Dissertações e Teses
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Navegando Dissertações e Teses por Orientador "Bergamaschi, Cristiane de Cássia"
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- DissertaçãoAvaliação crítica das diretrizes de prática clínica para o tratamento da incontinência urinária em mulheres: revisão sistemática(2020) Sorrilha, Flávia BlaseckA incontinência urinária é queixa comum em mulheres em todo o mundo, causa de sofrimento e custos significativos para indivíduos e para a sociedade. As diretrizes são importantes veículos de influência para a prática clínica. Sociedades locais, nacionais e internacionais adotam o processo de identificação de áreas clínicas relevantes, elaboração de questões clínicas específicas, revisão das evidências aplicáveis e formulação de recomendações, que os prescritores e pacientes devem seguir. Esta revisão sistemática avaliou o rigor do desenvolvimento e a transparência das diretrizes de prática clínica a respeito dos tratamentos para incontinência urinária em mulheres. As seguintes bases de dados foram consultadas: Biblioteca Cochrane (Cochrane Controlled Register of Trials - CENTRAL), MEDLINE (via Ovid); EMBASE (banco de dados Excerpta Medica, via Ovid); Web of Science e Scopus. Bancos de dados específicos de CPGs também foram pesquisados. Revisores, em triplicata e independentemente, avaliaram a qualidade das diretrizes por meio do instrumento Appraisal of Guidelines for Research & Evaluation (AGREE II). A classificação priorizou o domínio 3 (rigor do desenvolvimento), considerando-se: alta (escore>60%), moderada (escore 30-60%) ou baixa qualidade (escore<30%). Os resultados foram verificados quanto às discrepâncias e decididos por consenso. Dos 9 documentos avaliados, 3 não foram recomendados para uso. As classificações foram: alta qualidade metodológica (n=5); qualidade moderada (n=2); baixa qualidade (n=2). Os domínios com as pontuações mais altas foram: escopo e finalidade (média=91,4%) e clareza de apresentação (média=89,5%). Os domínios independência editorial (média=52,2%) e aplicabilidade (média=36,8%) foram os de menor pontuação. As intervenções não farmacológicas foram as mais reportadas pelos documentos: intervenções de estilo de vida (n=8), treinamento ou reeducação vesical (n=8) e treinamento dos músculos do assoalho pélvico (n=8). A maioria dos documentos são confiáveis pois apresentaram alto rigor de desenvolvimento, entretanto, a independência editorial e a aplicabilidade representam domínios que precisam ser descritos ou melhor reportados. Estes achados podem orientar profissionais de saúde e formuladores de políticas de saúde na escolha das diretrizes para tratamento da incontinência urinária em mulheres.
- DissertaçãoConduta e conhecimento do farmacêutico do Estado de São Paulo no atendimento de pacientes com diabetes mellitus(2014) Almeida, José Vanilton deSabe-se que o diabetes mellitus (DM) é uma doença crônica de alta prevalência, que necessita de tratamento com múltiplas formas de intervenção e abordagem multidisciplinar centrada no paciente. Entende-se que o farmacêutico é o profissional de saúde mais acessível à população e sua conduta no atendimento das pessoas com diabetes pode ser uma ferramenta importante no manejo da doença. O objetivo deste estudo foi identificar a conduta e o conhecimento dos farmacêuticos inscritos no Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) em relação ao diabetes. Foi um estudo observacional, transversal e analítico que disponibilizou no site do CRF-SP um questionário subdividido em três partes que abordou a formação profissional, o conhecimento em DM e a prática profissional. Obteve-se um total de 199 questionários onde se pode verificar que a maioria dos respondentes (72%) foi de mulheres (p<0,05), a média de idade foi em torno de 33 anos e o tempo de formação em média de 6,6 anos. A maioria (63%) trabalha em farmácias e drogarias privadas (p<0,05), aproximadamente 71% deles relataram atuar no atendimento de pacientes (p<0,05) e em torno de 60% afirmaram ter feito algum curso ou palestra sobre DM (p<0,05). Em relação ao conhecimento em diabetes, nota-se que em cinco das 19 questões respondidas pelos farmacêuticos que atendem pacientes, não se atingiu 50% de acerto, incluindo conceitos como fatores de risco (27,7%) e perfil de ação da insulina NPH (30,5%). Observou-se que os principais serviços prestados pelos farmacêuticos aos pacientes foram a orientação para o uso (90,8%) e a dispensação (89,4%) de medicamentos. Os serviços mais procurados pelas pessoas com diabetes foram a orientação para o uso dos medicamentos (36,1%) e a aferição da glicemia capilar (34%). Na autoavaliação da percepção quanto ao seu preparo no atendimento do paciente, tem-se que 87,9% para aferição de glicemia e 78% para orientação sobre a doença declararam estar preparados ou muito preparados para o atendimento do paciente (p<0,05) em relação a não estar ou estar pouco preparado, no entanto, a maioria deles relata não ter as condições de trabalho desejáveis para fazê-lo. Pode-se concluir que a conduta dos farmacêuticos em relação ao diabetes foi considerada positiva. Porém, há necessidade da busca contínua do aprimoramento científico para que atuem como educadores em diabetes.
