pesquisadores a essa população, adotando medidas de educação em saúde para os idosos e familiares.
- DissertaçãoInfecções respiratórias agudas em crianças: perfil, adesão e tratamento(2013) Vieira, Nathália Aparecida GattoInfecções respiratórias agudas (IRAs) são responsáveis pela maioria das prescrições de antibióticos para crianças, causam grande número de atendimentos médicos, alto consumo de medicamentos e elevado atendimento no SUS. Como a maioria das IRAs são causadas por vírus, as prescrições de antibióticos mostram-se ineficazes. A pressão dos pais em receber o medicamento, a falta de conhecimento sobre resistência bacteriana e a dificuldade em diagnosticar a doença são alguns dos fatores responsáveis pelo uso inadequado desses medicamentos. O aumento do número de IRAs pode estar relacionado com a deficiência de algumas vitaminas, como A e D, presença em creches ou escolas e baixo nível de informações por parte dos responsáveis pelas crianças. Um fator importante no tratamento com antibióticos é a adesão ao tratamento pelos pais ou responsáveis por crianças que pode estar relacionada com a idade, sexo, escolaridade e nível socioeconômico. O objetivo desse estudo foi avaliar os fatores associados à adesão ao tratamento com antibióticos por pais ou responsáveis de crianças portadoras de IRAs, o perfil demográfico e socioeconômico desses pais ou responsáveis, o perfil médico e social da criança e descrever a terapêutica antimicrobiana empregada. Foi realizada uma entrevista a partir de um questionário estruturado com questões abertas e fechadas com 404 responsáveis por crianças de 0 a 11 anos de idade atendidas na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Cid de Melo Almada na cidade de Itapetininga-SP. Os responsáveis pelas crianças apresentaram baixo perfil socioeconômico (classe econômica C2) (37,87%), idade média de 29 anos, não trabalhavam fora de casa e que possuem pouco conhecimento sobre o conceito de resistência bacteriana (14,6%). Em relação às crianças, as idades que apresentaram maior número de IRAs foram entre 1 a 2 anos de idade. Fatores relacionados com o aumento anual de IRAs foram: crianças que não utilizaram vitaminas A + D, que não foram amamentadas até os 6 meses de idade e que frequentavam creches ou escolas. 54,45% dos responsáveis foram aderentes ao tratamento com antibióticos e os perfis dos aderentes foram: crianças que não fizeram uso prévio de antibióticos, responsáveis maiores de 30 anos de idade e responsáveis que tinham conhecimento sobre resistência bacteriana. O medicamento mais prescrito foi amoxicilina com 75,25%. 70,79% das doses prescritas estavam adequadas. Em relação às doses inadequadas, 84,62% de amoxicilina estavam abaixo da dose diária recomendada e 96% de azitromicina estavam acima da dose diária recomendada. Níveis adequados de informações, bem como o uso de protocolos de tratamento são alguns dos fatores que podem contribuir positivamente para o sucesso no tratamento com antibióticos, uso adequado quando necessário e diminuição da resistência bacteriana.
