Ciências Farmacêuticas
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- DissertaçãoEstudos in vitro e in vivo da Plathymenia reticulata Benth(2009) Albuquerque, Lia Barros LeiteA Plathymenia reticulata Benth. (Pr.) pertence à família Leguminosae, é uma planta típica do cerrado conhecida vulgarmente como vinhático. A entrecasca do caule é utilizada popularmente no tratamento de processos inflamatórios. Segundo normas vigentes no Brasil (RDC nº 17), para o registro de medicamento fitoterápico é necessário apresentação de relatório técnico com informações que incluem estudos científicos que comprovem a segurança de seu uso. O presente trabalho avaliou a segurança do extrato hidroalcoólico da Pr. através de testes in vitro avaliando a citotoxicidade utilizando Células de Ovário de Hamster Chines (CHO) e in vivo durante a gestação de ratas. A citotoxidade foi avaliada, expondo células CHO a diferentes concentrações do extrato. As células viáveis foram quantificadas utilizando o corante vital MTS/PMS (3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-5-(3-carboximetoxifenil)- 2-(4 sulfofenil)- 2H-tetrazólio)/(Phenazine methosulfate). A concentração não tóxica foi de 0,113 mg/mL, e a concentração tóxica, que mata 50% das células viáveis foi de 0,331 mg/mL o que predeterminou a dose letal que mata 50% dos animais (DL 50 = 1.379,67 mg/Kg) do extrato, reduzindo o número de animais utilizados nos testes in vivo. O extrato hidroalcoólico da planta foi administrado diariamente as ratas prenhes, por via oral (0,5 g/Kg e 1 g/Kg), do primeiro ao décimo oitavo dia de gestação. No décimo nono dia realizou-se a cesária, onde foi observado o desempenho reprodutivo das ratas. Considerando que as Leis vigentes do País determinam que sejam realizados testes complementares de determinação do potencial teratogênico das diversas espécies vegetais medicinais, nossos resultados indicam que o extrato hidroalcoólico da Plathymenia reticulata Benth., não apresentam a possibilidade de causar má formação congênita, porém observou-se algumas alterações estatisticamente significativas quando comparado com o controle, sendo assim, são necessários mais estudos complementares sobre o extrato para determinar o potencial tóxico do mesmo e assim ser um indicativo para o uso seguro.
- DissertaçãoDesenvolvimento e avaliação de sistemas gastrorretensivos flutuantes para liberação controlada de zidovudina(2009) Yoshida, Valquíria Miwa HanaiA proposta deste estudo foi desenvolver e avaliar sistemas gastrorretensivos, flutuantes (SGF), multiparticulados, para liberação controlada. A zidovudina (AZT, azidotimidina) foi usada, neste estudo, como fármaco modelo de substâncias hidrossolúveis. Os SGF foram obtidos por difusão e evaporação do solvente da emulsão (microballoons) e através de revestimento polimérico do silicato de cálcio adsorvido de AZT (grânulos revestidos). Os SGF foram avaliados in vitro, quanto ao lag time e tempo de flutuação, taxa de carregamento e perfil de liberação de AZT. As características físico-químicas foram avaliadas por calorimetria exploratória diferencial (DSC), difração de raio-X (DR-X) e espectroscopia de infravermelho (IV). A morfologia das partículas foi avaliada por microscopia eletrônica de varredura (MEV). A flutuação foi imediata e o tempo de flutuação superior a 12 h para ambos os SGF. A taxa de carregamento foi melhor nos grânulos revestidos (81,09 ± 14,66 %) do que nos microballoons (34,32±8,62 %). Ambos os sistemas propostos apresentaram liberação modificada, seguindo o modelo matemático proposto por Higuchi. Os resultados da DSC e da DR-X mostram uma mudança no estado sólido da AZT, de cristalino para amorfo. A espectroscopia de IV revelou que as ligações químicas da AZT foram preservadas. A MEV mostrou a estrutura esférica, oca e porosa dos microballoons e o recobrimento das partículas de silicato de cálcio. Tanto os microballoons quanto os grânulos revestidos apresentaram propriedades gastrorretensivas e flutuantes de liberação controlada adequados para fármaco hidrossolúvel.
- DissertaçãoInfluência de ato regulatório no volume de substâncias psicotrópicas anorexígenas e substância sacietógena, manipuladas no município de Sorocaba, Estado de São Paulo - Brasil(2009) Lungwtz, Eliane Martins PrestesO Brasil ocupa, pela terceira vez consecutiva, o primeiro lugar entre os maiores consumidores mundiais de psicotrópicos anorexígenos, apresentando um consumo que chega a ser o triplo de outros países. Observam-se situações em que o tratamento farmacológico da obesidade deve ser instituído, porém, salienta-se a importância do uso racional do medicamento, com avaliação do risco-benefício para o paciente e o controle rígido por parte dos órgãos reguladores. Este estudo teve como objetivo avaliar a influência da RDC n° 58/07(Brasil), quanto ao volume de substâncias psicotrópicas anorexígenas e de substância sacietógena não psicotrópica, manipuladas no Município de Sorocaba-SP, no ano de 2008. Foram avaliados os Boletins de Substâncias Psicotrópicas Anorexígenas e Outras (BSPO), entregues pelas farmácias na Vigilância Sanitária Municipal sendo realizado um estudo retrospectivo e quantitativo para o volume de substâncias manipuladas durante os anos 2006 e 2007, comparados ao ano de 2008, quando entrou em vigência a RDC n°58/07. As substâncias estudadas foram: anfepramona (dietilpropiona), femproporex, mazindol e sibutramina. Comparando-se o volume entre os anos de 2006/2008 e 2007/2008, observamos uma redução de 52,80% e 47,07% do volume manipulado de femproporex, de 84,32% e 93,21% para o mazindol e 24,31% e 11,56% para a anfepramona. A substância sacietógena sibutramina, no período 2006/2008 apresentou aumento de 33,98% e redução entre 2007/2008 de 7,82%. Através deste estudo podem-se observar reduções estatisticamente significativas para as três substâncias psicotrópicas anorexígenas manipuladas em 2008, sugerindo influência da RDC n° 58/07 e indicando a não substituição das substâncias psicotrópicas anorexígenas pela sacietógena. Salienta-se a importância de atos regulatórios por parte das autoridades sanitárias, normatizando o uso racional de medicamentos.