- DissertaçãoControle glicêmico não satisfatório em pacientes com diabetes mellitus tipo 2: fatores determinantes e resultados clínicos negativos associados ao tratamento medicamentoso(2015) Marczynski, Maria AparecidaSabe-se que inúmeros fatores podem interferir no controle glicêmico de pacientes com Diabetes mellitus tipo 2 e que estes pacientes tem risco aumentado de experimentar resultados negativos aos medicamentos (RNM) devido principalmente à polifarmácia e à presença de comorbidades. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores determinantes do controle glicêmico não satisfatório em pacientes com Diabetes mellitus tipo 2, bem como, os resultados negativos associados ao uso dos antidiabéticos neste grupo de pacientes. Trata-se de um estudo transversal e analítico de informações da prescrição médica, prontuário clínico e entrevista com 100 pacientes atendidos no Ambulatório de Endocrinologia do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, estado de São Paulo. Os pacientes foram comparados em dois grupos: com controle glicêmico satisfatório e não satisfatório (adultos com valores de hemoglobina glicada maior ou igual a 7% e os idosos com valores maiores que 8% de acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes e da Associação Americana de Diabetes). Foram identificadas as variáveis sociodemográficas e clínicas determinantes do não controle glicêmico. Os resultados negativos associados ao uso dos antidiabéticos foram caracterizados de acordo com o método Dáder. A idade (< 65 anos) (OR=4,09), o histórico familiar do diabetes (OR=3,24), a terapia associada para o tratamento do diabetes (uso de 2 a 4 antidiabéticos) (OR=5,13) e a presença de RNM antidiabéticos (OR=5,92) foram as variáveis determinantes do não controle glicêmico dos pacientes com Diabetes mellitus tipo 2. Não foram observadas diferenças entre os grupos quanto aos medicamentos prescritos (p>0,05), sendo mais comum o uso de metformina e insulina NPH. A monoterapia com metformina foi mais indicada no grupo com controle glicêmico satisfatório (p<0,05) e as associações de metformina com sulfonilureias e metformina com insulina NPH foram mais indicadas no grupo com controle glicêmico insatisfatório. Os RNM foram observados em 49% dos pacientes (média de 2,27 RNM/paciente) sendo os principais causados por inefetividade devido ao incumprimento da dose e/ou da frequência diária dos antidiabéticos nos pacientes com diabetes não controlado (p<0,05). Em ambos os grupos, os RNM causados por insegurança foram principalmente relacionados à reação adversa aos medicamentos e interação medicamentosa (p>0,05). Em conclusão, os adultos, indivíduos com histórico familiar de Diabetes mellitus, em uso de dois ou mais antidiabéticos e aqueles que apresentaram RNM devem ser priorizados quanto ao planejamento de intervenções que favoreçam o controle do diabetes. A caracterização dos aspectos associados ao tratamento medicamentoso, por meio da identificação dos RNM, pode contribuir para o planejamento de intervenções que melhorem o atendimento dos pacientes.