- DissertaçãoIntervenções para reduzir a prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para pacientes idosos: um overview de revisões sistemáticas(2018) Santos, Nathalia Serafim dosA prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para pacientes idosos representa grande preocupação na atualidade, principalmente devido ao aumento dos índices de morbidade e mortalidade. Considera-se que a prescrição de medicamentos é potencialmente inapropriada se o risco de eventos adversos superar o benefício clínico. Entre as intervenções visando reduzir a prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para idosos destacam-se os serviços clínicos farmacêuticos, a utilização de sistemas informatizados de apoio à decisão clínica, programas educacionais e a revisão de medicamentos por farmacêuticos ou por outros membros da equipe de saúde. O objetivo desse estudo foi identificar e avaliar criticamente revisões sistemáticas sobre a efetividade de intervenções para reduzir a prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para pacientes idosos. Trata-se de um overview de revisões sistemáticas. A busca e a seleção dos estudos exploraram as bases de dados MEDLINE, via PubMed; Biblioteca Cochrane, via Wiley Online Library; EMBASE; CINAHL; Biblioteca Virtual em Saúde; e Web of Science, combinando os termos aged, prescriptions, inappropriate prescribing, potentially inappropriate medication list e seus sinônimos remissivos, com outros descritores associados, até junho de 2017. Foram incluídas revisões sistemáticas que abordaram intervenções para reduzir a prescrição de medicamentos potencialmente inapropriados para pacientes idosos, sem restrição quanto ao desenho dos estudos primários, idioma ou data de publicação. Para avaliação da qualidade metodológica das revisões sistemáticas selecionadas foi utilizado o instrumento AMSTAR – Assessing the Methodological Quality of Systematic Reviews. A seleção e a avaliação da qualidade metodológica foram realizadas por dois avaliadores independentes. A extração foi conduzida por um pesquisador e revisada por um segundo avaliador. As divergências foram superadas por consenso. Os principais achados foram agrupados em categorias temáticas, definidas com base em análise de conteúdo, e discutidas qualitativamente na forma de síntese narrativa. Vinte e quatro revisões sistemáticas foram incluídas no estudo. Os artigos selecionados foram publicados entre 2003 e 2017 e o número de estudos primários incluídos nas revisões sistemáticas variou entre 4 e 116. Quanto ao desenho do estudo e à avaliação da qualidade metodológica prevaleceram revisões sistemáticas de ensaios clínicos controlados randomizados e estudos de qualidade moderada, respectivamente. As intervenções foram analisadas em cinco categorias temáticas: serviços de revisão de medicamentos (16), intervenções farmacêuticas (11), sistemas informatizados (10), intervenções educacionais (8) e outras (2). Revisões sistemáticas que abordaram mais de um tipo de intervenção foram incluídas em mais de uma categoria temática. As revisões sistemáticas incluídas nesse overview indicam que as intervenções estudadas apresentaram bons resultados e a maioria delas contribuiu para reduzir a prescrição de medicamentos inapropriados para pacientes idosos em ambientes diversos. No entanto, não foi possível determinar qual a mais efetiva. É provável que intervenções multifacetadas alcancem resultados melhores do que intervenções isoladas.
- DissertaçãoInvestigação sobre a adesão dos cuidadores ao tratamento com carbamazepina em crianças e adolescentes com transtornos psiquiátricos(2009) Stucchi, Hebe Karina de OliveiraA adesão ao tratamento medicamentoso é um fator determinante no sucesso terapêutico. A adesão dos cuidadores pode ser influenciada por diversos fatores, ligados à psicopatologia da criança ou do adolescente, ao tratamento, às condições sociais e econômicas, como também, relacionada ao sistema de saúde. Ainda que sejam poucos os estudos na área da psiquiatria da infância e adolescência, a questão da adesão à terapêutica tem sido discutida e estudada por vários profissionais de saúde mental. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a adesão dos cuidadores ao tratamento medicamentoso com carbamazepina em crianças e adolescentes com transtornos psiquiátricos do Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência – CAPSi, da Associação Pró-Reintegração Social da Criança de Sorocaba e os possíveis fatores que a influenciam. Por meio de estudo descritivo e observacional, foi realizada entrevista estruturada, dosagem sérica de carbamazepina e duas orientações aos cuidadores, para avaliar o grau de adesão. Os cuidadores foram caracterizados como apresentando maior ou menor grau de adesão. Esta classificação foi baseada na análise entre os dados do prontuário e as informações fornecidas pelo cuidador durante a entrevista, considerando a afirmação do cuidador que adminstra o medicamento e que conhece o nome do fármaco em uso. Na análise dos medicamentos administrados às crianças e adolescentes, foram observadas as seguintes proporções de cuidadores classificados como menos aderentes: 25,0% no grupo em monoterapia e 75,0% no grupo em politerapia. Utilizou-se também o teste de McNemar, que permitiu avaliar o grau de discordância de adesão dos cuidadores, que compareceram as duas intervenções de orientação sobre a administração correta do medicamento, entre a primeira e a segunda dosagem sérica de carbamazepina. Porém, a análise estatística mostrou que não houve diferenças estatisticamente significantes, entre os grupos de cuidadores aderentes, nos dois momentos do estudo, ou seja, antes e após as intervenções realizadas. Isto pode indicar a existência de um padrão específico de comportamento dos usuários do serviço, o que sugere a necessidade de maior atenção dos profissionais de saúde mental para o problema, bem como medidas de educação continuada aos cuidadores responsáveis pelas crianças ou adolescentes quanto à administração correta dos medicamentos.