- DissertaçãoInvestigação sobre a adesão dos cuidadores ao tratamento com carbamazepina em crianças e adolescentes com transtornos psiquiátricos(2009) Stucchi, Hebe Karina de OliveiraA adesão ao tratamento medicamentoso é um fator determinante no sucesso terapêutico. A adesão dos cuidadores pode ser influenciada por diversos fatores, ligados à psicopatologia da criança ou do adolescente, ao tratamento, às condições sociais e econômicas, como também, relacionada ao sistema de saúde. Ainda que sejam poucos os estudos na área da psiquiatria da infância e adolescência, a questão da adesão à terapêutica tem sido discutida e estudada por vários profissionais de saúde mental. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar a adesão dos cuidadores ao tratamento medicamentoso com carbamazepina em crianças e adolescentes com transtornos psiquiátricos do Centro de Atenção Psicossocial da Infância e Adolescência – CAPSi, da Associação Pró-Reintegração Social da Criança de Sorocaba e os possíveis fatores que a influenciam. Por meio de estudo descritivo e observacional, foi realizada entrevista estruturada, dosagem sérica de carbamazepina e duas orientações aos cuidadores, para avaliar o grau de adesão. Os cuidadores foram caracterizados como apresentando maior ou menor grau de adesão. Esta classificação foi baseada na análise entre os dados do prontuário e as informações fornecidas pelo cuidador durante a entrevista, considerando a afirmação do cuidador que adminstra o medicamento e que conhece o nome do fármaco em uso. Na análise dos medicamentos administrados às crianças e adolescentes, foram observadas as seguintes proporções de cuidadores classificados como menos aderentes: 25,0% no grupo em monoterapia e 75,0% no grupo em politerapia. Utilizou-se também o teste de McNemar, que permitiu avaliar o grau de discordância de adesão dos cuidadores, que compareceram as duas intervenções de orientação sobre a administração correta do medicamento, entre a primeira e a segunda dosagem sérica de carbamazepina. Porém, a análise estatística mostrou que não houve diferenças estatisticamente significantes, entre os grupos de cuidadores aderentes, nos dois momentos do estudo, ou seja, antes e após as intervenções realizadas. Isto pode indicar a existência de um padrão específico de comportamento dos usuários do serviço, o que sugere a necessidade de maior atenção dos profissionais de saúde mental para o problema, bem como medidas de educação continuada aos cuidadores responsáveis pelas crianças ou adolescentes quanto à administração correta dos medicamentos.
- DissertaçãoAnalgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides em prescrições pediátricas(2010) Ferreira, Tânia ReginaA prescrição pediátrica deve ser bastante minuciosa, levando em conta aspectos específicos desta população, tipos de formas farmacêuticas e formulações comercialmente disponíveis, dose e indicação clínica com evidências de segurança e eficácia. Com muita frequência, a prescrição nas faixas pediátricas é baseada em extrapolações de doses e/ou modificações de formulações para adultos, ignorando-se completamente as diferenças entre crianças e adultos. Estima-se que 30% dos medicamentos contidos em prescrições pediátricas pertençam ao grupo dos analgésicos, antipiréticos (AA) e/ou dos anti-inflamatórios não esteroides (AINE). A maioria dos AINE tem indicação restrita na faixa pediátrica. Considerando os aspectos relacionados ao uso racional de medicamentos em pediatria e a escassez de trabalhos brasileiros que avaliem e comparem o uso de medicamentos em pacientes assistidos pelo setor SUS e N-SUS, esta pesquisa se propõe avaliar a indicação e a utilização de AA e AINE em crianças, a partir de análise de prescrições pediátricas e de informações fornecidas pelos cuidadores no ano de 2009, em Sorocaba, SP. Amostra composta por 150 receitas (101 – SUS e 49- N-SUS) seguidas de entrevista foram obtidas em nove locais privados (drogarias) e em nove locais públicos (seis Unidades Básicas de Saúde, dois ambulatórios de unidades préhospitais e uma clinica de especialidades médicas). Observou-se no SUS maior prevalência da dipirona (61,8%) e no N-SUS do ibuprofeno (33%), p≤ 0,05. Todos os usos considerados contraindicados foram provenientes do N-SUS (10,2%). Cerca de 70% das indicações referidas não encontram respaldo na literatura. Esta análise mostrou que não existem prescrições pediátricas de AA e AINE nesta amostra, que atendam o critério de uso racional quando proveniente do setor N-SUS e em menos de 5% do SUS. Cabe ressaltar que os clínicos que prescrevem pelo N-SUS, selecionam de maneira apropriada o medicamento em 76,0% das vezes, dado este mais elevado que o SUS (60,0%). Porém, ambos se equivocam na escolha da dose, frequência, além de não especificar o tempo de duração do tratamento. Observando os elementos relacionados à prescrição verifica-se que em 50% da totalidade das receitas, não havia a presença da via de administração; em mais de 80% não foi encontrada a quantidade total do medicamento necessária para o tratamento completo e pelo menos em 70% não constava a concentração. Conclui-se que as prescrições pediátricas de ambos os setores são incompletas e precisam urgentemente ser melhoradas. Os tratamentos estão focados somente em condutas medicamentosas descritas de maneira incompleta, duvidosa, com usos off label relacionados à indicação, faixa etária, frequência, dose e duração do tratamento, não constando nenhuma orientação não medicamentosa por escrito.