- DissertaçãoDoença de Kawasaki associada à vacina rota vírus em crianças: revisão sistemática e metanálise(2017) Mellone, Natália GibimA vacinação contra o vírus Rotavírus é considerada medida efetiva na prevenção da gastroenterite, por reduzir internação e mortalidade causada por este vírus. No entanto, efeitos adversos graves podem ser causados devido ao seu uso, a exemplo da doença de Kawasaki. A evidência disponível a respeito deste efeito adverso não está descrita na literatura por meio de revisão sistemática. O objetivo deste estudo foi verificar a associação da doença de Kawasaki com o uso das vacinas Rotavírus em crianças por meio de uma revisão sistemática e metanálise. Os dados foram coletados de ensaios clínicos controlados e randomizados e de estudos observacionais buscados nas bases de dados: Medline, Embase, Cinahl, Scopus, Web of Science, Biblioteca Virtual da Saúde e Health Star, sem restrição de idioma e ano de publicação. Os desfechos medidos foram: a incidência de casos da doença de Kawasaki ligados às vacinas e a frequência da descontinuação do esquema de vacinação. Dois revisores de forma independente selecionaram os estudos e fizeram a extração dos dados. Os dados foram sumarizados pela incidência da doença a cada 100.000 vacinados e o risco relativo (RR), com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). A metanálise de efeitos aleatórios foi realizada no programa estatístico STATA 14.2. Foram identificados 804 artigos, sendo 47 artigos potencialmente elegíveis e 11 estudos incluídos. A metanálise foi realizada com seis dos estudos, sendo a incidência de 24 casos de doença de Kawasaki a cada 100.000 crianças vacinadas contra o vírus Rotavírus (IC95%=11,98-48,26). Não houve diferença entre as vacinas em relação à incidência do efeito adverso, classificado como de frequência rara. O risco de ter a doença de Kawasaki no grupo de crianças que tomou a vacina não foi diferente em relação às crianças que não fizeram uso da vacina (RR=1,55 e IC95%=0,41-5,93), sendo a evidência de baixa qualidade. Os resultados indicam que as vacinas monovalente e pentavalente possuem baixa incidência de desenvolver a doença de Kawasaki. Diante disso, estudos com amostras maiores devem ser realizados para reforçar estes achados.
- DissertaçãoFatores preditivos dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho na população brasileira: inquérito populacional(2018) Monticelli, PaulaDistúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho estão entre as doenças ocupacionais de maior afastamento no Brasil e no mundo. O conhecimento dos fatores de risco associados a presença destes distúrbios pode contribuir no planejamento de ações dos serviços de saúde com relação a prevenção e tratamento destes distúrbios. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores preditivos dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho e investigar a percepção do estado de saúde dessa população. Trata-se de um estudo transversal de base populacional. Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), um inquérito realizado em 2013 que contém informações de 60.202 indivíduos. Os participantes do estudo foram selecionados por meio de amostragem aleatória simples conglomerada em três estágios: setores censitários, domicílios e residentes ≥ 18 anos de idade. A presença de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho foi autorreferida. Para investigar os fatores associados, procedeu-se regressão de Poisson com variância robusta para cáclulo da razão de prevalência (RP) com ajuste por sexo, idade e presença de sintomas depressivos. Dentre os entrevistados, 1.149 (1,89%) autorreferiram ter os distúrbios osteomusculares. Estes distúrbios foram mais prevalentes nas mulheres (RP= 1,86; IC 95% 1,56-2,30), indivíduos com idade entre 40 e 59 anos (RP= 1,51; IC 95% 1,24-1,85), que trabalham principalmente no setor público (RP=2,64; IC 95% 1,57- 4,45) e privado (RP=2,45; IC 95% 1,53-3,90), com carga horária semanal de trabalho entre 21 a 40 horas/semana (RP=1,77; IC 95% 1,22-2,56), entre 41 a 60 horas/semana (RP=1,90; IC 95% 1,30-2,77) e 61 ou mais horas/semana (RP=1,92; IC 95% 1,06-3,49), em atividade laboral (RP=1,98; IC 95% 1,59-2,47), indivíduos com três ou mais fontes de renda (RP= 2,97; IC 95% 1,04-8,51), indivíduos obesos (RP=1,29; IC 95% 1,00-1,67) e com sintomas depressivos moderadamente graves (RP=3,19; IC 95% 1,24-1,56). As principais estratégias de tratamento foram exercício e a fisioterapia; e a presença dos sintomas depressivos não limitou ou limitou pouco as atividades diárias. Pode-se concluir que possíveis intervenções que previnam os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho devem priorizar mulheres, indivíduos que trabalham no setor público ou privado, com três ou mais fontes de renda, os obesos e a população com sintomas depressivos.