- DissertaçãoMonitoramento do uso de medicamentos biológicos fornecidos por determinação judicial a pacientes com psoríase no Estado de São Paulo(2013) Silveira, Miriam Sanches do NascimentoO acesso a medicamentos pela via judicial tem sido o caminho trilhado por pacientes que requerem medicamentos, muitas vezes não disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar enfermidades crônicas. Não existem dados disponíveis sobre a efetividade, segurança, monitoramento clínico e uso racional do medicamento disponibilizado. O objetivo deste estudo foi analisar o monitoramento do uso de medicamentos biológicos fornecidos por via judicial para tratar psoríase (PSO) no estado de São Paulo. Para a efetivação deste estudo optou-se pelo método transversal descritivo. Foram entrevistados pacientes com PSO que demandaram medicamentos biológicos, por via judicial, ao estado de São Paulo entre os anos de 2004 e 2010. Informações sobre características sociodemográficas, médico-sanitárias e político-administrativas foram complementadas com dados obtidos das respectivas ordens de dispensação (OD) emitidas pela Secretaria de Saúde do estado de São Paulo (SES-SP), contendo medicamento biológico para tratamento de PSO, e autos correspondentes. Conforme recomendação das diretrizes, o uso de agentes biológicos se aplica a pacientes com psoríase moderada a grave, que não respondem ou têm uma contraindicação, ou, ainda, que são intolerantes a terapias tópicas, fototerapia e terapias sistêmicas. Além disso, monitoramento clínico anual por meio de exames laboratoriais e pelo menos uma consulta médica foram considerados critérios de aderência da prática clínica às recomendações de guias terapêuticos. Os dados das suspeitas de reações adversas (RAM) foram avaliados para compreender o padrão das RAM relacionado à natureza da reação (sistema ou órgão afetado), agente biológico envolvido, causalidade e gravidade. Foram entrevistados 203 proponentes e analisados 190 processos solicitando biológicos para psoríase (adalimumabe, efalizumabe, etanercepte e infliximabe). Os proponentes são, em maioria, do sexo masculino (63,6%), com idade entre 19 a 59 anos (73,4%), residentes em São Paulo (59,6%). Obtiveram o medicamento por mandado de segurança (59,5%), sem nunca (86,2%) ter solicitado o medicamento biológico para outra instituição, seja SUS ou privada, utilizando-se da prerrogativa de gratuidade de justiça (72,6%), embora fossem representados por advogado particular (91,1%) e atendidos em consultórios médicos privados (69,5%). Os pacientes utilizaram o medicamento biológico por 24,0 ± 14,9 meses (média ± dp) e, no momento da entrevista, 44,9% ainda faziam uso. Daqueles que deixaram de usar os medicamentos, 26,6% abandonaram o tratamento por motivos relacionados à piora do quadro, RAM ou à falta de eficácia, em 13,8% dos casos o médico suspendeu a medicação. Nenhuma das prescrições médicas analisadas atendeu aos preceitos legais. Resultados relativos ao monitoramento clínico revelaram que 25,2% não foram submetidos a exames laboratoriais para controle do tratamento, embora todos tenham passado por consulta médica pelo menos uma vez no ano. Apenas 14,5% seguem as recomendações de uso de guias terapêuticos. Quarenta por cento dos pacientes apresentaram um ou mais RAM relacionada com agentes biológicos (n= 84 pacientes; 3,5 eventos/pacientes) e desses 67,8% desenvolveram RAM grave (2,7 eventos/paciente). Os resultados evidenciam o perfil das demandas judiciais para psoríase em São Paulo e mostram que os pacientes chegaram ao recurso da via judicial por dificuldades de acesso pelas vias institucionais do SUS. O acesso facilitado pela via judicial favorece o uso do medicamento por tempo prolongado, por meio de prescrições não conformes, frequência elevada de RAM e monitoramento clínico inadequado. Diferenças importantes entre a prática clínica e as recomendações das diretrizes são evidentes no tratamento desses pacientes. Em geral, os agentes biológicos foram associados a taxas significativamente mais elevadas de RAM, levando à cessação do uso.