- DissertaçãoDesenvolvimento e avaliação de revestimento aplicado à cápsulas de gelatina dura gastro-resistentes em escala magistral(2010) Mendonça, Cristiane Ferreira do Vale eÉ crescente a preocupação do setor magistral em garantir a segurança e a eficácia dos medicamentos. Cápsulas gelatinosas duras são muito utilizadas para a dispensação de medicamentos, cuja produção, se executada sem critérios, pode alterar a biodisponibilidade dos fármacos. Este trabalho visou avaliar a gastro-resistência de formulações magistrais em cápsulas de gelatina dura, produzidas por farmácias na cidade de Sorocaba-SP, bem como propor e avaliar uma ou mais formulações e método de revestimento gastro-resistente, passíveis de serem utilizados magistralmente. Dez farmácias aceitaram participar do estudo. Cápsulas gastro-resistentes, contendo 50 mg diclofenaco de sódio, foram adquiridas e submetidas aos ensaios: uniformidade de peso, uniformidade de conteúdo, desintegração e dissolução. O medicamento de referência utilizado foi o Voltaren® 50 mg, Para a execução do revestimento gastro-resistente, através da técnica proposta de imersão controlada, foram desenvolvidas formulações com os polímeros Kollicoat® MAE 100P e Opadry Enteric®. A avaliação dos filmes obtidos foi através da determinação da densidade aparente, viscosidade e espessura. A análise das amostras coletadas das farmácias demonstrou que todas atenderam às especificações de uniformidade de peso, 20% foram aprovadas nos ensaios de uniformidade de conteúdo, todas foram reprovadas nos ensaios de desintegração, e 40% foram reprovadas nos ensaios de dissolução. A técnica de revestimento proposta mostrou-se adequada em fornecer cápsulas gastro-resistentes. Foram desenvolvidas duas formulações de revestimento: Kollicoat® MAE 100P (K3A3) e Opadry Enteric® (OE4). Ambas foram aprovadas para os ensaios de desintegração e dissolução. Estes resultados comprovaram que é possível a obtenção de cápsulas gastro-resistentes através do processo de Imersão Controlada.
- DissertaçãoPerfil dos pacientes com paracoccidioidomicose e comparação dos tratamentos realizados no Conjunto Hospitalar de Sorocaba - S.P.(2010) Junqueira, Fábio MirandaA Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença fúngica sistêmica, causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides brasiliensis. A forma de apresentação predominante no adulto é a crônica, mas quando atinge crianças, adolescentes e adultos jovens, geralmente apresenta-se sob forma aguda ou sub-aguda. É de grande interesse para os países da América Latina onde incide de forma endêmica. Trata-se de uma doença de grande importância epidemiológica e social na região onde foi realizado o estudo. O tratamento é prolongado e com baixa adesão. Existe grande volume de trabalhos científicos que tratam da biologia, imunologia e genética do fungo causador dessa doença, porém todo esse conhecimento não consegue se reverter em novas ferramentas terapêuticas para as pessoas afetadas. Foi realizado um estudo retrospectivo, epidemiológico, transversal, observacional e descritivo, por meio de análise de dados dos prontuários dos pacientes com diagnóstico de PCM atendidos no ambulatório de Medicina Tropical do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). O objetivo do estudo foi traçar o perfil de pacientes com PCM e comparar os tratamentos realizados. O perfil dos pacientes foi: 78% do gênero masculino, 33% na faixa etária entre 50 e 60 anos, 80% apresentavam a forma crônica da doença e o diagnóstico foi realizado principalmente por biópsia da lesão. Em relação ao tratamento, os medicamentos usados foram a associação sulfametoxazol-trimetoprima, itraconazol e anfotericina B. Não houve significância estatística entre a eficácia dos tratamentos empregados em relação a menor tempo de melhora clínica, efeitos adversos e abandono.
- DissertaçãoEstudo de propriedades físico-químicas envolvidas no processo de densificação de comprimidos contendo zidovudina(2010) Angiolucci, TatianaEste trabalho esta baseado na investigação do comportamento de uma formulação farmacêutica sólida, contendo Zidovudina (AZT), quando submetido a processo de compressão ou densificação. O AZT foi o primeiro fármaco aprovado para o tratamento da AIDS e das infecções causadas pelo HIV. O objetivo geral deste trabalho foi o de caracterizar as propriedades físico-químicas dos comprimidos, obtidos da formulação experimental, quando submetidos a diferentes forças de compressão. Nestas análises foram utilizadas técnicas descritas em compêndios farmacopeicos e técnicas não convencionais para o estudo da porosidade. A técnica não convencional utilizada foi o uso da atenuação da radiação gama, para a determinação da porosidade dos comprimidos. Esta metodologia está baseada na atenuação de um feixe de radiação gama pelo comprimido. A intensidade do feixe de radiação que emerge dos comprimidos foi calculada, e o coeficiente de atenuação linear dos raios gama foi obtido. O resultado foi posteriormente relacionado com a porosidade dos comprimidos. As técnicas convencionais usadas para estudar o comportamento dos comprimidos foram os testes de: dureza, friabilidade e dissolução. Todos estes testes são classificados como testes destrutivos. Foi feito também neste trabalho, um amplo estudo usando modelos teóricos com a finalidade de explicar o comportamento da formulação sob compressão. As propriedades de compressão da formulação foram caracterizadas usando as equações de Heckel e de Walker. Os resultados destes estudos, somadas com as informações obtidas nos testes destrutivos e não destrutivos são discutidos e os resultados apresentados. Os testes conduzidos usando as equações de Heckel e Walker, indicam que o processo de densificação é governado principalmente por deformações do tipo plástica e pressões em torno de 246 MPa, já são suficientes para se produzir um comprimido.
- DissertaçãoPreparação e avaliação de sistemas gastrorretensivos flutuantes, para veiculação de venlafaxina(2010) Corrêa, Eliane MelaréO desenvolvimento de sistemas gastrorretensivos é útil para prolongar o efeito terapêutico de fármacos que são absorvidos principalmente no estômago ou na parte proximal do intestino delgado. O objetivo deste trabalho foi desenvolver e avaliar sistemas gastrorretensivos, flutuantes, de liberação modificada para a veiculação de cloridrato de venlafaxina (VLF). O VLF é um inibidor da recaptação da serotonina e noradrenalina, utilizado no tratamento da depressão, doença de auto custo sócio econômico o mundo todo. Os grânulos foram preparados por via úmida utilizando adjuvantes farmacotécnicos com a finalidade específica de reduzir a taxa de liberação/dissolução do VLF e garantir que a densidade dos grânulos fosse menor que a densidade do fluído estomacal. Os grânulos foram avaliados quanto ao “lag time”, tempo de flutuação e friabilidade. A microscopia óptica e eletrônica de varredura foi utilizada para caracterização morfológica dos grânulos. Calorimetria exploratória diferencial, difração de raios X e infravermelho com transformada de Fourier foram utilizados para caracterização físico-química do VLF incorporado nos grânulos. O perfil de liberação do VLF foi avaliado “in vitro”. Os comprimidos foram obtidos por compactação dos grânulos e avaliados quanto à flutuabilidade, uniformidade de conteúdo, intumescimento e perfil de liberação/dissolução. Os resultados mostraram que o VLF manteve suas propriedades químicas inalteradas. Os grânulos apresentaram flutuação imediata, tempo de flutuação superior a 24 horas e boas propriedades de compactação. Contudo, na forma de grânulo a liberação do VLF, ocorreu em aproximadamente 30 minutos. Os comprimidos, por sua vez, apresentaram boa flutuabilidade e liberação modificada do VLF. Os sistemas gastrorretensivos flutuantes foram obtidos e permitiram alcançar, com os comprimidos, uma taxa de liberação prolongada por um período de 10 horas. Os resultados indicam o potencial dos SGRF de liberação modificada no tratamento e na prevenção das recaídas da depressão.