- DissertaçãoFitoterápicos de uso oral comercializados no Brasil para o tratamento da osteoartrite: revisão sistemática e metanálise(2016) Moura, Mariana Del GrossiA osteoartrite (OA) afeta 1% da população mundial e é a causa mais comum de incapacidade músculo-esquelética em idosos. Medicamentos à base de plantas medicinais são comumente comercializados e usados pela população brasileira para controlar os sintomas associados à OA. O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade e a segurança de 13 medicamentos à base de plantas comercializados no Brasil para o tratamento da OA. Trata-se de uma revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos controlados randomizados em pacientes adultos com OA de joelho e/ou quadril tratados com fitoterápicos das plantas: Harpagophytum procumbens, Uncaria tomentosa, Salix alba (ambos financiados pelo governo brasileiro), Curcuma longa (ou Curcuma domestica), Chenopodium ambrosioides, Cordia curassavica (ou Cordia verbenacea), Zingiber officinale, Persea gratissima (ou Persea americana) (pertencem a Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde), Boswellia serrata, Bowdichia virgilioides, Salix daphnoides, Salix purpurea e Uncaria guianensis, em comparação com placebo ou controles ativos. A busca por estudos elegíveis foi realizada nas bases de dados eletrônicas: CENTRAL; MEDLINE; EMBASE; CINAHL; Web of Science; Health Star; AMED, the database of the Cochrane Complementary Medicine Field, LILACS; CAB abstracts, clinical trial.gov, WHO Trial Register e Banco Nacional de teses da CAPES. Foram combinados os termos que descrevem OA e as plantas medicinais, individualmente. Foram medidos os desfechos primários: dor, função física, rigidez, edema, qualidade de vida e os desfechos secundários: eventos adversos, número de pacientes que relataram eventos adversos, satisfação com o tratamento, consumo de medimento de resgate e mudança na estrutura da articulação. De 2.241 estudos encontrados, 16 foram incluídos na revisão sistemática, e destes, nove foram incluídos na metanálise. Apenas três estudos preencheram todos os critérios de análise crítica e apresentaram risco mínimo de viés. H. procumbens teve eficácia semelhante à diacereína, apresentou melhor perfil de segurança e usou menos medicamento de resgate. B. serrata foi mais eficaz para dor e função física, e foi considerada mais segura comparada ao placebo e ao valdecoxibe. Os resultados da metanálise não comprovaram o benefício da U. guianensis em relação ao placebo para reduzir a dor; e nem da S. purpurea e S. daphnoides em relação ao placebo e ao diclofenaco para redução da dor, embora tenham se mostrados seguros. C. longa não foi superior ao ibuprofeno para a redução da dor e melhora da função física, mas foi considerada mais segura. Z. officinalle mostrou ser mais eficaz que placebo na redução da dor, e apresentou perfil de segurança semelhante ao diclofenaco e placebo. Os resultados deste estudo devem ser vistos com cautela devido ao baixo número de estudos incluídos. As evidências não foram suficientes para afirmar a efetividade e segurança destes fitoterápicos para AO. Desta forma, este estudo orienta os gestores do sistema de saúde pública e prescritores na tomada de decisão quanto ao uso destes fitoterápicos para OA.
- DissertaçãoRelação entre o índice de massa corpórea e as dosagens de estrona e estradiol em pacientes com câncer de mama em tratamento com anastrozol(2013) Coscia, Eduardo BorgesA obesidade está associada ao aumento do risco de câncer de mama e pior prognóstico da doença. Estudos recentes têm demonstrado que o inibidor da aromatase anastrozol, pode ser menos efetivo em mulheres com alto índice de massa corpórea (IMC), devido à menor supressão dos níveis plasmáticos de estrogênios, sintetizados principalmente no tecido adiposo pela aromatização dos androgênios através da via aromatase. Assim, o objetivo desse estudo foi estabelecer a relação entre o IMC e as dosagens plasmáticas de estrona (E1) e estradiol (E2), em mulheres no período pós-menopausa com câncer de mama receptor hormonal positivo, em tratamento com anastrozol (dose de 1 mg/dia). Trata-se de um estudo observacional, prospectivo e analítico no qual foram avaliadas 38 pacientes portadoras de câncer de mama. As pacientes foram divididas em três grupos de acordo com o IMC: peso normal (n = 11), sobrepeso (n = 9) e obesidade (n = 18), para comparação e correlação das dosagens de E1 e E2 antes do início da hormonioterapia com anastrozol e três meses após. As dosagens dos hormônios foram também relacionadas com a idade, circunferência da cintura (CC) e a realização ou não de quimioterapia. Os níveis plasmáticos de E1 foram dosados por radioimunoensaio e os de E2, por eletroquimioluminescência. A média de idade das pacientes foi de 64,94 ± 9,4 anos, aproximadamente 50% eram obesas (IMC = 34,0 ± 3,09 k/m²) e tinham CC acima de 88 cm (76,3%). A maior parte recebeu tratamento com quimioterapia (66%). Os resultados evidenciaram redução estatisticamente significante de E1 e E2 entre os níveis basais e três meses após o tratamento com anastrozol (p < 0,05). Não houve diferença estatisticamente significante dos níveis plasmáticos de E1 e E2 entre os grupos de IMC (p > 0,05), mas houve redução significativa entre as dosagens basais de E1 após os três meses de tratamento em todos os grupos, e redução de E2 apenas no grupo de pacientes obesas (p < 0,05). Valores superiores de CC e a realização de quimioterapia não interferiram nas dosagens dos esteroides (p > 0,05). Observou-se uma correlação fraca, mas não significativa entre os níveis de E1 e E2 com a idade (p > 0,05). Pode-se concluir que a dosagem plasmática de E1 e E2 no grupo estudado não foi alterada em função do IMC antes e após os três meses de tratamento com anastrozol. Também não houve influência da idade, CC e do tratamento quimioterápico sobre os esteroides avaliados.