- DissertaçãoPerfil de utilização de antimicrobianos em usuários do Sistema Único de Saúde de uma cidade do interior paulista(2011) Barreto, Reges Evandro TeruelA utilização inadequada de medicamentos é hoje, um grave problema de saúde pública em todo o mundo. O alto índice de prescrições contendo antimicrobianos é cada vez mais alarmante e persistente, intensificando muito os erros das prescrições, com conseqüente aumento nos níveis de resistência bacteriana. Erro de diagnóstico e posologia, ausência de padronização e de utilização dos protocolos estão entre os principais problemas na utilização desses medicamentos. Medidas de controle e conhecimento dos padrões de prescrição estão entre as ações preconizadas pela Organização Mundial da Saúde para o controle da resistência bacteriana. Em vista disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o perfil de prescrição e uso de antimicrobianos no âmbito do Sistema Único de Saúde na cidade de Fernandópolis - SP. O método utilizado foi a pesquisa exploratória, através de entrevistas padronizadas a partir de um questionário estruturado, com questões abertas e fechadas em três Unidades de Saúde Municipal. Foram realizadas 400 entrevistas e os resultados evidenciaram uma população com perfil predominante do gênero feminino, com nível de escolaridade mediano. Relativamente ao uso de antimicrobianos, entre os mais prescritos estão a amoxicilina com 40,7 %, seguido pela cefalexina com 27,6 % e o ciprofloxacino com 10,3 %. Em relação às prescrições, cerca de 20 % dos pacientes não conseguem absorver qualquer informação, e apenas 2,5 % recebem informações sobre possíveis efeitos adversos. Encontrou-se ainda, no presente estudo muitas utilizações consideradas inadequadas, como utilização em doenças de etiologia viral. A ausência de protocolos e a grande variação da farmacoterapia, também foram evidenciados no presente estudo. Os dados encontrados sugerem que o uso dessa classe de medicamentos ainda é feita de maneira empírica e sem controle, na “contramão” das preconizações dos órgãos regulamentadores nacionais e mundiais.