- DissertaçãoDesenvolvimento e avaliação in vitro de comprimidos de liberação modificada para veiculação de Zidovudina(2010) Bicheri, Maria Theresa LeiteA proposta do presente trabalho foi desenvolver um sistema matricial hidrofílico na forma farmacêutica comprimido para a veiculação da zidovudina, com o objetivo de estender o tempo de liberação do fármaco. O polímero hidroxipropilmetilcelulose (HPMC), em dois graus diferentes de viscosidade, HPMC K100LV e K4M, foi utilizado como agente retardante de liberação. Comprimidos contendo 12,50, 18,75 e 25,00% de quantidade total de HPMC foram produzidos, por meio de compressão direta. Dentro dessas quantidades totais foram estabelecidas misturas entre as os polímeros (HPMC) com viscosidades diferentes, a fim de se analisar o comportamento das viscosidades alcançadas. A força de compressão exercida na preparação dos comprimidos também foi alterada, com o auxílio de uma prensa hidráulica manual, as pressões exercidas foram de 1,5 e 3,0 toneladas. Os comprimidos foram submetidos a ensaios físico-químicos para a avaliação da qualidade dos mesmos. A fim de determinar a cinética de liberação do fármaco, foram aplicados os modelos cinéticos de Higuchi, Ordem Zero e Primeira Ordem. Foi realizado, também, o cálculo de expoente de liberação (n) através da equação de Korsmeyer et al. (1983). Os comprimidos produzidos com 12,50% de HPMC total alcançaram liberação de 100% do fármaco em 6 horas, enquanto que os produzidos com 18,75 e 25,00% em 24 horas. O modelo cinético que mais se ajustou as formulações que continham 12,50% de HPMC total foi o de Higuchi, ao passo que para as formulações que continham 18,75 e 25,00% foi o de Primeira Ordem. O expoente de liberação calculado apontou que a maioria das formulações segue mecanismo de liberação do tipo anômalo, com fenômenos de difusão e erosão combinados. Pelos resultados obtidos as formulações que continham 18,75% e 25,00% de HPMC apresentaram o aumento no tempo de liberação da zidovudina.
- DissertaçãoA importância da análise técnica para a tomada de decisão do fornecimento de medicamentos pela via judicial(2010) Macedo, Eloisa Israel deO aumento da demanda judicial por medicamentos tem causado sérios problemas às políticas públicas de saúde, pois esta concessão tem impacto significativo, seja no acesso racional aos medicamentos ou nas finanças públicas. As dificuldades de entendimento entre o judiciário e o setor da saúde, bem como as limitações do poder executivo na implementação da política nacional de medicamentos e de assistência farmacêutica, tem gerado conflitos e pressões, contribuindo para a utilização de caminhos alternativos do acesso a medicamentos. O objetivo deste trabalho foi discutir a importância da análise técnica para a tomada de decisão do fornecimento de medicamentos pela via judicial. Entre os procedimentos adotados destacam-se: a caracterização da demanda judicial de medicamentos no Estado de São Paulo; a verificação da presença dos medicamentos nos componentes da assistência farmacêutica no SUS; e a análise do grau de recomendação de medicamentos ainda não incorporados nos programas oficiais. As informações dos processos judiciais foram obtidas da base de dados do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A amostra foi composta por cinco processos de cada município sede dos Departamentos Regionais de Saúde do Estado de São Paulo, totalizando 81 processos que atenderam aos critérios de inclusão. Foram identificados 77 fármacos diferentes e o número de medicamentos por processo variou entre um e sete itens. Na distribuição dos processos judiciais, o Estado foi o principal réu, sendo acionado em 64,2% das solicitações; 22,2% foram impetrados contra municípios e 13,6% contra dois entes estatais (estado e município) simultaneamente. Entre as doenças referidas nos processos, destacaram-se problemas cardiovasculares, câncer e diabetes, seguidos por doença pulmonar obstrutiva crônica, osteoporose e glaucoma. A via judicial tem sido explorada para solicitar medicamentos cuja disponibilidade está prevista no SUS e medicamentos ainda não incorporados aos programas. Dos medicamentos solicitados, 14,3% deveriam estar disponíveis na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS), 19,5% no componente de medicamentos de dispensação excepcional e 66,2% não pertenciam a nenhuma lista oficial do SUS. A falta de medicamentos nas Unidades de Saúde, as restrições e a desatualização dos protocolos clínicos, somados aos entraves burocráticos que dificultam o acesso aos medicamentos do componente de dispensação excepcional, legitimam a via judicial como alternativa para o acesso a medicamentos. Por outro lado, a influência da indústria farmacêutica sobre os prescritores, a dificuldade de contestar o diagnóstico e as prescrições médicas, a indicação de medicamentos sem evidência de benefício definido, bem como a inexistência de acompanhamento dos pacientes que fazem uso de medicamentos fornecidos por determinação judicial, dificultam a identificação dos pleitos justos e em consonância com o uso racional de medicamentos. O aperfeiçoamento da gestão da assistência farmacêutica, dos canais de comunicação com o judiciário e da análise técnica comprometida com a necessidade dos pacientes tornam-se ferramentas fundamentais para a tomada de decisão do fornecimento de medicamentos pela via judicial.