- DissertaçãoRisco de osteonecrose em usuários de bisfosfonatos submetidos a procedimento odontológico: revisão sistemática e metanálise(2020) Martins, Lúcio Henrique IvesEmbora a osteonecrose oral seja considerada uma doença rara, quando manifestada, se mostra muito resistente às terapias de tratamento disponíveis e de difícil resolução clínica. Alguns procedimentos odontológicos podem ser fator de risco para desencadear esta condição em usuários de bisfosfonatos. Dados atualizados a respeito do risco deste efeito adverso em pacientes submetidos a intervenções odontológicas e em uso de bifosfonatos não foi encontrado na literatura. Este estudo determinou o risco de osteonecrose de maxilares em usuários de bisfosfonatos submetidos a intervenções odontológicas. Trata-se de uma revisão sistemática que usou as seguintes fontes de informação: MEDLINE (via Ovid), EMBASE (via Ovid), Web of Science, Scopus, Biblioteca Virtual da Saúde e Banco de teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior (CAPES), sem restrição de idioma ou data de publicação, com busca realizada até a data de 25 de agosto de 2020. A pergunta de pesquisa seguiu a estratégia PICO (População: indivíduos maiores de 18 anos em terapia com bisfosfonatos e submetidos a procedimentos cirúrgicos odontológicos e/ou trauma por prótese dental, e Desfecho: risco de osteonecrose de maxilares). Revisores, aos pares e independentemente, selecionaram os estudos, realizaram a extração de dados e avaliaram o risco de viés. O risco da osteonecrose em função da duração do tratamento com bisfosfonatos foi verificado. As metanálises foram agrupadas pelo modelo aleatório de DerSimonian e Laird. Foram incluídos 27 estudos e 4.865 pacientes, sendo a maioria mulheres e idosos. Os bisfosfonatos mais utilizados foram o zoledronato por via intravenosa (n= 17 estudos) e o alendronato por via oral (n= 19), para tratamento de doenças oncológicas (n= 11) e osteoporose (n= 16), respectivamente. A extração dental foi o procedimento mais comum (n= 21). A maioria dos estudos apresentou baixa qualidade metodológica (n= 21). O risco de osteonecrose nos pacientes foi de 0,8% (IC 95%= 0,5-1,2%), sendo maior risco com o uso de bisfosfonato intravenoso [8,9% (IC 95%= 6,5-11,5%) comparado ao uso oral [0,0% (0,0-0,1%)]. Não foi observado maior risco de osteonecrose em função do tempo de tratamento (p>0,05). Concluiuse que houve maior risco de osteonecrose oral em pacientes em uso de bisfosfonatos intravenosos e submetidos principalmente, a extração dental. Há necessidade de mais estudos com descrição detalhada dos bisfosfonatos e doses utilzadas. Esses achados contribuem para os pacientes, prescritores, cirurgiões-dentistas e outros profissionais de saúde, a fim de orientar a respeito dos riscos de realizar intervenções odontológicas nestes pacientes.