- DissertaçãoPolíticas farmacêuticas informadas por evidências(2015) Mastrorocco Filho, Diogo Antonio MoratoPolíticas farmacêuticas podem ser definidas como o conjunto de regras ou processos colocados em prática por governos ou agências reguladoras para gerenciar problemas relacionados com a disponibilidade de medicamentos e o papel destes nos cuidados à saúde. Como parte integrante de qualquer política de saúde, as políticas farmacêuticas são influenciadas pelos mesmos problemas estruturais ou gerenciais dos sistemas de saúde, sejam eles relacionados à insuficiência ou desperdício de recursos, ausência de regulamentação ou ingerências políticas de curto prazo. Desta forma, agentes públicos e decisores políticos devem elaborar políticas farmacêuticas de modo a incorrer na menor possibilidade de erros. A utilização de evidências científicas para a formulação de políticas de saúde vem ganhando espaço no Brasil e no mundo, sendo considerada como uma forma de maximizar os resultados e racionalizar o uso de recursos. O objetivo deste trabalho foi discutir limites e possibilidades da utilização de evidências para a formulação, implementação e avaliação de políticas farmacêuticas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Para selecionar evidências que possam subsidiar a elaboração de políticas farmacêuticas, foi realizada busca exploratória por revisões sistemáticas, overviews ou metanálises na base de dados Medline, via Pubmed, em dezembro de 2013, combinando os descritores “políticas de saúde” e “serviços farmacêuticos”. A fim de aumentar a sensibilidade do buscador eletrônico e garantir maior varredura na literatura, esses termos foram utilizados como MeSH Terms e também como termos isolados, em todos os campos dos textos, sem corte temporal. Duzentas e setenta e cinco revisões foram recuperadas na busca inicial e 42 trabalhos foram selecionados após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão. Análise bibliométrica mostrou que a maioria das revisões sistemáticas incluídas era proveniente da Europa e América do Norte e todas foram publicadas a partir do ano 2000. Com base no assunto tratado ou nos desfechos avaliados, os resultados foram descritos em oito categorias temáticas relacionadas com a Política Nacional de Assistência Farmacêutica: acesso a medicamentos; promoção de medicamentos; regulação do mercado farmacêutico; prescrição de medicamentos; dispensação de medicamentos; uso racional de medicamentos; qualificação e organização de serviços farmacêuticos; farmacoeconomia. Cabe destacar que os resultados deste estudo não devem ser aplicados nos contextos locais sem a avaliação de outros aspectos, como os culturais, sociais, e estruturais; no entanto, a simples disponibilidade das evidências, pode servir como instrumento norteador para as políticas farmacêuticas. Pode-se concluir que, tanto para a implementação quanto para a contraposição a políticas farmacêuticas, o uso de evidências representa a melhor alternativa disponível. Portanto, mais do que propor soluções mágicas para os problemas da área farmacêutica no Sistema Único de Saúde, este trabalho defende, de forma enfática e inequívoca, a estratégia de formular, implementar e avaliar políticas farmacêuticas informadas por evidências.
- DissertaçãoPrescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos: overview de revisões sistemáticas(2017) Franquez, Reginaldo TavaresA prescrição de medicamentos por profissionais não médicos foi realizada pela primeira vez no Reino Unido em 1986, onde hoje, enfermeiros, farmacêuticos e outros profissionais da saúde podem prescrever medicamentos dentro de suas esferas de competência. Desde então, a prescrição por enfermeiros e farmacêuticos tem evoluído de forma variada, em diferentes países. Embora os pacientes sejam receptivos à prescrição por profissionais não médicos, ainda há escassez de evidências em relação aos resultados clínicos. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi sumarizar as evidências sobre a prescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos. Tratase de um overview de revisões sistemáticas. A busca e a seleção de revisões sistemáticas sobre a prescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos exploraram as bases de dados MEDLINE, via PubMed, Biblioteca Cochrane, CINAHL, Web of Science e OpenGrey, combinando os descritores nurses, pharmacists, prescriptions e seus sinônimos remissivos, até Maio de 2016. Foram incluídas no estudo revisões sistemáticas que abordaram a prescrição de medicamentos por enfermeiros ou farmacêuticos em qualquer nível de atenção, sem restrição quanto ao desenho dos estudos primários, data de publicação ou idioma. Para avaliação da qualidade metodológica das revisões sistemáticas selecionadas foi utilizado o instrumento Assessing the Methodological Quality of Systematic Reviews (AMSTAR). Os