- DissertaçãoEfeito antibotrópico da Plathymenia reticulata Benth sob o parâmetro da junção neuromuscular(2010) Farrapo, Nicole MoreiraEntre os 20.000 acidentes ofídicos anuais notificados no Brasil, o gênero Bothrops representa cerca de 90%. O veneno bruto da serpente Bothrops jararacussu (Bjssu), apresenta uma ação proteolítica que causa uma severa mionecrose tanto in vivo como in vitro e bloqueio neuromuscular. Estudos in vitro realizados anteriormente com o extrato hidroalcoólico da Plathymenia reticulata Benth (P. reticulata), demonstraram o efeito antibotrópico da planta contra o bloqueio neuromuscular induzido pelo veneno de Bjssu. Frente ao exposto os objetivos desse estudo foram: 1) avaliar o efeito farmacológico de extratos de diferentes polaridades (hexano, EHEX; diclorometano, EDM; acetato de etila, EAET; e metanol, EMET), obtidos das cascas de P. reticulata, contra o bloqueio neuromuscular irreversível induzido pelo veneno bruto de Bjssu, em preparações isoladas nervo frênico-diafragma de camundongos; 2) análise histológica dos músculos diafragmas, expostos ao estudo farmacológico; 3) avaliar o índice de mutagenicidade do extrato hidroalcoólico da P. reticulata, através do Teste de Ames, utilizando cepas mutantes de Salmonella typhimurium. O extrato diclorometano (EDM) foi o mais eficiente (92 ± 6,2%) em impedir a paralisia neuromuscular induzida pelo veneno bruto de Bjssu em comparação aos outros extratos (*p<0,05), resultando em uma resposta muito próxima à das preparações incubadas com Tyrode (controle). O dano morfológico induzido pelo efeito miotóxico do veneno de Bjssu, bem como o efeito neutralizante do extrato EDM, foram quantificados através de análise histológica dos músculos, mostrando que o EDM reduziu em 58,2% a mionecrose causada pelo veneno. O extrato hidroalcoólico de P. reticulata (EHPr) mostrou-se mutagênico para a linhagem bacteriana de Salmonella typhimurium TA98 e apresentou indícios de mutagenicidade para as linhagens TA97a e TA102. Avaliando os resultados em conjunto conclui-se que a P. reticulata apresenta ação antibotrópica in vitro e potencial antitumoral pela sua capacidade mutagênica.
- DissertaçãoDesenvolvimento de pré-formulação de mucoadesivo bucal como carreador de fármaco(2010) Tardelli, Edgard RoblesA partir do ano de 1990, iniciou-se o desenvolvimento de uma forma alternativa de medicação oral, que emprega fita bioadesiva carreadora de fármaco para aplicação na cavidade oral. Esta nova forma farmacêutica é composta de material capaz de desintegrar-se utilizando como solvente a umidade da saliva. As fitas possibilitam administração de fármacos sem a degradação pelas enzimas e líquidos gastrointestinais, bem como a ausência da inativação devido ao efeito da primeira passagem ao nível hepático. Os principais consumidores beneficiados são as crianças, pessoas em idade geriátrica ou os que sofrem de náuseas ou vômitos e, que podem encontrar dificuldade na ingestão de fármacos orais sólidos. No presente trabalho foi desenvolvida pré-formulação mucoadesiva bucal a base de gomas naturais utilizadas nas proporções aprovadas pelo FDA para consumo em alimentos e medicamentos, tendo como componente principal a goma pululana. Adicionaram-se as gomas carragena, locusta e xantana, e o sorbitol para a necessária relaxação das forças intermoleculares e para a melhoria da textura. A pré-formulação foi avaliada através dos ensaios de viscosidade (intrínseca; [η]= 71,61 cm3. g-1), DSC (temperatura de transição vítrea; Tg=63,08 ºC), termogravimétrico (umidade de 14 %), dissolução (método Chen; sem fármaco no tempo de 41,6 s e com fármaco de 6,6 min), mucoadesão (40Kg. cm-2), microscopia eletrônica de varredura ( raio crítico menor que 1,0 µm), ensaio mecânico (tração= 58 N.mm-2, deformação= 4,4 %), e quanto a incorporação de fármaco (15 mg de meloxicam). Alem disto, a pré-formulação apresentou características importantes para fita bioadesiva carreadora de fármaco como área de 6 cm2, rápida dissolução, adequada mucoadesividade, resistência a penetração do oxigênio e ao vapor de água, viscosidade aumentada em solução (33,02 para 71,61 cm3. g-1), fácil moldagem, solubilidade em água e transparência. A pré-formulação desenvolvida comportou-se de modo semelhante aos mucoadesivos comerciais, permitindo receber quantidades de fármaco adequadas para uso como forma farmacêutica sendo, deste modo, uma pré-formulação promissora para o uso pretendido.
- DissertaçãoPerfil de prescritores e prescrição de antimicrobianos nas infecções de vias aéreas superiores em pediatria(2010) Rocha, Maria Carolina Pereira daAs infecções respiratórias são a principal causa de atendimento no setor primário de saúde. As crianças são mais atendidas e recebem mais antimicrobianos por esse motivo do que qualquer outra faixa etária. A maioria dessas infecções é de etiologia viral, mesmo assim, muitas recebem antimicrobianos desnecessariamente. Vários fatores podem ser relacionados à grande utilização de antimicrobianos nas Infecções de Vias Aéreas Superiores (IVAS): diagnóstico incerto, falta de conhecimento por parte dos pais e prescritores sobre a real necessidade desse medicamento, pressão sócio-econômica e cultural, medo de processos judiciais e satisfação da expectativa dos pais. Diante disto, o objetivo desse estudo foi traçar um perfil dos médicos que atendem crianças no Sistema Único de Saúde (SUS) em Sorocaba-SP e em uma Cooperativa de Médicos (Unimed) nas cidades do interior de São Paulo e como eles prescrevem antimicrobianos nos casos de IVAS. Foram enviados questionários aos prescritores com perguntas sobre seu perfil, fatores que interferem em sua prescrição, casos clínicos sobre IVAS e sugestões para diminuir a prescrição de antimicrobianos. A amostra obtida foi de 170 prescritores, a média do tempo de formação foi de 23,5 anos, 13,5% deles não havia feito residência médica em pediatria, 75,3% trabalham predominantemente no SUS, 70,8% apresentam carga horária semanal de trabalho de 40 horas ou mais. Os periódicos foram a principal forma de atualização utilizada, e os que apresentavam menor tempo de formação deram mais importância aos materiais de laboratório que os demais. A grande maioria dos médicos que trabalha no SUS (97,6%) atende mais de cinco pacientes por hora versus 33,1% dos que trabalham no Setor Privado. Os exames laboratoriais foram solicitados em 10 a 15% dos casos de IVAS. Os fatores que interferiram na prescrição de antimicrobianos foram: estado geral da criança, presença de doença de base, tempo de evolução da doença entre outros. Em casos de dúvida sobre a etiologia viral ou bacteriana da infecção, novamente o estado geral foi considerado mais importante seguido de pressão dos pais (este mais importante para os formados há menos tempo), questões legais, necessidade de possíveis reavaliações entre outros. Sobre o conhecimento técnico percebe-se certa dificuldade em relação à segurança e toxicidade dos antibióticos e ainda no diagnóstico de algumas IVAS, principalmente das sinusites e amigdalites bacterianas. Na avaliação da qualidade da prescrição, 32,9% dos médicos apresentaram qualidade abaixo da média calculada e esta se relacionou significativamente com a forma de informação utilizada para sua atualização. Houve tendência à piora da qualidade da prescrição conforme aumentava o número de pacientes atendidos por hora. A partir desses dados, nota-se certo desconhecimento técnico sobre as recomendações atuais no tratamento das IVAS, sendo que essas dificuldades são maiores nos que utilizam meios pouco recomendados para atualização. Educação eficiente sobre o assunto se faz necessária para que possamos melhorar a qualidade da prescrição de antibióticos e evitarmos seu uso desnecessário.