- TeseSegurança no uso de medicamentos por pacientes com doença de Alzheimer: usuários da farmácia de medicamentos especializados do Município de Sorocaba(2019) Ferreira, Tânia ReginaA doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum e apesar de poder atingir pessoas adultas em qualquer idade, a maioria são idosos. Devido ao crescente aumento do número desta população, esta doença é considerada problema de saúde pública mundial. Os idosos são o grupo que mais consome medicamentos o que pode ocasionar aumento do número de reação adversa aos medicamentos (RAM) e de prescrições inapropriadas, com consequente prejuízo para a sua saúde. Dados nacionais relacionados à segurança do tratamento medicamentoso da doença de Alzheimer não foram encontrados na literatura pesquisada. Esta tese teve por objetivo analisar a segurança no uso de medicamentos prescritos para pessoas com doença de Alzheimer, usuários da Farmácia de Medicamentos Especializados (FME) do município de Sorocaba, estado de São Paulo, a fim de: i) determinar a prevalência e a gravidade de reações adversas autorreferidas aos medicamentos prescritos para o tratamento da doença de Alzheimer, em específico aos anticolinesterásicos (donepezila, galantamina, rivastigmina) e o antagonista dos receptores N-metil-D-aspartato (memantina) (artigo 1); e ii) determinar a prevalência de medicamentos e de prescrições potencialmente inapropriados nos idosos com doença de Alzheimer, bem como descrevê-los (artigo 2). Neste estudo de desenho transversal, as informações a respeito do número de pacientes com cadastro ativo para a retirada dos medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer foram coletadas do sistema informatizado MEDEX, no período entre dezembro e abril de 2017. No período entre junho e setembro de 2017 ocorreram as entrevistas com os pacientes e/ou os seus responsáveis, a fim de coletar os desfechos: prevalência de reações adversas autorreferidas aos medicamentos donepezila, galantamina, rivastigmina e memantina; caracterização das RAM em relação à frequência de acometimento e gravidade (artigo 1); prevalência de prescrições potencialmente inapropriadas (PPI) de acordo com os critérios de Beers 2019; prevalência de medicamentos potencialmente inapropriados (MPI) segundo as classes terapêuticas; e prevalência de MPI que devem ser evitados em idosos (artigo 2). Encontrou-se uma população de 285 pessoas com doença de Alzheimer cadastradas no sistema MEDEX. No artigo 1 “Frequência e gravidade das reações adversas medicamentosas prescritas para a doença de Alzheimer no Brasil: estudo transversal”, 250 (88,4%) pessoas foram entrevistadas e participaram do estudo. Desta amostra, houve predomínio de mulheres (63,1%), faixa etária de 75 anos ou mais (70,3%), com comorbidades (70,3%) e que não faziam uso de polifarmácia (63,0%). A presença de pelo menos uma RAM foi observada em 209 (83,6%) pacientes (933 relatos de RAM), sendo 41,6% para donepezila, 21,5% para galantamina, 13,8% para rivastigmina e 4,3% para memantina. Os efeitos adversos mais prevalentes estiveram associados ao sistema nervoso central e foram caracterizados de comum frequência (57,1%) e gravidade leve (89,0%). Seis pacientes foram hospitalizados, em maioria, devido ao uso da galantamina. No artigo 2 “Prescrições potencialmente inapropriadas para idosos com doença de Alzheimer: estudo transversal”, de um total de 237 idosos, 234 atenderam aos critérios de elegibilidade e participaram do estudo que verificou a prevalência de PPI. Das 234 prescrições avaliadas (uma prescrição/idoso), 66,7% (n=156) era inapropriada. Esta população caracterizou-se também por mulheres (62,2%), com 75 anos ou mais (76,8%) e que não faziam uso de polifarmácia (38,5%). Dos 1.073 medicamentos prescritos, 30,5% (n=327) era MPI, sendo pertencentes principalmente ao sistema nervoso central e ao aparelho cardiovascular; com destaque para quetiapina (12,8%) e ácido acetilsalicílico (11,6%), respectivamente. Em torno de 45,2% dos MPI deveriam ser evitados em idosos, com destaque para a sertralina (14,2%). Observou-se número elevado de relatos de RAM relacionados aos medicamentos prescritos para o tratamento da doença de Alzheimer bem como de PPI, demonstrando a necessidade de intervenções que melhorem aspectos relacionados à segurança do uso de medicamentos por esta população. Os achados deste estudo podem contribuir para o profissional de saúde na melhoria dos cuidados relacionados à segurança do uso de medicamentos para o tratamento da doença de Alzheimer.