principais achados foram agrupados em categorias temáticas, definidas com base em análise de conteúdo, e discutidas qualitativamente na forma de síntese narrativa. Nove revisões sistemáticas foram incluídas no estudo. Os artigos selecionados foram publicados entre 2002 e 2016 e o número de estudos primários incluídos nas revisões sistemáticas variou entre 7 e 124. Seis revisões sistemáticas abordaram exclusivamente a prescrição de medicamentos por enfermeiros; uma abordou a prescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos; e duas abordaram profissionais não médicos. Foram identificados estudos avaliando os efeitos da prescrição por enfermeiros; comparando a prescrição por enfermeiros ou médicos na atenção primária; comparando os cuidados iniciais fornecidos por enfermeiros e médicos; avaliando a prescrição de antimicrobianos por enfermeiros prescritores independentes; avaliando as interações entre clínicos não médicos (incluindo farmacêuticos e enfermeiros) e a indústria; revisando métodos educacionais capazes de melhorar a prescrição tanto de profissionais médicos quanto não médicos. Na avaliação da qualidade metodológica segundo os critérios do AMSTAR predominaram revisões sistemáticas de qualidade baixa ou moderada. Os principais desfechos avaliados foram agrupados em seis categorias temáticas: categorias profissionais e nível de atenção; tempo de consulta e qualidade do atendimento; aceitabilidade e nível de satisfação dos pacientes; acesso a medicamentos e serviços; aspectos econômicos e barreiras à implantação. As revisões sistemáticas incluídas nesse overview apontaram benefícios potenciais da prescrição de medicamentos por enfermeiros e farmacêuticos. No entanto, deficiências metodológicas dos estudos não permitiram conclusões definitivas sobre o tema. Além disso, foram identificadas lacunas na base de conhecimentos que resultaram na indicação de temas relevantes para pesquisas futuras, a serem conduzidas com maior rigor metodológico.
- DissertaçãoProdução pública de medicamentos no Brasil: uma análise sob a ótica da assistência farmacêutica no Sistema Único de Saúde(2012) Rodrigues, Mayara de SouzaOs Laboratórios Farmacêuticos Oficiais (LFO) são parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS) e constituem recursos estratégicos para promover o acesso da população aos medicamentos. Atendem às demandas da assistência farmacêutica do SUS e têm como missão principal produzir medicamentos da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). O objetivo deste trabalho foi analisar a produção pública de medicamentos no Brasil, considerando referenciais da assistência farmacêutica no Sistema Único de Saúde. A produção de medicamentos nos laboratórios farmacêuticos oficiais do Brasil (LFO) foi caracterizada e analisada frente a dois referenciais da assistência farmacêutica no SUS: a Rename 2010 e os componentes da assistência farmacêutica. Foram incluídos no estudo 14 LFO e 362 medicamentos produzidos por eles. Constatou-se que 26,3% dos fármacos e 42,5% das apresentações não pertenciam à Rename 2010; e 34,8% dos fármacos e 53,3% das apresentações não pertenciam à 17ª Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da OMS. Verificou-se ainda que 31,5% dos medicamentos produzidos não pertenciam a nenhum dos componentes da assistência farmacêutica do SUS. Desconsiderando os medicamentos produzidos por mais de um LFO foram identificados 204 medicamentos diferentes. Mais da metade (50,5%) dos medicamentos produzidos por LFO do Brasil estava em desacordo com a Rename 2010 e parte da divergência (17,6%) decorreu da produção de medicamentos em apresentações diferentes daquelas selecionadas na Rename. Com relação aos componentes da assistência farmacêutica do SUS, 17,6% dos medicamentos produzidos pelos LFO não pertenciam à Rename 2010, mas estavam previstos nos componentes da assistência farmacêutica do SUS. A produção de medicamentos em forma farmacêutica diferente daquelas previstas nos componentes limitou-se a 2,5%. A análise frente a estes dois referenciais da assistência farmacêutica no SUS revelou que 12,7% dos medicamentos produzidos pelos LFO não pertenciam à Rename 2010, nem aos componentes da assistência farmacêutica do SUS. A pertinência da produção por LFO de qualquer destes medicamentos precisa ser criteriosamente avaliada. Alguns desses medicamentos apresentam problemas de segurança, outros não apresentam vantagem sobre aqueles selecionados na Rename. O compromisso de avaliar regularmente a produção pública de medicamentos no Brasil é fundamental para garantir o alinhamento da seleção, produção e dispensação de medicamentos no SUS. O investimento nos LFO é condição sine qua non para a produção de medicamentos com qualidade, em conformidade com as políticas públicas e capazes de contribuir para o atendimento das demandas de saúde.