- DissertaçãoControle de medicamentos antimicrobianos no Brasil: repercussões sobre farmácias e drogarias(2011) Lopes Júnior, RogérioA falta de fiscalização e de aplicação efetiva de controles sobre a venda e o uso de antimicrobianos é citada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa da crescente resistência aos microrganismos. Para minimizar as consequências deste grave problema de saúde pública, vários países têm aprimorado a regulação da prescrição e dispensação de antimicrobianos. No Brasil, medidas de controle foram adotadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 44, de 26 de outubro de 2010. O objetivo deste trabalho foi avaliar as repercussões do controle de medicamentos antimicrobianos em farmácias e drogarias. Trata-se de estudo observacional, longitudinal, descritivo do comércio de antibacterianos. A unidade de análise foi o estabelecimento farmacêutico integrado ao Sistema Acode da Federação Brasileira das Redes Associativas de Farmácias (Febrafar), que sistematiza informações sobre os medicamentos adquiridos por cerca de 3.000 farmácias e drogarias (4,5% do total de farmácias e drogarias no Brasil), estabelecidas em aproximadamente 1.500 municípios e no Distrito Federal (27% do total de municípios do Brasil). Foram analisadas informações referentes a 28 antibacterianos isolados e quatro combinações em dose fixa, no período entre junho de 2009 e maio de 2011 (18 meses que precederam a implantação do controle de antimicrobianos no Brasil e 6 meses posteriores). Observou-se redução no número de unidades de antibacterianos adquiridas pelos estabelecimentos farmacêuticos em todas as classes analisadas. Os antibacterianos que sofreram maior redução no número de unidades adquiridas foram tetraciclina (39%), azitromicina (33%), amoxicilina (32%), lincomicina (26%) e a combinação em dose fixa sulfametoxazol + trimetoprima (25%). Poucos fármacos apresentaram crescimento no número de unidades adquiridas: benzilpenicilina benzatina; cefadroxila; cefalexina; ceftriaxona; ciprofloxacino; clindamicina; minociclina; oxitetraciclina e tianfenicol. Acredita-se que o pequeno aumento observado (de 1,6 a 14%) possa decorrer da combinação de dois fatores: crescimento de mercado e maior volume de venda sob prescrição. Mesmo considerando o curto período acompanhado após a adoção das novas medidas de controle, a redução do número de unidades adquiridas pelos estabelecimentos farmacêuticos corrobora a expectativa de sucesso desta política, contribuindo para o aumento da racionalidade do uso de antimicrobianos no Brasil.
- DissertaçãoPerfil de utilização de antimicrobianos em usuários do Sistema Único de Saúde de uma cidade do interior paulista(2011) Barreto, Reges Evandro TeruelA utilização inadequada de medicamentos é hoje, um grave problema de saúde pública em todo o mundo. O alto índice de prescrições contendo antimicrobianos é cada vez mais alarmante e persistente, intensificando muito os erros das prescrições, com conseqüente aumento nos níveis de resistência bacteriana. Erro de diagnóstico e posologia, ausência de padronização e de utilização dos protocolos estão entre os principais problemas na utilização desses medicamentos. Medidas de controle e conhecimento dos padrões de prescrição estão entre as ações preconizadas pela Organização Mundial da Saúde para o controle da resistência bacteriana. Em vista disso, o objetivo desse estudo foi avaliar o perfil de prescrição e uso de antimicrobianos no âmbito do Sistema Único de Saúde na cidade de Fernandópolis - SP. O método utilizado foi a pesquisa exploratória, através de entrevistas padronizadas a partir de um questionário estruturado, com questões abertas e fechadas em três Unidades de Saúde Municipal. Foram realizadas 400 entrevistas e os resultados evidenciaram uma população com perfil predominante do gênero feminino, com nível de escolaridade mediano. Relativamente ao uso de antimicrobianos, entre os mais prescritos estão a amoxicilina com 40,7 %, seguido pela cefalexina com 27,6 % e o ciprofloxacino com 10,3 %. Em relação às prescrições, cerca de 20 % dos pacientes não conseguem absorver qualquer informação, e apenas 2,5 % recebem informações sobre possíveis efeitos adversos. Encontrou-se ainda, no presente estudo muitas utilizações consideradas inadequadas, como utilização em doenças de etiologia viral. A ausência de protocolos e a grande variação da farmacoterapia, também foram evidenciados no presente estudo. Os dados encontrados sugerem que o uso dessa classe de medicamentos ainda é feita de maneira empírica e sem controle, na “contramão” das preconizações dos órgãos regulamentadores nacionais e mundiais.