- DissertaçãoTranquilização rápida em pacientes com agitação psicomotora de natureza psiquiátrica(2016) Almeida, Clayton Gonçalves deA tranquilização rápida é um método utilizado em situações que exijam o controle rápido da agitação, agressão ou excitação do paciente com problemas mentais e comportamentais graves. As revisões sistemáticas avaliaram diversos medicamentos e grupos farmacológicos utilizados para este fim, e no presente estudo reuniu-se a evidência disponível a respeito desta intervenção. O objetivo deste estudo foi sintetizar a evidência disponível a respeito da eficácia e segurança dos medicamentos usados para a tranquilização rápida em pacientes com agitação psicomotora de natureza psiquiátrica. Trata-se um estudo de overview de revisões sistemáticas e metanálises de ensaios clínicos controlados randomizados (ECCR) cujos estudos foram identificados nas bases de dados MEDLINE, EMBASE, CINAHL, Web of Science, Cochrane Library (CDSR - Cochrane Database of Systematic Reviews) e LILACS até abril de 2015, utilizando os descritores “agitação psicomotora”, “agentes tranquilizantes” e “transtornos mentais” sem restrição de idioma e ano de publicação. Foi utilizada a ferramenta AMSTAR (Assessing the Methodological Quality of Systemathic Reviews) para avaliar a qualidade metodológica dos estudos incluídos. Foram coletados os desfechos: tempo para tranquilizar e/ou dormir; nenhuma resposta clínica importante; necessidade do uso de medicamento adicional; alterações do comportamento, do estado mental e estado geral do paciente; abandono precoce do tratamento e evento adverso aos medicamentos. Uma equipe de revisores, aos pares e de forma independente selecionaram os estudos elegíveis e avaliaram a qualidade metodológica deles. Quatro estudos foram selecionados e tiveram seus dados extraídos. Foram identificados 61 ECCR e um total de 8.021 participantes. A síntese dos achados demonstrou que haloperidol associado à prometazina foi eficaz em promover tranquilização dos pacientes e apresentou melhor perfil de segurança comparado a midazolam, lorazepam e haloperidol. Olanzapina administrada de maneira isolada demonstrou benefício para a tranquilização e bom perfil de segurança, mas necessitou de maior administração de medicamento adicional devido a sua curta ação. Não se observou benefício do uso de haloperidol sozinho ou associado a outro psicotrópico ou a benzodiazepínico para a maioria dos desfechos de eficácia e segurança. Também não foi observado benefício do uso de benzodiazepínicos sozinhos ou associados à antipsicóticos em relação ao uso de antipsicóticos, embora, tenham apresentado melhor perfil de segurança. Concluiu-se que haloperidol associado à prometazina demonstrou desejável perfil de eficácia e segurança; no entanto, para a maioria das intervenções encontradas na literatura, a evidência disponível foi considerada de baixa qualidade, demonstrando a necessidade de mais estudos para afirmar os achados de eficácia e segurança das intervenções investigadas.
- TeseUso de anti-inflamatórios esteroides e não esteroides no tratamento da artrite reumatoide: revisão sistemática e meta-análise(2020) Paglia, Mariana Del GrossiSintomas incapacitantes da artrite reumatoide afetam aproximadamente 1% da população mundial e são frequentemente multifatoriais. Anti-inflamatórios não esteroides (AINES) e esteroides (AIES) são coadjuvantes usados no tratamento da doença; entretanto, as evidências são inconclusivas e não estão atualizadas sobre quais anti-inflamatórios são mais eficazes e seguros. O objetivo do estudo foi avaliar a efetividade e a segurança dos AINES e AIES no tratamento da artrite reumatoide, por meio de uma revisão sistemática com meta-análise. As bases de dados eletrônicas pesquisadas foram: CENTRAL; MEDLINE; EMBASE, CINAHL; Web of Science; entre outros. Os ensaios clínicos randomizados que compararam os antiinflamatórios com placebo ou controles ativos foram avaliados. Revisores, aos pares e independentemente, selecionaram os estudos, realizaram extração dos dados e avaliaram o risco de viés. Desfechos primários incluíram dor, função física, rigidez matinal, número de articulações inchadas e doloridas, força de preensão, progressão da doença por imagem radiológica e qualidade de vida. Desfechos secundários incluíram eventos adversos e sua gravidade, satisfação com o tratamento e consumo de medicamentos de resgate. A qualidade da evidência foi aferida pelo Grading of Recommendatons Assessment, Development and Evaluaton. Meta-análises de rede foram realizadas para AINES, usando o Stata v.14.2. Dos 26 estudos selecionados, 21 reportaram o uso de AINES e 5 o uso de AIES. Naproxeno 1.000 mg melhorou a função física, reduziu a dor e o número de articulações dolorosas em comparação com o placebo (evidência de qualidade muito baixa). O etoricoxibe 90 mg comparado ao placebo reduziu o número de articulações dolorosas (evidência de baixa qualidade). Naproxeno 750 mg foi mais efetivo na redução do número de articulações edemaciadas quando comparado a todos os medicamentos, exceto o etoricoxibe 90 mg (evidência de qualidade muito baixa). Naproxeno 1.000 mg, etoricoxibe 90 mg e diclofenaco 150 mg foram melhores que o placebo na avaliação geral dos pacientes (evidências de qualidade muito baixa, baixa e alta, respectivamente). A avaliação geral do médico mostrou que qualquer AINE era melhor que o placebo, exceto celecoxibe 400 mg (evidência de qualidade muito baixa). Etoricoxibe 90 mg foi melhor que celecoxibe 400 mg (evidência de qualidade muito baixa) e naproxeno 1.000 mg (evidência de baixa qualidade). O etoricoxibe 90 mg foi o AINE com mais eventos adversos e o celecoxibe 200 mg o que apesentou menos eventos adversos, no entanto, a evidência é de qualidade muito baixa. Meta-análises não foram realizadas para AIES. Prednisolona 10 mg associada à ciclosporina reduziu a erosão articular em comparação com o metotrexato ou o uso de prednisolona com o metotrexato. Prednisona 5 mg com metotrexato reduziu o dano articular e a atividade da doença. A progressão radiográfica foi menor no grupo da prednisona 7,5 mg em comparação ao placebo. Naproxeno foi o medicamento mais efetivo e celecoxibe o que apresentou menos eventos adversos. No entanto, a baixa qualidade das evidências observadas nos resultados com AINEs; a ausência de meta-análises para avaliar os resultados com a AIES, bem como o risco de viés observado nos estudos, indica que novos ensaios clínicos randomizados podem confirmar esses achados.