- DissertaçãoRelações municipais de medicamentos essenciais no estado de São Paulo: uma análise sob a ótica da essencialidade(2011) Oliveira, Giovanni Carlos deA Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) é uma das diretrizes da Política Nacional de Medicamentos e deve selecionar os medicamentos considerados essenciais para tratar a maioria das doenças que acomete os brasileiros. É um instrumento racionalizador das ações da assistência farmacêutica e norteador para a promoção do uso racional de medicamentos. As Relações Estaduais de Medicamentos Essenciais (Resmes) e as Relações Municipais de Medicamentos Essenciais (Remumes) são elaboradas com base na Rename vigente. O objetivo deste trabalho foi analisar os medicamentos selecionados em Relações Municipais de Medicamentos Essenciais (Remumes) no Estado de São Paulo sob a ótica da essencialidade. As Remumes foram caracterizadas quanto ao número de medicamentos selecionados (fármacos e apresentações) e ao percentual de conformidade com a Rename 2010. Também foi investigada a presença de fármacos excluídos nas três últimas edições da Rename (2006, 2008, 2010). Quatro grupos farmacológicos (antidiabéticos orais, anti-hipertensivos, antissecretores e analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides) foram analisados com maior profundidade. A amostra foi composta pelas Remumes dos 17 municípios sede dos Departamentos Regionais de Saúde do Estado de São Paulo. A grande variação do número de fármacos e de apresentações selecionados em cada município revela a heterogeneidade das Remumes no Estado de São Paulo. Enquanto alguns municípios trabalham com listas reduzidas (com 75 fármacos em 95 apresentações), outros disponibilizam cerca de quatro vezes mais itens (281 fármacos em 428 apresentações). Em média, 28% dos fármacos das listas municipais não pertenciam à Rename 2010. Medicamentos excluídos da Rename (como o mebendazol e a combinação em dose fixa neomicina + bacitracina) foram encontrados em grande parte das Remumes. O diclofenaco de sódio e a cimetidina (não selecionados na Rename 2010) foram identificados em 14 (82%) e 11 (65%) Remumes, respectivamente. Alguns medicamentos selecionados não apresentaram evidências clínicas que justificassem sua inclusão nas listas municipais. O elenco de medicamentos do Programa Dose Certa e a produção de medicamentos pela Fundação para o Remédio Popular parecem influenciar a seleção de medicamentos em municípios do Estado de São Paulo. Embora as prefeituras não sejam obrigadas a adquirir apenas medicamentos incluídos na Rename, constatou-se que a seleção de medicamentos nos municípios do Estado de São Paulo precisa ser aprimorada e deveria adotar, com rigor, os mesmos critérios de seleção de medicamentos essenciais da Rename.
- DissertaçãoResistência bacteriana: avaliação do conhecimento em profissionais farmacêuticos no Estado de São Paulo(2013) Boscariol, RodrigoO conhecimento do fenômeno da resistência à agentes físicos e químicos entre os microrganismos data do início da era microbiana. Ao longo dos anos tem sido demonstrado, por inúmeros estudos, que o aumento do consumo de antibióticos contribui para o surgimento da resistência antimicrobiana em vários gêneros de bactéria. As taxas de resistência são maiores quanto maior f or o uso do antibiótico naquele local. O farmacêutico é o profissional voltado para a assistência a médicos e demais profissionais de saúde, no âmbito da infecção e prescrição de antibióticos. Em vista disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o conhecimento dos farmacêuticos do Estado de São Paulo, a respeito da resistência bacteriana aos antibióticos. Realizou-se um estudo transversal, quantitativo, observacional, por meio da aplicação de um instrumento de avaliação sobre a utilização de antibióticos. Obteve-se 754 questionários respondidos e os resultados evidenciaram uma população com perfil predominante do gênero feminino, com formação generalista, maioria de recém-formados, trabalhando em farmácias e drogarias. Sobre a resistência bacteriana, 87,1% concordaram ser problema mundial; 87,1% concordaram com a venda através de retenção de receita para antibióticos; as campanhas educativas obteve maior média de respostas para o combate a resistência bacteriana. Como fontes de informações mais utilizadas foram citadas: bulas, bulários, sites da internet; os farmacêuticos que utilizaram essas fontes de informação obtiveram menores índices de acertos. Recém-formados obtiveram menor índice de acerto em relação a formados com mais de cinco anos de atividade profissional. Farmacêuticos em drogarias e na farmácia hospitalar obtiveram os maiores índices de acerto em relação aos demais locais de trabalho. A análise final desse trabalho demonstra a necessidade de maior atualização, pelos farmacêuticos, em relação aos temas que envolvem a dispensação de antibióticos e o combate à resistência bacteriana.