- DissertaçãoUso prévio de antimicrobianos em pacientes hospitalizados com pé diabético(2011) Quilici, Maria Teresa VerroneA infecção dos pés em pacientes diabéticos é uma complicação frequente, complexa, de alto custo, determinando a amputação imediata em 25% a 50% dos casos. Os agentes de infecção isolados descritos na literatura mostram resistência aos medicamentos de menor custo, sendo necessário estabelecer o tratamento ambulatorial empírico na maioria dos casos. Além disso, diversas especialidades médicas estão envolvidas no atendimento ambulatorial desses pacientes dificultando a implantação de protocolos de tratamento. O objetivo deste projeto foi avaliar o uso prévio de antimicrobianos no tratamento anti-infeccioso em pacientes internados com pé diabético. Foi realizado um estudo transversal envolvendo 100 pacientes diabéticos com complicações infecciosas em membros inferiores, internados no Conjunto Hospitalar de Sorocaba. As variáveis estudadas foram aquelas relacionadas com a doença, infecção e adesão ao tratamento. Os indivíduos foram submetidos à entrevista através de questionário estruturado e dados de prontuários foram colhidos. No intuito de identificar as variáveis independentemente associadas à evolução para amputação em pacientes diabéticos procedeu-se à análise com a regressão múltipla de Cox (com variância robusta), utilizando-se as variáveis que apresentaram valores de p menores que 0,25 à análise univariada. A idade dos pacientes variou de 31,9 a 89,7 anos (mediana de 62 anos). A casuística formada por 68 homens, sendo a maioria branca (78%), de baixo nível sócio econômico e de instrução. A maioria referia fazer acompanhamento do diabetes (79%), mas os níveis glicêmicos na internação estavam elevados. As complicações crônicas mais prevalentes foram: neuropatia (91%) e doença a vascular periférica (63%). A hipertensão arterial e dislipidemia estavam presentes em 72 % e 41%. A maioria apresentou pé diabético neuroisquêmico (86%) e 75% internaram com úlcera grau 4 de Wagner. Ao teste de Morisky, 71% eram não aderentes ao tratamento e os medicamentos mais referidos foram os antidiabéticos (84%) e os anti-hipertensivos (62%). O uso prévio de antibióticos foi verificado em 66% dos casos e durante a internação o uso foi em 95%. Evoluíram para amputação 61% dos pacientes, 14% com desbridamento e 9% com revascularização. Os resultados mostram um risco aumentado de 42% de evolução para amputação em pacientes que fizeram uso prévio de antimicrobianos e sugerem risco aumentado de 26% para os menos aderentes ao tratamento medicamentoso. Além disso, notou-se que para o aumento de um grau na classificação de úlcera pelo critério de Wagner houve um incremento de 65% no risco de amputação. Os pacientes que haviam realizado procedimento conservador antes da internação tiveram risco 63% menor de amputação. Pacientes diabéticos com úlceras no pé devem ser diagnosticados e tratados precocemente, com esquemas antimicrobianos preconizados e adequados à gravidade da lesão, condições clínicas e socioeconômicas. A adesão ao tratamento e a prevenção do pé diabético através de medidas educativas devem ser estimuladas nos serviços que prestam atendimento aos diabéticos e requer abordagem multidisciplinar, evitando-se a progressão das complicações crônicas e a evolução das úlceras para graus mais avançados, que teriam risco maior de amputação. O tratamento conservador realizado antes da internação indica que a atenção e orientação especializada prévia diminuiu o risco de amputação.
- DissertaçãoPrescrições pediátricas em um pronto-socorro de cidade do interior de São Paulo(2011) Pedroso, Soraya AyresIntrodução: A prescrição na faixa etária pediátrica muitas vezes baseia-se em extrapolações e adaptações do uso em adultos, informações obtidas de raros estudos populacionais e consensos de especialistas. A avaliação da segurança dos medicamentos para crianças não pode ser extrapolada de dados obtidos em adultos, pois os medicamentos tendem a ter toxicidade distinta nesta população. Objetivo: Identificar o padrão de utilização de medicamentos em uma unidade regional de emergência pediátrica e relacionar com uso off label, suspeitas de reações adversas (RAM) e indicações clínicas sem evidências. Métodos: Estudo observacional, transversal, descritivo. A amostra foi composta por 100 pacientes atendidos entre 0 e 12 anos, admitidos por um período mínimo de 4 horas de permanência na Unidade Regional de Emergência (URE) de Pediatria do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. O cuidador responsável pelo paciente foi entrevistado com o auxílio de instrumento semi-estruturado para verificação de dados sociodemográficos, antecedentes familiares e possíveis fatores de risco para RAM. Os prontuários e as prescrições médicas foram examinados durante a coleta de dados. O algoritmo de Naranjo et al. (1981) foi utilizado para estabelecer o nexo causal entre o fármaco e a suspeita de RAM. A análise estatística dos dados obtidos foi realizada através do programa Graph Pad In Stat, versão 3.0 para Windows. Resultados: A maioria dos pacientes tinha mais de dois diagnósticos (56%). Cinquenta e oito por cento dos pacientes permaneceram por mais de 24 horas em observação no setor; destes 60% necessitaram de internação e 44% haviam sido submetidos a alguma internação anteriormente. Foram prescritos 744 medicamentos aos pacientes, o que corresponde a 82 fármacos, distribuídos em 35 classes terapêuticas. Cerca de 93% utilizaram quatro ou mais medicamentos após a admissão na URE. Houve prevalência dos medicamentos com ação sobre o sangue e órgãos hematopoiéticos e daqueles que atuam sobre o sistema nervoso (85%); antiinfecciosos para uso sistêmico (58%) e finalmente os que atuam sobre o sistema digestório (27%). Em relação ao uso racional dos medicamentos, verificou-se que o uso apropriado do medicamento variou entre 0 (cloridrato de cetamina, citrato de fentanila, cloridrato de metoclopramida e cloridrato de tramadol) e 100% (cloridrato de cefepima). As variáveis com prevalência de uso não racional foram dose e frequência. As suspeitas de RAM ocorreram em três pacientes, envolvendo o sistema dermatológico. Setenta e dois por cento dos pacientes receberam de 5 a 16 medicamentos injetáveis, não pertencentes à classe dos anti-infecciosos. Verifica-se que houve uso de medicamentos para indicações (n=89, 33,2%), doses (n=129, 48%) e frequência (n=145, 54%) não aprovadas pela Anvisa (off label) nas prescrições pediátricas na URE, CHS Sorocaba. Doze medicamentos dos quinze estudados tiveram uso off label quanto à indicação em mais de 20% das prescrições. Do grupo dos antiinfecciosos, (oito fármacos) três foram prescritos para indicações não aprovadas em mais de 30% das prescrições (cloridrato de vancomicina - 33%; claritromicina – 100% e ceftriaxona sódica – 85%). Os prescritores modificaram o uso registrado na Anvisa quanto a indicação clínica, dose e frequência de utilização da maioria dos medicamentos, caracterizando assim o uso off label, que foi estatisticamente significativo entre os grupos (p<0,0001). Conclusão: Houve uso off label de medicamentos relacionado principalmente a faixa etária, frequência e doses utilizadas, o que pode estar evidenciando muitas vezes a falta de conhecimento dos prescritores, a utilização de fontes de consulta não fidedignas ou mesmo a inexistência de estudos mais detalhados sobre a utilização de medicamentos em crianças. Observou-se que os medicamentos foram prescritos de maneira inapropriada na maioria dos casos, com erros em relação a dose e frequência, bem como indicação em faixa etária não aprovada. Alguns antibióticos destinados a reserva terapêutica, como o cloridrato de vancomicina, foram prescritos de forma indevida, aumentando o aparecimento de efeitos adversos e induzindo resistência bacteriana. A padronização de medicamentos no hospital, bem como protocolos clínicos deveriam ser elaborados por equipe multidisciplinar, com critérios rígidos e definidos em condutas baseadas em evidências. Torna-se necessário melhorar o nível educacional dos futuros prescritores e enfatizar a necessidade de cursos de reciclagem para os profissionais que já se encontram em atividade.