- DissertaçãoUso de benzodiazepínicos em um ambulatório de saúde mental do interior do Estado de São Paulo(2014) Naloto, Daniele Cristina CominoOs benzodiazepínicos são amplamente utilizados, principalmente para o tratamento da ansiedade e insônia, no entanto, a literatura tem demonstrado que as prescrições são comumente inapropriadas quanto à indicação, ao fármaco e ao tempo de uso. O objetivo deste estudo foi analisar o uso inapropriado de benzodiazepínicos em adultos e idosos. Trata-se de um estudo observacional, transversal e analítico de coleta de dados da entrevista e do prontuário clínico dos pacientes em uso de benzodiazepínico atendidos no Ambulatório Municipal de Saúde Mental de Sorocaba/SP, no período de março a novembro de 2013. Variáveis sóciodemográficas e clínicas foram comparadas entre adultos e idosos. Foi considerado inapropriado o uso (de mais de um benzodiazepínico pelo paciente, como ansiolítico por tempo superior a três meses, no tratamento da depressão sem antidepressivo, por mais de dois meses quando associado ao antidepressivo e de benzodiazepínico de longa ação em idoso); como também, quando a prescrição não atendeu aos critérios do uso racional de medicamentos (medicamento apropriado, com posologia e duração de uso adequada). Dos 330 participantes (210 adultos e 120 idosos), a maioria era mulheres com histórico familiar de psicopatologia e uso de benzodiazepínicos (p>0,05). Havia porcentuais maiores de adultos solteiros (20%) e de idosos viúvos ou divorciados (36,7%) (p<0,05). Cerca de 50% dos adultos desenvolviam atividades laborais e 85% dos idosos eram aposentados ou afastados do trabalho (p<0,05). Uma porcentagem maior de adultos (26,2%) tinha oito ou mais anos de escolaridade (p<0,05). A maioria dos adultos e idosos não realizava acompanhamento psicológico e fazia uso de outros psicotrópicos e de polifarmácia (p>0,05). Havia uma porcentagem maior de idosos com doenças crônicas (p<0,05). Uma minoria dos pacientes utilizava mais de um benzodiazepínico e tratava os transtornos depressivos sem uso de antidepressivo (p>0,05). Todos os pacientes utilizavam o benzodiazepínico por tempo superior ao recomendado para o tratamento dos transtornos depressivos e de ansiedade (p>0,05). A maioria das prescrições não tinha indicação correta de uso do benzodiazepínico, sendo 62,5% para idosos e 68,6% para adultos (p>0,05), sendo os erros de indicação principalmente observados nas prescrições de alprazolam, clonazepam e diazepam para o tratamento dos transtornos de humor (p>0,05). Uma minoria das prescrições, em torno de 6% para idosos e de 2% para adultos, seguia os critérios do uso racional de medicamentos (p>0,05). Nenhuma prescrição de alprazolam, diazepam e lorazepam era racional (p>0,05). Conclui-se que gênero feminino, histórico familiar de uso de benzodiazepínicos e de psicopatologia, não acompanhamento psicológico, o uso de psicotrópicos associados e de polifarmácia foram variáveis associadas ao uso dos benzodiazepínicos em adultos e idosos. O uso inapropriado dos benzodiazepínicos foi constatado em ambos os grupos, sendo observado o uso crônico e uma minoria de prescrições que preenchia os requisitos do uso racional de medicamentos.