- DissertaçãoUso de medicamentos para dormir no Brasil(2017) Kodaira, KátiaIntrodução: O uso de medicamentos para dormir é um assunto amplo e está associado a diversos temas, em diferentes países, como os distúrbios do sono, doenças psiquiátricas, fatores comportamentais e econômicos. Entretanto é uma abordagem pouco conhecida e explorada no Brasil. Objetivo: Investigar a frequência do uso de medicamentos para dormir no Brasil e os possíveis fatores associados (sociais, demográficos, estilo de vida e doenças crônicas). Método: Trata-se de uma análise de dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013 (PNS), estudo transversal de base populacional realizada pelo Ministério da Saúde em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Foram aptos a participarem da PNS todos os moradores maiores de 18 anos, escolhidos através de amostragem aleatória conglomerada realizada em três estágios. Consistiu em entrevistas domiciliares sobre o estado de saúde, estilo de vida e doenças crônicas, com respostas autorreferidas. Considerou-se como desfecho primário a pergunta: “Nas últimas duas semanas, o sr.(a) fez uso de algum medicamento para dormir?”. Outras questões também foram avaliadas: “Nas últimas duas semanas, por quantos dias usou o medicamento para dormir?”, “Foi receitado para o (a) sr (a) mesmo(a)?”. Procedeu-se o cálculo da frequência do uso de medicamentos para dormir; análise descritiva dos dados estratificados pelo mesmo e cálculo das razões de prevalência (RP) por regressão de Poisson com variância robusta, ajustadas por sexo e idade, dos seguintes fatores associados: estado civil, etnia, escolaridade, fumo, consumo de álcool, atividade física, consumo de sal, índice de massa corpórea (IMC) e sintomas depressivos. Procedeu-se análise de sensibilidade por técnica de reamostragem (bootstrap). Resultados: Foram incluídos na análise 60.202 indivíduos (52,9% mulheres e 42,9 ± 17,1 anos). A prevalência do uso de medicamentos para dormir foi de 7,6% (IC 95%: 7,3-8,0%). O tempo médio de duração do tratamento foi em torno de 9,75 (IC 95%: 9,49-10,00) dias e dentre os entrevistados que fizeram uso de medicamentos, 11,2% (IC 95%: 9,6-12,9%) relataram usar sem orientação médica. A análise multivariada mostrou os seguintes fatores estatisticamente significativos associados ao uso de medicamentos para dormir: sexo feminino (RP = 2,21; IC 95%: 1,97-2,47), faixa etária ≥ 60 anos (RP = 5,43; IC 95%: 4,14-7,11), etnia branca/amarela (RP = 1,38; IC 95%: 1,13-1,68), fumo (RP = 1,47; IC 95%: 1,28-1,68), sintomas depressivos com destaque aos graves (RP = 7,85; IC 95%: 6,77-9,11) e muito graves (RP = 10,42; IC 95%: 8,74-12,44). O consumo de álcool foi inversamente associado com o uso de medicamentos para dormir (RP = 0,66; IC 95%: 0,56-0,77). Conclusão: Os resultados apontam maior frequência de uso entre mulheres, idosos, etnias branca/amarela, ensino até o fundamental, fumantes e pessoas com sintomas depressivos.