- DissertaçãoRelações municipais de medicamentos essenciais no estado de São Paulo: uma análise sob a ótica da essencialidade(2011) Oliveira, Giovanni Carlos deA Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) é uma das diretrizes da Política Nacional de Medicamentos e deve selecionar os medicamentos considerados essenciais para tratar a maioria das doenças que acomete os brasileiros. É um instrumento racionalizador das ações da assistência farmacêutica e norteador para a promoção do uso racional de medicamentos. As Relações Estaduais de Medicamentos Essenciais (Resmes) e as Relações Municipais de Medicamentos Essenciais (Remumes) são elaboradas com base na Rename vigente. O objetivo deste trabalho foi analisar os medicamentos selecionados em Relações Municipais de Medicamentos Essenciais (Remumes) no Estado de São Paulo sob a ótica da essencialidade. As Remumes foram caracterizadas quanto ao número de medicamentos selecionados (fármacos e apresentações) e ao percentual de conformidade com a Rename 2010. Também foi investigada a presença de fármacos excluídos nas três últimas edições da Rename (2006, 2008, 2010). Quatro grupos farmacológicos (antidiabéticos orais, anti-hipertensivos, antissecretores e analgésicos, antipiréticos e anti-inflamatórios não esteroides) foram analisados com maior profundidade. A amostra foi composta pelas Remumes dos 17 municípios sede dos Departamentos Regionais de Saúde do Estado de São Paulo. A grande variação do número de fármacos e de apresentações selecionados em cada município revela a heterogeneidade das Remumes no Estado de São Paulo. Enquanto alguns municípios trabalham com listas reduzidas (com 75 fármacos em 95 apresentações), outros disponibilizam cerca de quatro vezes mais itens (281 fármacos em 428 apresentações). Em média, 28% dos fármacos das listas municipais não pertenciam à Rename 2010. Medicamentos excluídos da Rename (como o mebendazol e a combinação em dose fixa neomicina + bacitracina) foram encontrados em grande parte das Remumes. O diclofenaco de sódio e a cimetidina (não selecionados na Rename 2010) foram identificados em 14 (82%) e 11 (65%) Remumes, respectivamente. Alguns medicamentos selecionados não apresentaram evidências clínicas que justificassem sua inclusão nas listas municipais. O elenco de medicamentos do Programa Dose Certa e a produção de medicamentos pela Fundação para o Remédio Popular parecem influenciar a seleção de medicamentos em municípios do Estado de São Paulo. Embora as prefeituras não sejam obrigadas a adquirir apenas medicamentos incluídos na Rename, constatou-se que a seleção de medicamentos nos municípios do Estado de São Paulo precisa ser aprimorada e deveria adotar, com rigor, os mesmos critérios de seleção de medicamentos essenciais da Rename.
- DissertaçãoAvaliação de sistemas sólidos particulados, gastrorretensivos flutuantes, obtidos por geleificação ionotrópica(2011) Queiroz, Lidiane Ruiz TononO objetivo desse estudo foi desenvolver e avaliar sistemas sólidos particulados, gastrorretensivos, flutuantes, obtidos a partir de dispersões emulsivas com alginato de sódio, tendo importância na obtenção de grânulos carregados com os fármacos onde flutuam e são mantidos por um período de tempo maior no seu local de ação e/ou absorção, com isso, há uma melhora significativa no efeito terapêutico e na dose terapêutica. Azitromicina (AZM), Claritromicina (CLT), Prednisona (PDS), Fluconazol (FLC) e Ranitidina (RNT) foram usados como fármacos modelos. A técnica utilizada para obtenção dos sistemas particulados foi fundamentada na gelificação ionotrópica do alginato de sódio com íons cálcio. A caracterização dos sistemas particulados foi feita através da taxa de carregamento, flutuação, lag time e esferonicidade dos grânulos. A caracterização físico-química dos fármacos nos grânulos foi realizada através de espectroscopia de difração de raios x e calorimetria exploratória diferencial. Para avaliar o perfil de liberação dos fármacos foi realizado um ensaio de dissolução. Os resultados mostraram que a flutuação é imediata exceto para o FLC e o tempo de flutuação é superior à 24h. A taxa de carregamento é influenciada pela lipofilicidade do fármaco. A taxa de carregamento baixa da RNT pode estar relacionada à hidrofilicidade ou à degradação oxidativa. O FLC, muito provavelmente, induz o aparecimento de formas metastáveis dos lipídios. Os resultados de DSC e DRX indicam mudança no estado sólido da AZM e CLT e alteração química da PDS. O perfil de liberação mostrou liberação controlada para AZM e CLT e redução da taxa de liberação para FLC e PDS. Concluímos que a geleificação ionotrópica de emulsões contendo alginato de sódio é uma estratégia útil para veiculação de AZM e CLT, em sistemas gastrorretensivos flutuantes.